Com praias liberadas, Autoridade Marítima fiscaliza para assegurar distância de segurança

Da Redação
Com Lusa

A Autoridade Marítima Nacional (AMN) anunciou neste sábado que estará nas praias portuguesas “com um robusto dispositivo” constituído por elementos das capitanias, Polícia Marítima e estações salva-vidas para garantir que “não adotem comportamentos de risco”.

O Governo anunciou na sexta-feira as medidas a adotar nas praias durante a época balnear, no âmbito do plano de desconfinamento, e que incluem, entre outras medidas, a limitação da lotação de bares e restaurantes a 50%, bem como uma possível reorganização das esplanadas para assegurar a distância de segurança.

A distância física entre os utentes deve ser de 1,5 metros e entre chapéus de sol, toldos ou colmos de 3 metros.

A ANM refere que as regras de distanciamento físico já estão em vigor noutros setores da sociedade e os portugueses têm sabido respeitá-las, esperando que a mesma atitude seja adotada nas praias.

Segundo a ANM, cabe “em primeiro lugar a utentes e banhistas” assegurar que esta atitude aconteça.

“Não obstante, e à semelhança do que já fazemos há mais de dez anos, a Autoridade Marítima vai estar no terreno com um robusto dispositivo, constituído por elementos das capitanias – que incluem militares da Marinha nos programas SEAWATCH (vigilância motorizada) e Praia Segura (vigilância apeada) –, Polícia Marítima e das estações salva-vidas, através do qual asseguraremos a vigilância, a assistência e o socorro, garantindo que as pessoas não adotam comportamentos de risco”, salienta.

Sobre existência de “sinalética tipo semáforo” para informar sobre o estado de ocupação das praias, a ANM considera que “será um indicador importante” para todas as autoridades empenhadas no processo de acompanhamento e de aconselhamento a utentes e banhistas, sendo um contributo “para auxiliar as pessoas a decidir para onde ir quando elas preparam a sua deslocação para os espaços balneares”.

A Autoridade Marítima sublinha ainda que as regras definidas sobre a época balnear devido ao covid-19 vão ser “melhor conhecidas quando for publicado o decreto-lei do Governo, mas os princípios enunciados constituem já uma definição clara para orientar o trabalho de detalhe que tem estado a ser desenvolvido ao nível das estruturas que estão no terreno”.

Portugal entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março, e na próxima segunda-feira vai entrar na segunda fase de desconfinamento.

Entre as medidas estão a retoma das visitas em lares, a reabertura das creches e dos equipamentos sociais de apoio à deficiência, aulas presenciais para os 11.º e 12.º anos, e a reabertura de algumas lojas de rua, cafés, restaurantes, museus, monumentos e palácios.

Os últimos dados da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia indicam que Portugal contabiliza 1.203 mortes relacionadas com a covid-19, mais 13 do que na sexta-feira, e 28.810 infectados, mais 227.

Alguns não abrem

João Carreira, presidente da Federação Portuguesa dos Concessionários de Praia, diz que “há uma série de concessionárias que não vão ter condições de abrir, mais até no norte”, mas assegura que vão cumprir as regras emitidas.

Esta é a principal preocupação do representante dos concessionários, já que naquilo que diz respeito aos distanciamentos mínimos obrigatórios, acredita que “as coisas vão correr bem”, porque “os próprios utentes já têm essa noção”.

O responsável reconhece que é um “ano atípico” e assegura que os “concessionários estão no terreno querem ajudar”, mas apela à ajuda de todas as entidades competentes.

“Há zonas do país que vão ter problemas, porque há concessionários com apoios mínimos que não vão abrir”.

Alguns trabalhavam essencialmente com excursões, grupos de escolas ou colônias de férias, o que este ano não vai poder acontecer, outros confrontam-se com a possibilidade de ver o seu espaço reduzido a duas ou três mesas, devido à ocupação do espaço estar reduzida a 50%, “o que não é viável para o seu funcionamento porque as despesas são enormes”.

Além disso, há todos aqueles que, devido à idade avançada que têm ou debilidades de saúde, têm receio e já fizeram saber que não vão abrir.

“Isso também se vai refletir no emprego, vamos dar emprego a muito menos gente no litoral”, alertou.

Outro problema apontado por João Carreira é o da falta de salva-vidas, e o presidente da federação de concessionários está a contar com a ajuda das autarquias, da Agência Portuguesa do Ambiente e do Instituto de Socorros a Náufragos para “resolver esta situação da segurança nas praias”.

A situação “não está muito simpática, porque havia muitos nadadores salvadores brasileiros, e de outros países, argentinos também, que vinham ajudar nos quantitativos dos planos integrados, coisa que não aconteceu este ano” devido à covid-19.

“O que sugerimos é que fossem as autarquias a contratar os nadadores salvadores. Nós montávamos todos os postos de praia, de primeiros socorros e fazíamos parte da solução, mas a responsabilidade da contratação dos nadares salvadores, quanto a nós, deveria, visto ser um ano atípico, passar pelas autarquias e autoridades marítimas”, acrescentou.

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