Com menos nascimentos, 91 países já não garantem renovação de gerações

Da Redação
Com RTP

Um estudo da revista The Lancet analisou dados da fertilidade num total de 195 países entre 1950 e 2017. Em 1950, a média a nível mundial dos nascimentos por mulher era de 4,7 crianças, agora o número é muito inferior: no ano passado, a média a nível mundial por cada mulher é de 2,4 crianças.

Os dados divulgados pela RTP em Portugal mostram que o impacto dos números cai sobre as taxas de fertilidade, de mortalidade e os fluxos migratórios.

No caso português, a taxa de fertilidade é de 1,3, bastante abaixo dos números necessários para garantir a renovação das gerações (2,05).

Portugal integra ainda um grupo de 33 países em “declínio populacional” desde 2010, tal como também acontece com Espanha, Grécia, Polônia, Romênia, Cuba e Japão.

“Estamos a chegar a um ponto decisivo em que metade dos países do mundo está abaixo do nível de reposição de nascimentos. É muito provável que esta situação continue num futuro próximo, e a forma como os países de mais altos rendimentos têm lidado com níveis de fertilidade mais baixa é através das migrações. Isso traz consequências, e algumas sociedades não se têm mostrado satisfeitas com os altos níveis de imigração”, aponta Christopher Murray, diretor do Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), da Universidade de Washington.

Em contraponto ao que acontece sobretudo em países mais desenvolvidos, incluindo Europa, Estados Unidos, Coreia do Sul e Austrália, o cenário é totalmente diferente noutros pontos do globo.

No Níger, por exemplo, registra-se a mais elevada taxa de fertilidade do mundo: 7,1 filhos por mulher. O cenário é idêntico noutros países africanos: Chade (6,7), Somália (6,1), Uganda (5,2) ou Angola (5,1), por exemplo. No “top 10” dos países com mais elevadas taxas de fertilidade, apenas um país não-africano: o Afeganistão, com 6.0.

Mas o contributo destes países não é suficiente para inverter a tendência de declínio no crescimento da população a nível mundial.

Segundo o estudo da revista The Lancet, citada pela RTP, três fatores identificam o declínio da taxa de fertilidade: o menor número de mortes durante a infância, o que faz com que as mulheres tenham menos filhos, maior acesso a contraceptivos e o crescente número de mulheres nos sistemas de educação ou no mercado de trabalho.

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