Governo contratou no último ano mais de 9 mil profissionais de saúde

Da redação

O governo português contratou 9.193 profissionais de saúde, entre abril de 2020 e abril de 2021. Segundo a Ministra da Saúde, Marta Temido, alguns médicos entraram nos quadros e outros (2.995) eram profissionais do programa de estabilização social que foram regularizados e, outros ainda, foram diretamente contratados pelas próprias instituições e também por tempo indeterminado.

Em audição na Comissão Parlamentar de Saúde, na Assembleia da República, a Ministra disse também que no Serviço Nacional de Saúde, em abril deste ano, 92% dos contratos registrados eram contratos sem termo e 8% contratos a termo.

“Isto excluindo o efeito da contratação de médicos internos, pois têm um vínculo de trabalho específico, que impõe um prazo. Se não considerarmos isto, a relação seria de 86% para 14%”, acrescentou.

Marta Temido destacou ainda o acréscimo de encargos no SNS com recursos humanos ser «o mais significativo» e que, no primeiro quadrimestre deste ano, este aumento se situou em mais 119,6 milhões de euros, face ao período homólogo do ano passado.

Reorganização

A ministra admitiu que pode ser preciso reorganizar serviços, como as urgências, redistribuir recursos e fazer adaptações para garantir “as melhores respostas” às necessidades assistenciais dos portugueses.

O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) do governo admite mudanças no modelo de organização de urgências metropolitanas e regionais, assim como a revisão das redes de referenciação para as várias especialidades hospitalares.

Questionada sobre se vai haver concentração de urgências, a ministra respondeu que “a obrigação do Governo é responder aos portugueses, às suas necessidades assistenciais” e que “isso será feito considerando quais são as melhores respostas em cada momento e a necessidade que possa existir de reorganizar serviços, redistribuir recursos e fazer adaptações”.

“As reformas do PRR não são feitas com outra intenção que não seja a de responder melhor às necessidades da população”, afirmou.

Marta Temido disse ainda que a atualização das redes de referenciação hospitalar “decorre de uma necessidade técnica”, que “por vezes não é mais rápida porque o trabalho técnico é muito minucioso e envolve grande disponibilidade, que não tem havido neste ano [por causa da pandemia]”.

“Tenho a certeza de que o que os portugueses querem, independentemente do local onde vivem, é ter acesso a bons serviços, não necessariamente a serviços pulverizados em todo o lado”, afirmou ainda Marta Temido, garantindo: “Não é intenção a destruição de serviços, pois os serviços não existem para satisfação dos profissionais, mas sim para responder às necessidades das populações”.

Quanto à reformulação da carteira de serviços dos hospitais, a governante disse que tem em vista “uma melhor eficiência na reposta”.

“A capacidade de congregar capacidades de resposta é relevante para a qualidade da resposta”, afirmou a ministra, dando como exemplo a área oncológica

“É isso que está por detrás da necessidade de rever as carteiras de serviço dinamicamente”, acrescentou.

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