Menor de seis anos violado em Sátão

 

Ígor Lopes De Portugal

Ígor Lopes

A Polícia Judiciária de Coimbra está a investigar um caso de abuso de menor na freguesia de Silvã de Cima, no concelho de Sátão. Um jovem de 22 anos é suspeito de ter abusado de um menino de seis anos de idade, no meio de uma vinha, na passada sexta-feira, dia 5. Sabe-se que o menino foi violado várias vezes e que o agressor sofre de uma doença de foro mental. O sujeito ainda não foi detido. A população local está indignada e quer fazer justiça com as próprias mãos. Por seu turno, a mãe do menor tem medo que o seu filho seja coagido a mentir à polícia.

O caso prolonga-se desde a altura da páscoa deste ano, quando o miúdo havia ido brincar com os irmãos nos balouços. No local, estava o presumível violador, conhecido por Pirilampo, que levou a criança de seis anos para um “barracão velho”, onde tentou violá-la, o que não conseguiu, já que foi flagrado por uma das irmãs do menino.

“Nesta ocasião, o meu filho foi visto pela irmã de 13 anos com as calças e as cuecas deitadas ao chão e o agressor com o pênis na mão. A irmã gritou para que alguém viesse ajudar, mas o Pirilampo fugiu”, relata Ana Maria Lucas, mãe do menor.

No mesmo dia à noite, Ana encontrou-se com o indivíduo no café e o alertou à frente de toda a gente, incluindo o seu padrasto, para que “nunca mais tentasse fazer aquilo ao garoto”, com a ameaça de lhe “cortar o pênis”.

Mesmo assim, Pirilampo não ouviu os apelos de Ana, que soube há pouco tempo que o seu filho terá sido abusado pelo vizinho também nos dias 4 e 5 de Agosto. No dia 5 deste mês consumou-se o último acto. A mãe da vítima e os seus quatro filhos de 4, 6, 13 e 16 anos foram lavar roupa para o tanque. Alguns dos meninos foram ter mais tarde ao pomar onde estava o jovem suspeito a apanhar maçãs. “Ele mandou o meu filho mais novo levar uma maçã à irmã e ficou sozinho com o menino. Passado pouco tempo, o meu filho mais novo foi à procura do irmão e foi quando viu tudo. O criminoso estava a violá-lo”, adianta a mãe.

No meio da vinha, Pirilampo foi flagrado a violar Bruno (nome fictício) mais uma vez. A cena foi vista pelo irmão da vítima, de apenas quatro anos de idade.

Ana Maria tomou conhecimento da situação durante o almoço, quando o filho mais novo contou tudo que se havia passado, o que foi confirmado por Bruno, que desatou a chorar.

“Neste momento, despi o menino e vi que o seu anus não estava normal. Despi o outro menino e notei as diferenças, quando vi que era mesmo verdade”. O caso foi apresentado à GNR. O menor foi levado a exames no Instituto de Medicina Legal de Viseu.

“Na escola, o meu filho afirmou que não podia se defender, já que estava com a boca tapada e havia sido ameaçado por Pirilampo”, atesta Ana. O pai de Bruno, que está a trabalhar em Espanha, tenta regressar a Portugal para apoiar a família.

Comportamento agressivo O menor continua a freqüentar a escola, onde trabalha a mãe do presumível agressor. O dia-a-dia de Bruno seria normal como o de qualquer criança da sua idade, não fosse a sua mudança de comportamento. Bruno aparenta estar nervoso o tempo todo.

“Desde Agosto até agora, o meu filho está muito agressivo. Nunca bateu ao irmão e agora bate. Anda sempre a meter-se com a irmã mais velha, o que antes não fazia”, confirma a mãe.

População revoltada A freguesia de Silvã de Cima está revoltada com o acontecido. Após a denúncia de abuso sexual, algumas pessoas tentaram agredir o jovem suspeito. De acordo com uma das populares, “se a justiça não for feita pelo tribunal, ela será feita de outra maneira”.

“A mãe do Pirilampo diz a toda gente que eu ando a mandar as pessoas agredirem o seu filho, mas isso é mentira. Algumas pessoas fora da minha família estão também indignadas, daí essa atitude de quererem agredir o Pirilampo. Mas não tenho nada a ver com isso. Espero apenas que se faça justiça”, comenta Ana. A Escola da Torre, onde estuda o menor, foi palco também de algumas confusões. Os pais de alguns alunos tentam impedir que a mulher se aproxime dos seus filhos. Houve mesmo um conflito com um dos professores, que terá pedido a funcionária para se ausentar por algum tempo do seu local de trabalho, com o intuito de evitar problemas.

“Sei que a mãe do Pirilampo trabalha na escola onde o Bruno anda, mesmo assim eu não proíbo o meu filho de ir a escola. Apenas quero que ele se afaste dela. Tenho medo que ela lhe ofereça alguma coisa para que o miúdo minta à polícia”, alega a mãe do menor.

“A mãe do Pirilampo alega que ele tem um pequeno atraso mental, mas eu não acredito. Ele já trabalhou no estrangeiro. Ele é tão atrasado como eu. (…) Não tenho medo deles e não quero fazer nada contra o Pirilampo. Tenho dívidas a pagar, quatro filhos para criar e não quero destruir a minha vida. Por isso, espero que a justiça seja feita”, finaliza Ana, que acredita que vai ser difícil fazer com que o seu filho esqueça esse trauma a que foi sujeito.

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