Com 10 mil confirmações de Covid-19, Brasil se prepara para aumento de casos em abril

Da Redação

O balanço dos casos de Covid-19 divulgados pelo Ministério da Saúde neste sábado confirmam 431 mortes no Brasil, e 10.278 casos confirmados de coronavírus, com 4,2% de taxa de letalidade da doença. Nos últimos dados apresentados na sexta-feira, os casos tinham subido para 9.056 confirmados de coronavírus no Brasil.

O estado de São Paulo lidera tanto em número de casos (4.466) quanto em mortes (260). Depois da região que mais concentra casos, a Sudeste (6.295), na sequência estão Nordeste (1.642); Sul (1.139); Centro-Oeste (675) e Norte (527).

Segundo já havia dito o ministro Luiz Henrique Mandetta, a infecção pela doença deve disparar neste mês de abril e continuar crescendo até junho, quando começa a desacelerar.

“A previsão é de que nós vamos ter 30 dias difíceis”, disse o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, citando o mês de abril, uma fase crítica da epidemia, e que, historicamente, aumenta o número de casos de dengue e gripe no país. “Nós vamos passar a acompanhar e monitorar a utilização dos leitos de UTI tanto da rede do SUS como da rede privada”, disse.

“Na China e na Itália, os surtos de influenza aconteceram antes dos picos de coronavírus. No Brasil, a curva de coronavírus vai acontecer no momento do pico de influenza”, disse o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira.

Especialistas defendem que o pico da pandemia pode ser adiado, dando mais tempo ao sistema de saúde para se preparar para o atendimento, e o número de casos pode não ser tão alto com os resultados das medidas de isolamento e a suspensão de atividades no país.

Estudos da Fiocruz concluem a necessidade de isolamento dentro das cidades. Se forem tomadas medidas severas de restrição de trânsito entre cidades (80% de redução do fluxo), mas com baixo isolamento intramunicipal (30% de redução), o tempo ganho no processo de interiorização da epidemia é de 20 dias em relação a poucas medidas. Quando se leva em conta o alto isolamento nas esferas intra e intermunicipais, esse tempo pode subir para até 75 dias.

Estima-se que, em todo o país, chegue-se a mais de 21 mil casos e a mais de 500 mortes (caso a taxa de mortalidade no país se mantenha em níveis atuais) até 8 de abril, segundo a Fiocruz.

Recursos

O Governo destinou mais R$ 9,4 bilhões para fortalecer a rede pública de saúde no enfrentamento ao coronavírus (Covid-19). A Medida Provisória que autoriza a utilização dos recursos pelo Ministério da Saúde foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União na noite desta quinta-feira.

Agora, já são R$ 14,3 bilhões de incremento ao orçamento da saúde destinados exclusivamente para o combate à doença – em março, o presidente da República, Jair Bolsonaro, havia editado outra Medida Provisória, que concedia R$ 5 bilhões.

De acordo com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, as cinco unidades federativas que inspiram maior preocupação pela tutela da Saúde são São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Ceará e Amazonas.

O Ministério da Saúde corrigiu uma informação transmitida à imprensa na quinta-feira, em que dava conta de que o vírus já se encontrava no Brasil no final de janeiro. A pasta retificou o dado, indicando que se tratou de um erro de digitação nas datas, e que o primeiro caso registado no país aconteceu, efetivamente, em 26 de fevereiro.

Numa conferência de imprensa interministerial, o ministro da Casa Civil, Braga Netto, anunciou que o executivo irá destinar cerca de 40 milhões de reais (6,9 milhões de euros) para grupos vulneráveis e comunidades indígenas.

O valor será transferido do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos para a Companhia Nacional de Abastecimento e para a Fundação Nacional do Índio.

Um dia após o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, ter criticado publicamente a postura do seu ministro da Saúde, por este apoiar o isolamento social para enfrentar o novo coronavírus, Mandetta foi questionado pela imprensa se tencionava abandonar o cargo.

O ministro, que também é médico, garantiu que ficará no Governo até que Bolsonaro decida o contrário. “Eu tenho uma coisa na minha vida que aprendi com os meus os mestres: médico não abandona paciente”, afirmou Mandetta.

O governante disse ainda que as críticas sobre a forma como tem conduzido esta crise sanitária não o incomodam.

“O paciente, agora, é o Brasil. É normal que muitas pessoas que estão em torno, e que têm um amor profundo como é o caso do Presidente Bolsonaro, se preocupem, questionem e vejam quais são as alternativas. Mas o que eu vejo é uma vontade muito grande de acertar. Uma vontade ainda grande de encontrarmos, todos juntos, um caminho para irmos com esse paciente para um porto seguro”, declarou Mandetta.

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