Governo faz retrato da nova Classe C brasileira e estuda novas estratégias

Da Redação

O governo brasileiro divulgou o novo retrato da classe média brasileira. Na última década, 31 milhões de pessoas entraram na nova classe C. Atualmente, cerca de 95 milhões fazem parte dela, com renda familiar entre R$ 1.000 e R$ 4.000. Segundo a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência (SAE), são sobretudo jovens, com emprego formal, alto potencial de consumo e características heterogêneas.

O levantamento “Classe Média em Números”, lançado na segunda-feira, dia 8 de agosto, traz um perfil detalhado feito com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). O estudo tem por objetivo traçar as características desse grupo social, para que o governo defina políticas públicas específicas para o setor.

De acordo com a SAE, o governo deverá se adaptar a esta nova classe C, formada por muitas pessoas que saíram da pobreza, e responsáveis pelo crescimento brasileiro. Entre os ajustes nas políticas públicas, que deve acompanhar as mudanças no país, estão as áreas macroeconômicas, educação, cultura, crédito e saúde.

Em 2003 a classe média correspondia a 40% da população, saltando 6 anos depois para 52%. Já classe baixa, por sua vez, caiu de 85 milhões para 61 milhões nesse período. Ao fim de 2003, quase 40% da população brasileira vivia abaixo da linha da pobreza, sendo que em 2009 24% dos brasileiros estavam nessa situação. “Essa ascensão acelerada é resultado das políticas de proteção social, da retomada do crescimento econômico inclusivo, da expansão do emprego e do acesso ao crédito, assim como do aumento no grau de escolarização da sociedade” traz o documento.

Perfil da Classe C

Proporcionalmente, a classe média é a que concentra a maior quantidade de jovens entre 20 e 24 anos. Ao todo, 9,3% da classe C estão nessa faixa etária, contra 7,8% da classe alta e 7,7% da baixa. A maior parte das famílias, 63%, possui apenas um ou dois filhos. Em termos raciais, os negros, que em 1999 correspondiam a 36% da classe média, 10 anos depois passaram a responder por quase metade (48%). Apesar disso, entre a classe baixa eles ainda são maioria (67%).

A concentração na zona urbana e em cidades de pequeno porte se mostrou uma característica marcante da nova classe média, conforme demonstra o levantamento. Cerca de 90% das famílias que ganham entre R$ 1.000 e 4.000 vivem em áreas urbanas e quase metade (45%) em cidades de pequeno porte. A grande maioria dessas pessoas (48%) vive na região Sudeste, enquanto o Nordeste ainda concentra a maior parcela dos pobres (48% da classe baixa brasileira).

Cerca de 60 milhões de trabalhadores estão nessa faixa mediana de renda, o que corresponde a 58% da mão de obra ativa no país. Desse total, 42% trabalham com carteira assinada, sobretudo nas áreas de comércio, reparação e indústria de transformação. A Educação é outra preocupação desse novo grupo. Cerca de 40% da classe C tem de 8 a 11 anos de estudo.

O levantamento apresenta o perfil das três classes de renda brasileiras (baixa, média e alta), dividido em características pessoais (raça, faixa etária, sexo), regionais, educacionais, habitacionais, participação no mercado de trabalho, composição familiar e consumo.

Santa Catarina (64%), São Paulo (61%) e Rio Grande do Sul (60%) são respectivamente os estados que têm a maior porcentagem de sua população na classe média. Maranhão (36%), Piauí (37%), Paraíba (37%), Ceará (38%) e Pernambuco (39%), são os que possuem proporcionalmente um percentual menor da população na classe média.

A íntegra do estudo pode ser acessada na página: www.sae.gov.br/novaclassemedia

– Classe de renda em 2009: População: 182 milhões

Classe Baixa: 61 milhões (34% da população)
Classe Média: 95 milhões (52% da população)
Classe Alta: 26 milhões (14% da população)

– NO BRASIL: Características Regionais

Região Norte, 44% na classe baixa, 47% na média e 9% na alta.
Região Nordeste, 56% na classe baixa, 38% na média e 6% na alta.
Região Sudeste, 22% na classe baixa, 59% na média e 18% na alta.
Região Sul, 20% na classe baixa, 60% na média e 19% na alta.
Região Centro-Oeste, 27% na classe baixa, 56% na média e 17% na alta.

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