Brasil quer produzir vacina contra gripe A

Em programa de rádio, ministro da Saúde afirmou que tratamento para, pelo menos, 50 mil pessoas já foram distribuídos aos estados brasileiros. A vacina deverá estar pronta para distribuição no ano que vem. No Brasil, as mortes causadas pela nova gripe já chegam a 30.

Da Redação

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou, na manhã de 23 de julho, que o governo federal já está em contato com todos os laboratórios multinacionais que vêm trabalhando para a criação de uma vacina. A negociação atual é sobre preço e ofertas de doses. Para ele, o Instituto Butantan, em São Paulo, tem capacidade industrial e tecnologia para fazer o insumo e permitir a produção nacional do insumo. Ele relatou, em entrevista para o Bom Dia Ministro, que os estudos oficiais da Organização Mundial de Saúde apontam que ao comportamento da doença tem sido, na prática, similar ao da gripe comum.

Segundo Temporão, desde dia 22, medicamento suficiente para 50 mil tratamentos estão sendo distribuídos para os estados. Ele reforçou que a população deve procurar o médico de confiança ou do plano de saúde, ou profissionais da Saúde da Família, postos de saúde e UPAs ao sentirem os sintomas de gripe. Os hospitais devem ser reservados para os casos mais graves.

Na sua entrevista,o ministro afirmou ainda que os grupos de risco são em geral crianças pequenas, idosos, mulheres grávidas, pessoas que tem principalmente doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, pessoas que tem doenças pulmonares crônicas, bronquite, enfisema, asma. Além de pessoas que se tratam de doenças que reduzem a imunidade do organismo como câncer, e pessoas que fizeram transplantes de órgãos, estão tomando medicamentos para evitar a rejeição.

De acordo com Temporão, o Brasil está preparado para a situação, equipando e preparando os hospitais, treinando centenas de médicos e profissionais de saúde, e tendo uma estratégia de comunicação. "Você deve lembrar daquela pandemia de Gripe Aviária que não aconteceu. Criou-se um alarde fantástico no mundo inteiro e simplesmente o vírus desapareceu, não circulou mais. Nós usamos aquele momento para estruturar uma rede de laboratórios uma estratégia de vigilância, que está presente em todos os estados".

O Brasil, segundo ele, impediu do vírus circular no país por 80 dias, quando ainda havia poucos casos da doença. "Agora, tratamentos são 50 mil tratamentos que nós estamos distribuindo. Em nenhum momento faltou medicamentos e não faltará, porque nós temos nove milhões de tratamentos estocados na Fundação Oswaldo Cruz prontos para serem distribuídos".

Mas a preocupação maior é com a situação dos estados do Sul, onde as baixas temperaturas durante essa época do ano facilitam muito a propagação das doenças respiratórias, entre elas a nova virose. Essa preocupação, segundo o ministro, também se estende a São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná. Enquanto que a situação nos estados da região Centro-Oeste, Nordeste e Norte é bastante distinta, até pelas especificidades climáticas que ajudam, mas que não quer dizer que a doença não possa contaminar um grupo de pessoas.

Temporão ainda falou sobre a não-disponibilidade deste medicamento em farmácias, segundo ele "extremamente positivo". "Numa situação como essa, mesmo que nós exigíssemos que o medicamento fosse prescrito por um médico, ou seja, houvesse exigência de receita médica para a venda, a cultura da automedicação é muito forte no Brasil, o que levaria a uma corrida das pessoas às farmácias na falsa ilusão de que comprando o remédio estariam se protegendo de alguma forma. (…)E o mais grave quanto mais você coloca o vírus em contato com o medicamento maior a probabilidade de que esse vírus sofra uma mutação e apresente resistência ao remédio. Se o vírus desenvolve resistência a esse medicamento nós ficaríamos numa situação dramática".

Temporão também falou sobre o atendimento feito separadamente em hospitais. "Muitas vezes você tem uma única sala de espera onde pessoas com vários problemas de saúde podem estar esperando. Nesse caso, é responsabilidade do serviço fornecer máscara protetora para a pessoa que apresenta o caso de gripe. Isso é o que determina o protocolo do Ministério da Saúde. Em algumas situações, só complementando, alguns estados como o Rio Grande do Sul e agora o Rio de Janeiro estão optando por criar espaços específicos, como se fossem tendas de atendimento, para que todas as pessoas com síndrome gripal sejam atendidas nesses espaços. É uma maneira também de você separar o atendimento dessas pessoas e proteger as pessoas que não estão com gripe".

O ministro da Saúde finalizou dizendo que ainda não existe uma vacina, neste momento. O processo de produção de uma vacina contra a gripe demora entre quatro a seis meses. E deve ser primeiro testada em pessoas, pois podem surgir efeitos colaterais inesperados. A expectativa é de que entre outubro e novembro, provavelmente, existam já algumas vacinas que estariam sendo utilizadas pelos países do Hemisfério Norte, onde estará se iniciando o inverno. Já o Brasil está em contato com todos os laboratórios que estão trabalhando para ter uma vacina. "Já estamos perguntando o preço e ofertas de doses. E o Instituto Butantan, em São Paulo, tem capacidade industrial e tecnologia pra fazer a vacina e, com certeza, será um dos laboratórios que vai fazer. O Brasil terá essa vacina para proteger a população no ano que vem".

 

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