Comissão Alargada inova com iniciativas para sensibilizar a comunidade

Ígor Lopes

Comissão aplica novas idéias e promove iniciativas pioneiras

 

Cerca de 40 mulheres vão participar nessa formação que vai ser dividida em quatro módulos, com duração de cinco semanas. O objetivo prende-se, primeiramente, com a sensibilização da população e, em particular, com as referidas mães, para as questões da prevenção primária de situações de risco em relação a crianças e jovens. Numa outra perspectiva, será tratada a intervenção efetiva em situações de perigo já identificadas por aquela entidade, combatendo ou atenuando o perigo iminente a que estas crianças estão sujeitas. Na base deste trabalho procura-se diminuir as situações que ponham em causa a segurança, saúde, formação, educação ou desenvolvimento, em que estão presentes lacunas na gestão familiar e nos afectos. Esta ação social atinge, prioritariamente, grupos desfavorecidos na população concelhia. Com esse programa, a ideia é atingir os filhos através da intervenção com os pais. Um dos maiores problemas identificados pela Comissão naquele município diz respeito à falta de acompanhamento dos pais em relação aos filhos, a falta de higiene, o défice de cuidados afectivos ou distanciamento, desadequação na alimentação e a exposição a modelos de comportamento desviantes por parte dos adultos. “Essas problemáticas dificultam o desenvolvimento das crianças, repercutindo-se nefastamente na sua organização individual, de modo inevitável no plano social que pressupõe a sua integração ajustada na sociedade”, elucida Ivete Centenário, psicóloga e técnica da Comissão. “Durante a formação, pretende-se fazer com que as formandas possam reconhecer os problemas dos filhos e as suas dificuldades ao nível familiar, cuja a sensibilização permita a não perpetuação de comportamentos desajustados”, completa. A maioria dessas mulheres está inserida em famílias beneficiarias do Rendimento Social de Inserção ou está desempregada. O baixo nível de instrução e o facto de terem processo instaurado nessa Comissão foram alguns dos requisitos utilizados para a selecção que dá acesso a essa formação. Segundo Cláudia de Jesus, vereadora com o pelouro da acção social, juventude e cultura da Câmara de Armamar, esse tipo de iniciativa não é uma actividade partidária, mas sim um acção na qual será valorizada uma política social de acordo com as necessidades da população do concelho. Para esta responsável, após um levantamento feito no município, pelo Programa Rede-Social, foram detectadas várias problemáticas que vão de encontro às características desta iniciativa, como as que dizem respeito às lacunas na educação e formação em parte da população do concelho. O abandono escolar revelou-se uma realidade. “Os pais acabam por errar por falta de informação e não por maldade”, justifica Cláudia de Jesus. Para melhorar esse quadro no concelho, a Comissão pretende atribuir um carácter anual a este tipo de iniciativas. Num futuro próximo, e dando continuidade a este tipo de acções de sensibilização/formação, espera-se dar destaque a outros grupos alvo e problemáticas que abranjam o contexto dos processos trabalhados.

 

Temas como o alcoolismo e a austeridade excessiva dos pais serão levados em conta. Note-se que a CPCJ de Armamar, presidida pelo director do Centro de Saúde do concelho, Carlos Campos, conta actualmente com cerca de 39 processos activos.

 

Neste momento, a entidade oferece uma linha direta, através do número 254850810 para sinalizações de situações de perigo anônimas ou identificadas e para outras informações de apoio às crianças e jovens, famílias e comunidade.

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