Bombeiros retiram corpo de escombros após queda de prédio em SP

Bombeiros fazem rescaldo de escombros de prédio que pegou fogo em SP – Rovena Rosa/Agência Brasil

Da Redação
Com agencias

O Corpo de Bombeiros retirou no início desta tarde o corpo de uma das vítimas do desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, na última terça-feira na capital paulista. O corpo foi encontrado no local identificado como quadrante 1, o mesmo onde o morador conhecido como Ricardo Pinheiro caiu no momento em que era resgatado. Pelo Twitter, a corporação informou que a vítima foi levada ao Instituto de Criminalística, sendo um homem com diversas tatuagens no corpo e encontrado com o cinto de segurança utilizado durante a tentativa de salvamento.

“Os cães detectaram a provável presença de uma vítima. A equipe dos bombeiros retiraram grande quantidade de entulho e hoje, depois de 22 horas de buscas, o corpo foi localizado. Foi retirado, periciado, com muitas tatuagens, foi encontrado o cinto que foi utilizado na tentativa de salvamento em cima da edificação e também parte do para-raio, levando a crer que poderia ser o Ricardo”, disse o capitão dos bombeiros, Marcos Palumbo.

Desde a manhã, os bombeiros aumentaram para seis o número de vítimas do desmoronamento. Oficialmente, os filhos de um casal que morava no prédio apresentaram queixa do desaparecimento dos pais. Segundo Palumbo, apesar do tempo transcorrido do desmoronamento, há chances de vítimas com vida serem encontradas.

“Vejo que há possibilidade de que tenham sobreviventes pelo fato de que algumas células de sobrevivência já terem sido encontradas hoje, porém sem vítimas. E nós estamos falando das partes mais altas da edificação. A partir do momento em que cheguemos no ponto das lages próximas do térreo ou do subsolo, por que não? Esses locais podem ter acomodado alguma pessoa que tenha ali sobrevivido ao colapso e também ao incêndio”, disse.

Causas

O prédio abandonado foi invadido por famílias de baixa renda, uma situação que se repete em muitos edifícios da capital paulista. Apesar do espaço ter diversas irregularidades, os moradores contaram à imprensa que pagavam um aluguel para um movimento social.

O incêndio foi causado por um curto-circuito em uma tomada de um cômodo no quinto andar. O espaço era ocupado por uma família de quatro pessoas. Segundo o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, o pai e uma criança ficaram feridos com queimaduras graves.

“O incêndio começou no quinto andar, em um cômodo que era ocupado por uma famílias, quatro pessoas, duas dessas pessoas sofreram ferimentos e foram levadas para o hospital. Uma para a Santa Casa e outra para o Hospital das Clínicas”, disse.

O estado da criança, que tem 3 anos de idade, é grave. Ela foi socorrida pelo pai, que está com dois terços do corpo queimados. “Mas está em uma situação aparentemente melhor que a da criança”, informou o secretário.

De acordo com Barbosa Filho, três aparelhos estavam ligados na tomada onde ocorreu o curto-circuito: um micro-ondas, uma geladeira e uma televisão. “Não foi uma briga de casal [como chegou a ser cogitado inicialmente], o que aconteceu foi a fatalidade, em um prédio que tinha diversas irregularidades, essa tomada ligava três aparelhos, terminou vitimando a família que ocupava esse cômodo”. O secretário disse que a mãe, que já foi ouvida pela polícia, conseguiu salvar o outro filho, um bebê.

A Prefeitura de São Paulo e o governo do estado começam a pagar, a partir do dia 8, o auxílio-moradia para famílias vítimas do desabamento. O pagamento será liberado, inicialmente, para 56 famílias que estão aptas a receber o benefício e comprovadamente estavam na ocupação.

A prefeitura utilizou o cadastro realizado em março passado pela Secretaria Municipal de Habitação com as famílias que se apresentaram como vítimas do desabamento do prédio, ocorrido após o incêndio do último dia 1. A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) vai disponibilizar R$ 1.200 no primeiro mês e de R$ 400 a partir do segundo, pago por um período de 12 meses.

A Secretaria Municipal de Habitação e Secretaria Municipal de Segurança Urbana formaram uma comissão com representantes do poder público e dos movimentos de moradia para vistoriar com a Defesa Civil os imóveis ocupados.

A prefeitura estima que existam 70 prédios ocupados de forma irregular na região central da cidade. A Secretaria de Habitação informou que pretende realizar um Censo de Cortiços, ainda este semestre, a para mapear ocupações e assentamentos precários na região central da cidade. Em janeiro de 2018 foi aberto um chamamento público e o processo está em fase final para definição da entidade a ser contratada.

Parte dos desabrigados do edifício que desabou estava acampada no entorno dos escombros, onde chegaram muitas doações. Até o início da noite, elas preferiram não se abrigar nos locais indicados pela prefeitura paulistana por se tratar de alternativas temporárias e não de um espaço para moradia.

O município indicou dois abrigos provisórios: a sede do Movimento Nacional da População de Rua, localizado no viaduto Pedroso, e o Núcleo de Convivência Prates, centro de acolhida no bairro Bom Retiro. Ambos ficam na região central da capital paulista.

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