Escolas portuguesas vão ter campanha permanente de testes de Covid

Da Redação
Com Lusa

As escolas em Portugal vão ter uma “campanha permanente” de testes antigênio para despistar casos de infecção de covid-19, a medida está entre as anunciadas pelo primeiro-ministro.

“Um dos fatores que melhor nos tem permitido controlar a gestão da pandemia é termos adotado uma política de testagem massiva: testagem, testagem, testagem. Relativamente às escolas vamos acompanhar o funcionamento das escolas com uma campanha de testes antigênio de forma a podermos ir detectando casos não detectados de eventuais contaminados”, disse António Costa.

O anúncio foi feito no final da reunião de Conselho de Ministros, na qual ficou decidido que as aulas presenciais iriam continuar em todos os níveis de ensino.

O primeiro-ministro prometeu que os estabelecimentos de ensino iriam estar abertos “com as cautelas que tornaram a escola segura”.

Segundo o primeiro-ministro, o processo de campanha de testagem está neste momento a ser articulado entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação.

A ideia é ter “uma campanha permanente de testes antigênio no sistema educativo de forma a despistar qualquer cadeia de transmissão que possa existir”, explicou.

A realização de testes de despistagem é uma das exigências que tem sido reivindicada por sindicatos de professores e diretores escolares.

Professores e funcionários escolares têm também pedido para fazer parte dos grupos prioritários de vacinação contra a covid-19.

Questionado sobre essa hipótese, o primeiro-ministro remeteu para o grupo técnico que define as prioridades de vacinação contra a covid-19 a hipótese de puderem passar a integrar um dos grupos prioritários.

 “O critério de vacinação é definido por um grupo técnico e dirá o que terá a dizer sobre essa matéria”, afirmou.

A pergunta surgiu depois de o primeiro-ministro anunciar que as escolas de todos os ciclos de ensino vão manter-se abertas “em pleno funcionamento” durante o novo Estado de Emergência que entra em vigor na quinta-feira.

Sobre a possibilidade de ter de se alterar a medida de manter abertos todos os ciclos de ensino caso haja um agravamento da situação epidemiológica, António Costa optou por salientar como “o primeiro período [de aulas] correu muito bem” em termos de surtos.

“Verificamos ao longo de todo o primeiro período que o número de surtos foi diminuto e mesmo o número de casos reportados num universo escolar que envolve cerca de 1 milhão e 200 mil pessoas [ensino obrigatório] não teve um peso significativo”, disse, sublinhando que “a escola é um local seguro e essencial ao processo da aprendizagem”.

Considerando que “o primeiro período correu muito bem, não há nenhuma evidência que corra mal”.

O primeiro-ministro reconheceu “todo o esforço extraordinário que os professores fizeram” desde março, quando o ensino presencial foi substituído pelo ensino à distância, mas lembrou que o fecho das escolas representou “um custo para as crianças”.

“Não podemos sacrificar mais uma vez uma geração que é a que nos dará continuidade. Sacrificar de novo mais um ano letivo seria altamente prejudicial e por isso vamos manter as escolas abertas em todos os seus escalões, desde o pré-escolar até ao ensino pós-universitário”, disse.

António Costa explicou que a medida se prende com “a necessidade de não voltar a sacrificar a atual geração de estudantes”.

Já na terça-feira, o ministro da Educação tinha defendido, no parlamento, a manutenção das aulas presenciais, lembrando que o ensino à distância prejudica as aprendizagens dos alunos, em especial os mais carenciados.

António Costa reconheceu que o “tema divide a comunidade científica, mas une a comunidade educativa”, referindo-se aos representantes dos pais e encarregados de educação assim como dos diretores escolares.

Na terça, o primeiro-ministro e líderes partidários estiveram reunidos com especialistas para avaliar a situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal, não havendo consenso entre os peritos quanto à melhor solução para as escolas.

“Estamos a viver o momento mais perigoso, mas também um momento de mais esperança”, afirmou António Costa, pedindo às pessoas se fixem na regra de “ficar em casa” e não nas exceções.

Portugal ultrapassou os 500 mil casos de infecção com o novo coronavírus registrados desde o início da pandemia, em março de 2020, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

De acordo com o boletim epidemiológico da DGS, com o registro de 10.556 novos casos nas últimas 24 horas, Portugal atingiu hoje os 507.108 casos confirmados de infecção com o novo coronavírus, que provoca a doença covid-19.

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