Incêndios: Mais de 430 mil hectares já arderam na UE, dobro do habitual

Da Redação com Lusa

Mais de 430 mil hectares de área florestal já queimaram na União Europeia (UE) este verão, o dobro do habitual até esta altura, segundo a Comissão Europeia, admitindo que os incêndios têm vindo a “piorar constantemente”.

“Os fogos florestais na Europa estão a piorar constantemente. Este ano, e até 17 de agosto [passada terça-feira], mais de 430.000 hectares arderam na UE, enquanto a média de 2008-2020 nesta altura do ano é inferior a metade dessa área”, indicou fonte oficial do executivo comunitário.

Questionada pela Lusa sobre esta época de incêndios na UE – nomeadamente após Portugal ter solicitado a Bruxelas a ativação do programa de observação por satélite Copernicus para o incêndio em Castro Marim – a Comissão Europeia observa que “as alterações climáticas estão também a prolongar a época dos fogos florestais por vários meses, aumentando a probabilidade de mais emergências […] para as comunidades na Europa”.

Ainda assim, até ao momento, “não foi recebido nenhum pedido de assistência de Portugal em 2021”, refere a Comissão Europeia à Lusa, numa altura em que o apoio solicitado pelo país na segunda-feira relativo aos mapas do Copernicus foi já encerrado.

Para esse incêndio que deflagrou em Castro Marim, no Algarve, e que foi dado como dominado na terça-feira, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil pediu então acesso aos mapas de satélite do Sistema de Gestão de Emergência Copernicus.

“Foram solicitados três tipos diferentes de mapas: um mapa de estimativa para identificar e avaliar grosso modo os locais mais afetados, um mapa de delimitação para avaliar a extensão geográfica do incêndio e um mapa de classificação para avaliar a intensidade e o alcance dos danos resultantes do evento”, precisa a fonte oficial do executivo comunitário à Lusa.

Na época de incêndios deste ano e até à passada quarta-feira, o serviço de satélite Copernicus foi já solicitado 30 vezes para incêndios florestais em todo o mundo, de acordo com os dados da Comissão Europeia fornecidos à Lusa.

Em causa estão, nomeadamente, pedidos de Itália (de 25 de julho, 01 de agosto, 11 de agosto) e Grécia (03 e 05 de agosto), entre outros países, como a Turquia (a 01 de agosto).

Também Espanha solicitou recentemente mapas de satélite para apoiar a avaliação dos incêndios florestais no país, alguns dos quais ainda estão ativos, segundo Bruxelas.

Outro dos apoios que a UE pode dar aos seus países e parceiros assenta na ativação do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, que, “ao longo dos últimos 10 anos, já respondeu a mais de 40 emergências de incêndios florestais em grande escala”, indica a instituição nesta resposta escrita.

Nesta época de fogos, e na sequência de pedidos da Grécia, Albânia, Itália, Macedônia do Norte e Turquia, a UE ajudou a mobilizar 14 aviões de combate a incêndios, três helicópteros, 250 veículos e cerca de 1.300 elementos de equipas de resgate ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil.

Só à Grécia chegaram, entretanto, nove aviões, 200 veículos e quase 1.000 bombeiros, disponibilizados pela Áustria, Croácia, Chipre, República Checa, França, Alemanha, Polônia, Romênia, Eslováquia, Espanha e Suécia.

“A recente operação na Grécia transformou-se na maior resposta aos incêndios florestais alguma vez coordenada no âmbito do Mecanismo de Proteção Civil da UE”, adianta a Comissão Europeia à Lusa.

Algumas regiões da Grécia, Espanha e Itália têm vindo a enfrentar severas ondas de calor.

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