Investigador de renome coordena caso Madeleine

 

Mundo Lusíada Com Agencias

Conhecido por seu trabalho em investigações de peso em Portugal, como no combate ao narcotráfico e contra a pedofilia, o diretor nacional adjunto da Polícia Judiciária (PJ), Paulo Rebelo, se tornou o coordenador do caso de Madeleine McCann.

Luís Forra/Lusa

TO novo investigador responsável pelo caso Madeleine MacCann, Paulo Rebelo, 10 de Outubro de 2007, Faro, Algarve.

Na terça, 09 de outubro, Paulo Rebelo foi nomeado coordenador do departamento encarregado da investigação do caso que ficou conhecido no mundo, após o desaparecimento da garota britânica, de 4 anos no Algarve, sul de Portugal, ainda sem resolução.

Após a exoneração de Gonçalo Amaral, em 2 de outubro, Paulo Rebelo assumiu o cargo com prestígio, resultado de seu trabalho em grandes casos como o da Casa Pia, em 2002. A PJ de Faro, capital do Algarve, já havia assumido todos os casos do Departamento de Investigação Criminal (DIC) da cidade de Portimão, incluindo a investigação do desaparecimento da menina Madeleine, após o afastamento do chefe do DIC de Portimão, Gonçalo Amaral.

Os pais de Madeleine McCann estão encorajados com a notícia de que a polícia portuguesa dissipou uma rede de pedofilia. De acordo com o porta-voz da família, Clarence Mitchell, os polícias teriam confiscado 150 computadores em operações realizadas nas residências de 80 supostos de pedofilia em Portugal, e eles acreditam que possa haver um vínculo entre as investigações. Madeleine foi vista pela última vez em 3 de maio no centro turístico de Praia da Luz, onde passava férias com seus pais e irmãos. A garota britânica desapareceu enquanto seus pais jantavam em um restaurante próximo ao hotel onde estavam hospedados.

Exonerado Antes da nomeação, o antecessor no cargo, Gonçalo Amaral, entrou numa polêmica após declarar à imprensa que a polícia britânica favorecia os pais da garota, Kate e Gerry McCann, que em Portugal eram vistos como suspeitos por uma morte acidental da filha e ocultação do corpo.

Gonçalo Amaral foi afastado por ter “passado dos limites” e por razões “óbvias” segundo o chefe da PJ, Alípio Ribeiro. Como coordenador do DIC desde maio de 2006, Amaral declarou ao jornal português Diário de Notícias que a polícia britânica trabalha sobre “dicas” e investiga “unicamente” pistas e informações “trabalhadas” pelos pais de Madeleine McCann.

O coordenador afastado foi um dos investigadores do caso Joana, a menina portuguesa que desapareceu em 12 de setembro de 2004 na aldeia de Figueira, em Portimão, e cuja mãe Leonor Cipriano, e o tio João Cipriano, foram condenados a 20 e 19 anos de prisão, respectivamente, pela morte da criança.

Razão à polícia lusa Os últimos resultados das análises feitas nos laboratórios forenses de Birmingham, na Inglaterra, mostram que a polícia portuguesa agiu corretamente ao considerar Kate e Gerry McCann como argüidos (suspeitos) no desaparecimento da sua filha Madeleine, segundo divulgou a imprensa inglesa em 09 de outubro.

Citando fontes dos laboratórios de Ciências Forenses de Birmingham, onde há várias semanas estão sendo analisadas amostras de cabelo, fibras e fluidos encontrados em carro usado pelo casal, os jornais ingleses afirmam que se justifica o fato da polícia portuguesa ter acusado os pais de envolvimento no desaparecimento de Maddie.

O “Guardian” divulga que os vestígios encontrados no carro “pertencem à criança desaparecida e não foram transferidos por contato de roupas ou brinquedos”, como alegam Kate e Gerry McCann. Uma semana antes, a imprensa britânica como o tablóide “Daily Express” afirmava que não existiam fatos conclusivos sobre a teoria da polícia portuguesa de que a garota teria morrido no mesmo dia do desaparecimento e de que os pais seriam suspeitos.

Em declarações à imprensa, os McCann continuam declarando “absurdas” as acusações contra eles. Em 8 de outubro, eles declaram ainda que temem a não resolução do caso, dizendo que a idéia de nunca mais encontrá-la ou não saber o que aconteceu com a filha é “insuportável”.

Sedativos Em 10 de outubro, o jornal português “24 Horas” divulgou que uma fonte da PJ (Polícia Judiciária) revelou que o casal sedou os filhos Madeleine e os dois irmãos gêmeos Sean e Amelie, antes de saírem do hotel em que estavam hospedados, na Praia da Luz, na noite do desaparecimento. Segundo a fonte não revelada, as provas analisadas em Portugal e na Inglaterra apontam que os pais deram sedativos às crianças. Segundo veiculou a imprensa britânica, o pai de Madeleine e o avô afirmaram ao “The Sun” que o casal dava remédios para ajudar a filha mais velha a dormir.

A polícia portuguesa teria ainda afirmado que sete crianças estariam dormindo no quarto de Maddie quando ela desapareceu. Os amigos que passavam férias com o casal em Portugal teriam deixado seus filhos no mesmo quarto em que estava Maddie, apesar do porta-voz do casal ter desmentido a informação.

O chefe da PJ, Alípio Ribeiro, afirmou que todas as linhas de investigação no processo Madeleine McCann continuam em aberto. “Qualquer conclusão que se tire seria especulação”. Reconhecendo que a investigação “não é fácil”, o diretor da PJ ressaltou a necessidade de “fazê-la com serenidade”.

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