Doze pessoas infectadas em surto no hospital São José em Lisboa

Da Redação
Com Lusa

Doze pessoas, entre doentes e funcionários do hospital de S. José, testaram positivo à covid-19, após ter sido identificado na quarta-feira um caso de infecção no serviço de cirurgia, anunciou o hospital.

Segundo João Varandas Fernandes, da direção clínica do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, testaram positivo sete doentes, que foram transferidos para o serviço de infeciologia do Hospital Curry Cabral, assim como quatro enfermeiros e um assistente operacional.

A presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Rosa Valente de Matos, sublinhou que foram ativados todos os procedimentos e que não há motivo para alarme.

“O Hospital de São José tem tomado e continuará a tomar todas as medidas de segurança para que os doentes possam vir com segurança ao hospital, ao nosso serviço de urgência e às nossas consultas externas”, disse Rosa Valente de Matos, num discurso em que tentou “acalmar a tranquilizar as pessoas”.

Na quarta-feira de manhã, um doente internado no serviço de cirurgia começou a apresentar sinais clínicos de possível infecção de sars-cov2, acabando por testar positivo, contou João Varanda Fernandes, explicando que todos os 36 doentes do serviço da enfermaria foram testados assim como todos os profissionais de saúde.

Entre os 15 homens e 21 mulheres internados e testados, registaram-se seis novos casos positivos, que foram transferidos para o serviço de infeciologia e para a área de internamento do serviço de medicina do Hospital Curry Cabral, também em Lisboa.

Além disso, foram cancelados todos os internamentos e “procedeu-se à limpeza e desinfecção das enfermarias” onde os doentes infetados tinham estado, acrescentou o responsável clínico.

Em relação aos profissionais de saúde, foi acionado o plano de contingência, tendo sido testados 109 pessoas. “Até ao momento, temos cinco positivos: quatro enfermeiros e um assistente operacional”, disse João Varanda Fernandes.

Estes cinco profissionais são todos doentes assintomáticos e vão permanecer em quarentena no domicílio durante os próximos 14 dias.

Em relação aos restantes profissionais de saúde que testaram negativo, foram tomadas duas medidas diferentes, tendo em conta se são considerados de alto ou de baixo risco.

Os profissionais de alto risco vão ficar em isolamento profilático em casa durante 14 dias, sendo testados novamente dentro de uma semana.

Já os de baixo risco vão continuar a trabalhar com “automonitorização e uma vigilância muito perto e contacto regular”, acrescentou o responsável.

Também o diretor sublinhou que foram cumpridas todas as normas de segurança, tanto do ponto de vista médico como clínico, e que não há perigo: “Podem vir aos nossos serviços de urgência e consultas, que continuamos atentos e a trabalhar as horas que forem necessárias”, disse.

Surto em Reguengos

A Misericórdia de Évora voltou a suspender as visitas aos utentes dos dois lares que possui, devido aos casos positivos de covid-19 na cidade e no concelho vizinho de Reguengos de Monsaraz

“Há uns quantos casos de pessoas contagiadas na zona de Évora, especialmente provocados pelo surto de alguma dimensão existente em Reguengos de Monsaraz”, disse à agência Lusa o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Évora (SCME), Francisco Lopes Figueira.

Nesse sentido, vincou o responsável, a instituição decidiu, por precaução, “aumentar o distanciamento entre os utentes e outras pessoas”, tendo suspendido as visitas de familiares.

A medida prolonga-se, pelo menos, por um período de 15 dias, abrangendo as duas estruturas residenciais para idosos da instituição, ambas localizadas em Évora, o Recolhimento Ramalho Barahona e o Lar de Nossa Senhora da Visitação.

O concelho vizinho de Reguengos de Monsaraz registra o maior surto de covid-19 no Alentejo, com 16 óbitos e 131 casos ativos, na sequência de um foco detectado, em 18 de junho, no lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva.

Reconhecendo que já “são muitos meses” de limitações nas visitas e que “é um sacrifício que começa a ser difícil de manter”, Francisco Lopes Figueira sublinhou que “os utentes, com isolamento muito intenso, começam a ter outros problemas e dificuldades”.

“Reativamos algumas atividades internas e coletivas, mas voltamos a reforçar as barreiras aos contatos com o exterior”, assinalou o provedor da SCME, lembrando que este “passo atrás” é dado após pouco mais de um mês de terem sido retomadas as visitas nos lares.

Segundo os dados da Direção-Geral da Saúde, Portugal registra nesta quinta-feira mais 13 óbitos por covid-19, em relação a quarta-feira, e mais 418 casos de infecção confirmados, dos quais 328 na região de Lisboa e Vale do Tejo.

De acordo com o boletim epidemiológico diário, o total de óbitos por covid-19 desde o início da pandemia é agora de 1.644 e o total de casos confirmados é de 45.277.

Furo no isolamento

Os Açores não registraram novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas e o único caso ativo na ilha Terceira regressou a Portugal continental, descumprindo medidas de isolamento, segundo a Autoridade de Saúde Regional.

Em comunicado, a autoridade revelou que o homem “diagnosticado com infecção por SARS-CoV-2 na ilha Terceira regressou quarta-feira a território continental, incumprindo as medidas de isolamento profilático determinadas pela Delegação de Saúde Concelhia de Angra do Heroísmo”.

“Após ter conhecimento de que a primeira análise de seguimento da doença havia produzido resultado negativo e de que a segunda, realizada a 07 de julho, produziu ainda resultado positivo, e apesar de ter sido informado telefonicamente desse resultado cerca das 12:00 de 08 de julho pela Equipa de Acompanhamento Domiciliário de Doentes covid-19, o referido indivíduo partiu para território continental à revelia das autoridades”, prossegue a nota.

A Delegação de Saúde Concelhia de Angra do Heroísmo já contactou a Autoridade de Saúde Nacional e já diligenciou a “necessária ação judicial pelo incumprimento”.

Sem registrar novos casos desde sábado, os Açores ficam assim com cinco casos positivos ativos, sendo quatro em São Miguel e um nas Flores.

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