Lançada petição online para investigar youtubers

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No início do mês de março foi lançada uma petição online que pede uma investigação a vários youtubers e influenciadores portugueses por atos ilícitos relacionados com esquemas de enriquecimento rápido e cursos falsos.

Recentemente, este movimento ganhou outra dimensão graças a exposição de um hacker – RedLive13, como é conhecido no YouTube – e também do youtuber Hugo Medeiros –  conhecido no mundo digital como MedHug – dos vários esquemas e alegados crimes praticados por influenciadores.

A prática mais comum denunciada é burlas através de burlas relacionadas com forex, ações e criptomoedas assim como a promoção de grupos especiais com pagamentos mensais para terem acesso a sinais.

A acusação também alega que os influenciadores, que têm um público muito jovem,  “promovem a perda de dinheiro (…)  principalmente a jovens menores de idade dado a ser o seu público alvo e também de descultivar a literacia financeira dos jovens que ficam com receio de no futuro caírem em esquemas como os exibidos por estes burlões.”, criando um impacto negativo na sociedade.

Esta questão levantou o debate acerca da avaliação e validação das corretoras que muitas vezes é ignorada por aqueles que são convencidos a investir. Várias vítimas destes esquemas apontam que a fraca literacia financeira e o desespero da sua situação financeira, combinado com as promessas de enriquecimento rápido e fácil faz com que saltem este passo importante.

Os responsáveis pela petição pedem a intervenção das autoridades para impedir uma prática “cada vez mais comum” em Portugal que permite aos influencers “enriquecer rapidamente (…) através da sua influência e/ou exibindo luxos além de claro a posterior venda de cursos e/ou uso de sistema de afiliados e através deste sistema promovendo corretoras com alavancagens enormes”.

Para surpresa de muitos, o RedLive13 – que foi o principal expositor da situação – também está a ser alvo de investigações, após já ter sido identificado pelo Departamento de Cibersegurança em 2020 por invadir aulas e reuniões via Zoom e gravar a reação dos participantes – um fenômeno chamado “zoom raid” ou “zoom bombing” – para depois publicar o vídeo nas redes sociais.

Para além deste tipo de promoção, os denunciantes também relatam a promoção de sites de apostas “online” sem licença para operar em Portugal pelos influenciadores. Este assunto já tinha vindo à praça pública em 2019 quando a Rádio Renascença fez uma reportagem acerca desta prática – que já era comum entre os youtubers e influenciadores mais conhecidos – mas acabou por não ter consequências práticas.

Sabe-se que as autoridades já iniciaram as averiguações e diligências para confirmar, ou não as acusações, e sabe-se também que os youtubers Windoh (Diogo Figueiras e Numerito (João Barbosa) e os influenciadores David GYT (David Soares) e Ferp (Fábio Pereira) estão entre os principais visados.

Windoh, o principal acusado de fraude – vendeu durante 2 dias, no início do mês de março, cursos de investimento em criptomoedas, forex e ações a 400 euros e que o hacker RedLive13 alega serem fraude por se tratarem de conteúdos “copiados da Wikipedia” e outras fontes da internet – já reagiu e diz que as acusações de fraude são apenas “rumores” e “ataques pessoais”.

Windoh fez um video onde esclarece a sua posição e defende-se das acusações argumentando que não é correto o que andam a dizer. Deixem-me de associar a esquemas, porque nunca os fiz”, contudo refere que vai reembolsar todos os inscritos após o vazamento do curso na internet.

A CMVM está a par destes esquemas e recentemente alertou “para um número relevante de propostas apresentadas a investidores que não constituem propostas de investimentos em instrumentos financeiros sob a supervisão da CMVM, mas com outros tipos de ativos, como o caso de transações em mercados cambiais, moedas digitais; ou, simplesmente, fraudes”.

Confrontada com estas notícias, a CMVM confirmou que a, empresa fundada e promovida pelo Windoh – a Blvck network – “não está autorizada nem registada junto da CMVM para o exercício de qualquer atividade de intermediação financeira em Portugal”, reforçando as acusações ao jovem youtuber.

As autoridades competentes – nomeadamente o Serviço de Regulação e Inspeção do Jogo, a Polícia Judiciária assim como a Procuradoria-Geral da República – foram contactados para perceber o rumo que as investigações estão a tomar mas, até ao momento, não tivemos sucesso em obter uma resposta.

 

Este é um conteúdo comercial da Feature Digital e não é de responsabilidade do Mundo Lusíada

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