Governo confirma 63 surtos de covid-19 ativos em escolas portuguesas

Mundo Lusíada
Com Lusa

As autoridades de saúde identificou em Portugal 63 escolas com surtos ativos de covid-19, segundo a ministra da Saúde, sublinhando que a estratégia passa por não encerrar estabelecimentos de ensino.

“Segundo a informação que a Direção-geral da Saúde nos reporta haverá 63 escolas com surtos ativos no país”, disse Marta Temido, na conferencia de imprensa de atualização de informação relativa à infeção pelo novo coronavírus.

A ministra foi questionada sobre o fechamento das escolas dos agrupamentos de Borba e Vila Viçosa, no distrito de Évora, devido aos casos de covid-19 e se tal também vai acontecer nos estabelecimentos de ensino de Lousada, Felgueiras e Paços de Ferreira, onde o aumento do número de casos mereceu medidas especiais anunciadas na quinta-feira pelo Governo.

A governante explicou que a decisão das autoridades de saúde pública é “médica e tomada em função de um determinado contexto”.

“Relativamente a Felgueiras, Paços de Ferreira e Lousada a decisão não foi o encerramento de escolas porque o que nós queremos controlar é uma disseminação da infeção em termos de outros contextos. A disseminação está muito associada a outros contextos que não são especificamente o trabalho ou a escola”, afirmou.

Marta Temido salientou também que não faz parte da estratégia “encerrar escolas a não ser em casos extremos, algo que a Organização Mundial da Saúde tem apelado”.

Testes

O Ministério da Saúde aceitou a proposta de fornecimento de 500 mil testes rápidos de detecção de infecção com o novo coronavírus apresentada pela Cruz Vermelha, anunciou ainda a ministra. Os testes vão chegar por fases e a primeira entrega deve ocorrer no início do próximo mês.

“O ministério da Saúde aceitou a disponibilidade da Cruz Vermelha Portuguesa para o fornecimento de testes rápidos. Estão pré-reservados, pela Cruz Vermelha Portuguesa, um total de 500 mil testes. [Serão recebidos] em tranches, de forma faseada, ao abrigo de um financiamento europeu. A primeira fase de entrega, 100 mil testes, será na primeira semana de novembro e serão utilizados nas condições definidas pela norma de estratégia nacional de testes para a SARS-CoV-2 em contexto de surtos”, observou.

Marta Temido clarificou mais à frente na conferência de imprensa que a integração destes testes rápidos não vai pesar no financiamento previsto para o Ministério da Saúde no Orçamento do Estado e que estes testes antigénio serão aproveitados para lidar com surtos em lares, segundo uma norma que vai sair “até ao final desta semana”.

Casos

Portugal contabiliza nesta sexta-feira mais 31 mortos relacionados com a covid-19 e 2.899 casos confirmados de infecção com o novo coronavírus, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).

De acordo com o boletim deste dia 23, desde o início da pandemia de covid-19 Portugal já contabilizou 112.440 casos confirmados e 2.276 óbitos.

As autoridades de saúde têm 57.455 pessoas em vigilância, mais 1.646 do que na quinta-feira.

A DGS revela ainda que estão ativos 44.284 casos, mais 1.519 em relação a quinta-feira.

O número de óbitos registrado está em valores próximos dos registrados em abril. Até ao momento o maior número de mortes foi registado a 03 de abril quando 37 pessoas perderam a vida devido à covid-19.

Os internamentos hospitalares atingiram hoje um novo recorde desde o início da pandemia com o registo de mais 53 pessoas internadas nas últimas 24 horas totalizando 1.418. Na quarta-feira os dados davam conta da existência de 1.365 casos superando o valor máximo registado em abril de 1.302.

Nos cuidados intensivos estão internados 198, menos dois do que na quinta-feira. O máximo de internamentos em Unidades de Cuidados Intensivos foi registado em 07 de abril, dia em que 271 pessoas estavam nestas unidades com covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2.

Segundo o boletim epidemiológico, das 31 mortes registradas, 14 ocorreram na região Norte, nove em Lisboa e Vale do Tejo, cinco no Centro, duas no Alentejo e uma no Algarve.

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