Com mais de mil casos, Brasil anuncia antiviral para tratar varíola dos macacos

Da Redação com agencias

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou nesta segunda-feira que o Brasil receberá, por intermédio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o antiviral Tecovirimat para “reforçar o enfrentamento ao surto” de varíola dos macacos.

“Serão contemplados casos mais graves em um primeiro momento”, adiantou. O Tecovirimat tem sido oferecido como opção de “uso compassivo [autorização de uso de medicamento novo por agência reguladora, ainda sem registro definitivo]” nos Estados Unidos. Entretanto, ainda não há dados que demonstrem a eficácia do antiviral para o tratamento da varíola dos macacos.

Segundo dados do Ministério da Saúde, até domingo, 1.342 casos de varíola dos macacos foram registrados no país. Na última sexta (29) a pasta confirmou a primeira morte pela doença no Brasil.

A vítima era um homem, de 41 anos. Ele estava internado em Belo Horizonte (MG) e tinha comorbidades que podem ter prejudicado o quadro clínico. O Ministério da Saúde investiga as circunstâncias da morte, adiantou a EBC.

Emergência pública

A primeira morte “merece uma atenção sobretudo das autoridades sanitárias e dos profissionais da saúde”, segundo Evaldo Stanislau de Araújo, médico infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (FM) da USP em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição.

Na perspectiva da saúde pública, este caso emite um sinal de alerta para a contenção da contaminação pela varíola. “Nós precisamos disponibilizar a vacina a esses grupos mais vulneráveis para que a gente faça um bloqueio vacinal e também a contenção da disseminação”, recomenda o infectologista. A liderança do Ministério da Saúde no treinamento e na capacitação de funcionários na testagem, no trabalho de conscientização e na campanha de vacinação são os meios para não cometer os mesmos erros da covid-19, de acordo com o médico.

Em 23 de julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a enfermidade como uma emergência de saúde pública de interesse internacional, sob risco de disseminação. Na última década, apenas zika, ebola e covid-19 foram declaradas com grau de atenção equivalente. A ação obriga agências sanitárias a aumentar medidas preventivas e incentiva o desenvolvimento de tratamentos e a produção de vacinas contra a enfermidade.

Sintomas
A varíola dos macacos é uma doença causada pela infecção com o vírus Monkeypox, que causa sintomas semelhantes aos da varíola. Ela começa com febre, dor de cabeça, dores musculares, exaustão e inchaço dos linfonodos.

Uma erupção geralmente se desenvolve de um a três dias após o início da febre, aparecendo pela primeira vez no rosto e se espalhando para outras partes do corpo, incluindo mãos e pés.

Em alguns casos, pode ser fatal, embora seja tipicamente mais suave do que a varíola. A doença é transmitida para pessoas por vários animais selvagens, como roedores e primatas, mas também pode ser transmitida entre pessoas após contato direto ou indireto. O contágio se dá pelo contato com as lesões, por meio de superfícies, tecidos e relações sexuais, por exemplo. No estágio inicial, os sintomas podem incluir: mal-estar, dores no corpo, febre, aumento dos gânglios e vermelhidão na pele.

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