Médicos portugueses entre os selecionados para trabalhar no Brasil

Mundo Lusíada
Com agencias

logo_Brasil-Portugal-bandeiraO Ministério da Saúde do Brasil divulgou que entre os 522 médicos do exterior selecionados para o programa Mais Médicos, a maioria é de portugueses, espanhóis e argentinos. A primeira fase contou com a homologação de um total de 1.096 médicos brasileiros e de 522 formados no exterior, que atenderão 6,7 milhões de usuários do Sistema Único de Saúde.

Dos 715 escolhidos para o programa, 522 homologaram a sua participação, 194 são brasileiros que estudaram fora do Brasil e 358 são estrangeiros, sendo a maioria dos selecionados de Portugal, Espanha e Argentina. São esses os países de maior adesão ao programa do governo: Argentina com 141 profissionais, Espanha com 100, Cuba com 74, Portugal com 45 médicos e Venezuela com 42.

O contrato firmado entre os médicos e o Governo brasileiro terá validade de dois anos e o salário, em média, será de 10 mil reais (3.300 euros),  mais ajuda de custo, podendo ser ainda mais alto nas áreas de difícil acesso, divulgou o Ministério brasileiro. No total, foram selecionados candidatos de 32 países diferentes e designados para atuar em 279 municípios brasileiros.

O Ministério da Saúde referiu que os selecionados, que vão trabalhar no Sistema Único de Saúde (SUS/sistema público), serão integrados no programa Mais Médicos, que visa ampliar o número de profissionais em municípios do interior e na periferia das grandes cidades.

Os médicos estrangeiros poderão exercer no Brasil sem fazer o exame de validação do diploma de medicina, o Revalida, mas só terão autorização para trabalhar na rede pública de saúde e em unidades específicas.

Pelas regras do programa, os profissionais passarão por um período de três semanas de preparação no Brasil antes de começar a trabalhar, o que deve acontecer ainda em setembro.

Durante a preparação, terão aulas de português, vão estudar o SUS, os procedimentos e medicamentos usados na saúde pública brasileira, e estarão sob avaliação. Cumprida essa etapa, os estrangeiros poderão iniciar o trabalho.

Cada médico terá um supervisor vindo de uma universidade federal que fará visitas periódicas – ainda não há definição sobre a frequência desses encontros. O supervisor também ficará à disposição para tirar dúvidas por telefone ou internet, segundo o Ministério da Saúde brasileiro.

O programa Mais Médicos teve a procura de 15.460 médicos para 3.511 cidades. Só 938 profissionais brasileiros (6% do total) demonstraram interesse no programa na sua primeira etapa, número que deve aumentar com as próximas etapas de seleção.

A decisão de contratar médicos estrangeiros é polêmica e gerou contestações por parte de entidades médicas, inclusivamente na Justiça, que negou alguns pedidos para suspender o programa. Os médicos devem começar a chegar nos municípios a partir de 1º de outubro.

45 portugueses responderam

Segundo a imprensa portuguesa, menos de 50 médicos portugueses aderiram ao programa lançado pelo governo do Brasil. O rendimento de mais de três mil euros mês e as ajudas de custo para deslocação e alojamento não foram suficientes para chamar atenção dos profissionais portugueses. Os principais entraves à adesão ao programa são as más condições do sistema de saúde brasileiro e as restrições geográficas, segundo informa a RTP.

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