Exportar Pasteis de Nata?

O ministro da Economia fala sobre internacionalização dos famosos pasteis de nata, e o Mundo Lusíada traz diversos exemplos já ocorridos em vários países, além do planejamento de uma empresa portuguesa a iniciar um franchising da iguaria portuguesa, vindo para o Brasil.

 

 

Mundo Lusíada

“Por que não existe um ‘franchising’ de pastéis de nata?”. A indagação foi feita pelo ministro português da Economia, Álvaro Santos Pereira, em 12 de janeiro, e dentre os apoiadores da ideia e os que a chamaram de inusitada, foi aberta uma grande discussão sobre o tema na imprensa lusa.

Afinal, um dos produtos símbolos da gastronomia portuguesa já está sendo produzida em diversos países do mundo, onde se encontra comunidades portuguesas radicadas. Além de muitas empresas que vendem os famosos pastéis, da Austrália aos EUA.

A China é o país que mais produz e consome pasteis de nata. Para se ter uma ideia, em Lisboa, a famosa fábrica dos tradicionais pasteis de Belém, desde 1837, vende cerca de 20 mil unidades por dia. Mas na cidade de Hong Kong, pastelarias vendem o dobro. Por lá, é o produto português mais conhecido dos chineses, intitulado “torta de ovos” em inglês, e que entrou no país por Macau, o arquipélago que já foi território português e hoje tem uma administração autônoma, apesar de ser território chinês.

Também em Londres, um emigrante no país chega a vender 10 mil pasteis por semana, ou seja, mais um que pensou na internacionalização do produto. Carlos Gomes está há 40 anos na Inglaterra, e já teve inclusive muitas encomendas para a família real.

Víctor Silveira e Christophe Boitiaux foram para França com a mesma ideia: “Eu soube sempre do poder do pastel de nata. Um pastel de nata bem feito encanta portugueses e estrangeiros. [As pessoas] provam e ficam logo com um sorriso na cara”, disse à agência Lusa. A loja deles fica a poucos metros da Câmara de Paris, numa rua com burburinho constante. Durante a semana vendem-se entre 200 e 500 pastéis de nata por dia. Aos fins de semana as filas passam da porta, os pastéis vendidos chegam aos mil. A procura é tanta que os sócios já planejam abrir mais uma loja em Paris.

Já no Brasil, conhecemos a dimensão dos “pasteis de Belém”, como é chamado por aqui, estando presente em praticamente todas as reuniões e festivas da comunidade luso-brasileira. Ainda, a rede de fast-food árabe no Brasil Habib’s, que é propriedade do português Alberto Saraiva, apostou na famosa sobremesa portuguesa e incluiu a iguaria em suas 340 lojas pelo país. De acordo com informações da empresa, é vendido 20 milhões de Pastéis de Belém por ano na rede, passando os números dos seus pratos tradicionais árabes. Deu tão certo que ele apostou em um novo produto português no cardápio, o bolinho de bacalhau.

Em Portugal, responsáveis da Confraria do Pastel de Nata declararam que essa exportação já existe. “Há décadas que se exportam pastéis de nata. E como Vancouver, no Canadá – onde o ministro da Economia viveu –, foi dos primeiros destinos deste produto, está visto que o Governo não fez os estudos de mercado suficientes”, ironizou Vicente Themudo Castro, responsável da Confraria do Pastel de Nata. Segundo ele, em Portugal dois dos maiores exportadores de pastéis de nata são espanhóis: Frida Alimentar e Europastry.

Enquanto isso, a empresa beBusiness já trabalhava num projeto de exportação do famoso pastel, antes mesmo de ouvir as declarações do ministro português. Eles preparam há meses um franchising dos pasteis que deve ser lançado até o verão em Portugal, com estimativa de abrir dez lojas em Portugal e 20 no Brasil. E com expectativa de crescer muito até 2014, tanto no Brasil, como na China, Japão, Inglaterra e França.

 

Governo

O ministro da Economia defendeu que o caminho para a internacionalização das empresas portuguesas passa pela afirmação dos produtos nacionais, dando como exemplo os pastéis de nata, que podem ser tão vendáveis “como os churrascos Nando’s ou os hambúrgueres”.

Álvaro Santos Pereira, que falava na abertura da Conferência ‘Made In Portugal’, afirmou que Portugal “tem falhado” no que diz respeito às exportações de produtos nacionais, “tal como as natas”, acrescentando que outros países exploram esses conceitos de uma forma diferente.

Pedro Passos Coelho também citou a internacionalização da iguaria. “Não sou um especialista, sou um consumidor que aprecia muito os pastéis de nata. E julgo que é melhor não glosar mais este tema, para não parecermos aqui uns gulosos pela doçaria portuguesa, que é boa”, afirmou o primeiro-ministro. “Eu espero que os pastéis de nata possam ter uma grande internacionalização. Eu adoro pastéis de nata”.

E o ministro português continua na sua defesa: “devemos dar preferência ao que é português porque o que é português é bom. É preciso investir recursos na marca Portugal.”

 

*Confira a reportagem completa na última edição do Mundo Lusíada.

 

7 Comments

  1. tenho interesse em ser uma franqueadora do pastel de nata.pois aqui onde resido não existe pastel de nata, e tem muitos portugueses,as pessoas quando vão a portugal todos comentam sobre o pastel de nata.meu marido é portugues.temos muito interesse em abrir uma pastelaria só com pastel de nata. como devo fazer. agradeço. tania pita

  2. o chamado “pastel de Belém” do Habbibs não tem nada a ver com um pastel de NATA e muito menos com o pastel de Belém.
    A massa externa não é massa folhada e o recheio não tem nada a ver com natas, tal como estamos habituados.

  3. Boa tarde,

    Tenho um empresa que vai iniciar a actividade de exportação de alguns produtos como por exemplo natas de limão e chocolate , bolo rei , pão de ló , massa folhada.

  4. Tenho muito interesse de abrir uma franquia dos tradicionais pastéis de nata em Recife, Pernambuco .
    Como faço ? A quem devo me reportar ?

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