Covid-19: Portugal deixa estado de calamidade e passa a estado de contingência

Mundo Lusíada com Lusa

Portugal vai deixar de estar em estado de calamidade devido à pandemia de covid-19 e passa a estado de contingência, anunciou a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, que enfatizou a evolução positiva.

“Assim, no que diz respeito às medidas gerais, deixamos de estar em estado de calamidade e passamos a estado de contingência, com regras aplicáveis em todo o território continental”, disse a governante, na conferência de imprensa realizada após o Conselho de Ministros, que se reuniu de forma extraordinária para antecipar as alterações previstas na segunda fase do plano de desconfinamento.

Na sua intervenção inicial, a ministra destacou que o país apresenta uma incidência de 316,6 casos por 100 mil habitantes a 14 dias e um índice de transmissibilidade (Rt) de 0,98.

“Quando vemos a evolução, vemos que desde o início deste mês o Rt voltou a subir, mas continuando abaixo de 1. No mês de julho, quando se apresentou o quadro que atualmente seguimos, passamos a uma fase em que o elemento central passou a ser a percentagem de população vacinada com as duas doses. No dia 18 de agosto ultrapassamos os 70% e o país tem uma percentagem acima da média da União Europeia”, salientou.

Mariana Vieira da Silva comparou ainda a última onda epidêmica com a que ocorreu no início de 2021, vincando que Portugal não se aproximou nunca dos valores de janeiro e que a situação atual é de “planalto”.

“Na comparação entre as duas ondas em relação aos internamentos, a diferença é ainda mais significativa. O mesmo no que diz respeito às unidades de cuidados intensivos, tendo o país neste momento valores que estão a cerca de metade daquela que é a linha vermelha de 255 camas”, indicou, acrescentando: “No que diz respeito aos óbitos, os valores mantêm-se estáveis e a iniciar uma tendência descendente”.

Restaurantes

Os restaurantes, cafés e pastelarias passam a ter limite máximo de oito pessoas por grupo no interior e de 15 pessoas por grupo em esplanadas, segundo as novas restrições contra a covid-19, aprovadas em Conselho de Ministros.

A medida foi anunciada pela ministra e primeira-ministra em exercício durante as férias do primeiro-ministro, e integra a segunda fase do desconfinamento, por se ter atingido os 70% da população vacinada contra a covid-19 no dia 18 de agosto e entra em vigor a partir da próxima segunda-feira.

Atualmente, no que respeita ao número de pessoas por mesa nos restaurantes, cafés e pastelarias, a regra é de seis pessoas por mesa no interior e 10 pessoas por mesa nas esplanadas.

Segundo a ministra, nesta segunda fase do levantamento das restrições, os espetáculos culturais passam a ter 75% de lotação (contra os 66% de lotação atuais), assim como eventos como casamentos e batizados.

Transportes

Os transportes públicos vão deixar de ter limite de lotação a partir de segunda-feira.

“Os transportes públicos deixam de ter limitação da sua capacidade de lotação e passa a ser permitida a utilização dos bancos dianteiros no transporte em táxi e no transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados a partir de plataforma eletrônica”, lê-se no comunicado do Conselho de Ministros.

Os transportes públicos deixam assim de ter as limitações a que estavam sujeitos desde 10 de junho, ou seja, lotação de dois terços e, no caso de táxis e TVDE, proibição de utilização dos banco da frente.

Portugal regista hoje nove mortes atribuídas à covid-19, 2.507 novos casos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2, uma redução nos internamentos em enfermaria e um aumento nos cuidados intensivos, segundo dados oficiais.

De acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) estão hoje internadas 687 pessoas com covid-19, menos uma em relação a quinta-feira, 143 das quais em cuidados intensivos, mais duas.

A área de Lisboa e Vale do Tejo, com 838 novos casos e a região Norte, com 948, têm 71,2% do total das novas infeções verificadas nas últimas 24 horas.

As mortes ocorreram na região de Lisboa e Vale do Tejo (5), na região Centro (3)e no Algarve (1).

Relativamente às idades das vítimas mortais, o boletim regista que cinco tinham mais de 80 anos, três entre 70 e 79 anos e uma entre 50 e os 59 anos.

Sobre a caracterização etária dos novos casos de infeção confirmados, é nos jovens entre os 20 e os 29 anos (homens e mulheres) que se registaram mais casos, com mais 704 infetados nas últimas 24 horas.

Seguem-se as faixas etárias entre os 10 e os 19 anos (514 novos casos) e entre os 30 e os 39 anos (342 novos casos).

Os dados divulgados pela DGS mostram também que há mais 107 casos ativos, totalizando 44.916, e que 2.391 pessoas foram dadas como recuperados nas últimas 24 horas, o que aumenta o total nacional para 952.094 recuperados.

Desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram em Portugal 17.622 pessoas e foram registrados 1.014.632 casos de infecção.

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