Brasil terá terceira dose de reforço para idosos a partir de setembro

Da Redação

O Ministério da Saúde informou que iniciará, na segunda quinzena de setembro, a aplicação da dose de reforço da vacina contra a covid-19 a “todos os indivíduos imunossuprimidos após 28 dias da segunda dose e para as pessoas acima de 70 anos vacinados há 6 meses”.

A decisão pela aplicação da terceira dose foi tomada de forma conjunta na noite desta terça-feira (24), em reunião da pasta com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass),o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) e a Câmara Técnica Assessora de Imunização Covid-19 (Cetai).

Segundo governo federal, a imunização deverá ser feita, preferencialmente, com uma dose da Pfizer, ou de maneira alternativa, com a vacina de vetor viral da Janssen ou da AstraZeneca.

Também a partir do próximo mês, o intervalo entre as doses da Pfizer e da AstraZeneca passará de 12 para 8 semanas para toda a população.

Nas últimas 24 horas, o país registrou 894 óbitos e 30.872 casos da doença. O Brasil tem hoje 123,9 milhões de pessoas vacinadas com a primeira dose, o que corresponde a 77,4% da população. E 55,7 milhões brasileiros receberam a segunda ou a dose única, 34,8% da população.

São Paulo

Também no mesmo dia, o governo de São Paulo anunciou a terceira dose da vacina para idosos com 60 anos ou mais a partir do dia 6 de setembro. Inicialmente, a medida deve atender 900 mil pessoas protegidas com a segunda aplicação de qualquer imunizante há pelo menos seis meses.

“Desde a semana passada, o Comitê Científico vem discutindo com a área da Saúde a proteção das pessoas com mais idade. Essa decisão foi finalizada hoje pela manhã para aumentar a proteção das pessoas com mais de 60 anos”, disse o Governador. “É uma importante decisão tomada pelo Governo do Estado de São Paulo”, acrescentou João Doria.

A extensão da campanha foi avalizada pelo Comitê Científico de São Paulo. O objetivo principal é garantir proteção adicional à população mais vulnerável a variantes mais contagiosas do coronavírus, como a delta. O Governo do Estado também pediu mais vacinas ao Ministério da Saúde para antecipar a segunda dose dos públicos restantes.

“Além de proteger a população adulta com a cobertura de segunda dose, é importante também aumentar a proteção dos grupos mais vulneráveis que têm maior chance de, eventualmente, ter um quadro mais grave, com uma dose adicional. Após seis meses, há evidência de uma possível queda de proteção e isso se aplica a todos os imunizantes”, afirmou Paulo Menezes, Coordenador do Comitê Científico.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, até esta quarta há 266 amostras positivas da variante delta em todo o território paulista. A estratégia do Governo de São Paulo é assegurar que os índices epidemiológicos e de ocupação hospitalar continuem em queda e evitar a propagação de novas variantes.

“O fato dela ter uma característica de disseminação muito maior que as cepas anteriores faz com que esse olhar de atenção e antecipação se faça necessário”, destacou o Secretário da Saúde Jean Gorinchteyn.

A Secretaria da Saúde também já preparou uma nova carteira de vacinação para os idosos que vão receber a terceira dose a partir de setembro. Não haverá necessidade de novo cadastro no Vacina Já (www.vacinaja.sp.gov.br) para a dose adicional, bastando comparecer a qualquer posto de vacinação com o comprovante do esquema de imunização completo há seis meses.

Segundo o governo, 74,49% da população paulista está protegida com ao menos uma dose contra a COVID-19, o equivalente a pouco mais de 33,34 milhões de pessoas. Em relação à população adulta, São Paulo já vacinou 97,53% dos habitantes com 18 anos ou mais com pelo menos uma aplicação.

O esquema vacinal completo de duas doses ou aplicação única da Janssen alcançou 34,08% da população. Desde o último dia 18, a imunização em São Paulo também passou a atender jovens a partir de 12 anos de idade.

OMS

Também neste dia 25, a Organização Mundial da Saúde (OMS) defendeu ser moral e tecnicamente errado dar doses adicionais de vacinas contra a covid-19 quando uma grande parte da população mundial continua por imunizar, propiciando a circulação e mutação do coronavírus.

Para Tedros Adhanom Ghebreyesus, países mais pobres ainda nem inocularam a sua população, por falta de vacinas. Por outro lado, o reforço vacinal com doses adicionais, a seu ver, é tecnicamente errado, porque sem uma “grande parte da população” mundial vacinada, está a dar-se ao novo coronavírus “a oportunidade de circular”, favorecendo “o aparecimento de novas variantes que podem ser mais potentes do que a Delta”.

O dirigente da OMS relembrou que ainda não há “dados conclusivos” sobre os “benefícios e segurança” da toma de doses adicionais de vacinas contra a covid-19.

Além do Brasil, vários países iniciaram ou tencionam iniciar a administração de uma terceira dose para conter a disseminação da variante Delta do SARS-CoV-2. O governo de Portugal indicou que estuda uma terceira dose para os imunosuprimidos e para mais idosos.

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