Instabilidade profissional é o fator mais marcante para o adiamento da natalidade

Da Redação
Com agencias

O ministro português do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, declarou que a instabilidade dos percursos profissionais é atualmente o fator mais marcante para o adiamento da decisão de ter filhos.

Vieira da Silva, durante a conferência “Natalidade: Como fazer crescer Portugal” que decorreu em Lisboa, defendeu que o reforço da estabilidade das relações profissionais tem de ser assumido como um objetivo nacional para ultrapassar a crise de natalidade existente em Portugal.

“Se nós não assumirmos como objetivo nacional um reforço da estabilidade das relações profissionais principalmente nos jovens e nas famílias jovens teremos mais dificuldade em ultrapassar esta limitação que temos hoje e que é um fator de diminuição do bem-estar social”, disse o ministro.

O Ministro acrescentou que “as licenças parentais, os apoios à natalidade e os equipamentos sociais valem pouco, quando se vive uma situação de profunda instabilidade nas relações laborais”.

“Na idade mais ativa e mais fértil foi onde menos cresceu emprego”, afirmou Vieira da Silva, acrescentando que “temos dificuldades em captar esses grupos etários”, que emigraram em busca de melhor emprego, e estão agora a ter filhos fora de Portugal.

Segundo dados oficiais, o grupo etário que menos cresceu em Portugal, em matéria de emprego, foi o correspondente à idade fértil. “É importante reconhecer que existe uma diminuição da natalidade para que possa ser vencida a batalha com respostas conjugadas de mobilização nacional”, defendeu.

Outro fator referido por Vieira da Silva que cria dificuldades à constituição de família foi a crescente dificuldade do acesso à habitação para jovens, um fenômeno mais sensível nas áreas metropolitanas.

“Portugal necessita de uma ação mais agressiva de combate à baixa taxa de natalidade, sobretudo quando o número de crianças que nascem é significativamente inferior ao número que as famílias desejariam ter”.

Segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística, a população em Portugal diminuiu em 2017, pelo nono ano consecutivo, uma vez que o número de mortes continua a ser superior ao de nascimentos.

De acordo com as “Estatísticas Vitais”, em 2017, nasceram com vida (nados-vivos) 86.154 crianças de mães residentes em Portugal, menos 972 crianças relativamente ao ano anterior, o que representa um decréscimo de 1,1%.

Também o Primeiro-Ministro António Costa já defendeu que o país “precisa de imigração” e de “atrair talento” para resolver o seu problema demográfico.

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