Médicos: “Inaceitável” não isolar profissionais que contactaram com infectados

Da Redação
Com Lusa

Em Portugal, a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) considera “um comportamento inaceitável” não colocar em isolamento os profissionais de saúde que mantiveram contato com doentes internados que foram diagnosticados com o coronavírus.

“A Fnam teve conhecimento de que o Hospital de Santa Maria [em Lisboa] pretende não colocar em isolamento os profissionais de saúde que tiveram contato direto com os casos diagnosticados com Covid- 19. Pretende que se mantenham ao trabalho, com máscara. Trata-se de um comportamento inaceitável por parte de um dos maiores hospitais do país, que se designa como hospital de referência”, lê-se no comunicado.

Dois doentes internados em enfermarias no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte foram diagnosticados com Covid- 19 e estão isolados, de acordo com uma circular normativa de comunicação interna deste centro hospitalar divulgada pela RTP nesta quarta-feira.

A Fnam refere que “qualquer cidadão em situação de contato direto com caso diagnosticado com o COVID-19 tem indicação de permanecer em quarentena”, pelo que considera inaceitável que o mesmo não seja adotado para os profissionais de saúde.

“Não se compreende como é que uma Administração Hospitalar toma para si decisões que são do foro da Autoridade de Saúde, mais ainda pretendendo impor aos seus trabalhadores medidas discriminatórias em relação a qualquer outra pessoa. É uma atitude que desrespeita os direitos dos profissionais de saúde e de risco para a população”, lê-se no comunicado.

Acrescentam ainda que a decisão desrespeita recomendações da Direção-Geral de Saúde e do Centro Europeu de Prevenção e Controle das Doenças (ECDC).

“A Fnam não será complacente com qualquer falha de segurança que ponha em risco os médicos, outros profissionais de saúde e a população”, conclui o comunicado.

De acordo com a circular normativa divulgada pela RTP, para os profissionais de saúde que mantiveram contato com os dois doentes, o CHLN determinou a sua divisão em três grupos de abordagem: os que apresentam sintomas, os assintomáticos que mantiveram contatos de risco com os pacientes infectados e profissionais assintomáticos sem critérios de risco.

Aos dois primeiros serão realizados testes laboratoriais e em caso de resultado positivo serão colocados de quarentena. Em caso de resultados negativos vão manter a “atividade profissional regular com máscara e vigilância ativa durante 14 dias”.

Para os profissionais assintomáticos determina-se a manutenção da atividade profissional regular com máscara e vigilância ativa durante 14 dias.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou o número de infectados, que registrou o maior aumento num dia (18), ao passar de 41 para 59.

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