“Bandeirantes” descobre encantos do Douro

Um dos pontos altos das gravações foi a paisagem vinhateira característica do local. As imagens serão exibidas nos programas “Sabadaço” e “Boa Noite Brasil”, ainda este ano, fazendo a alegria de muitos imigrantes portugueses que vivem de longe a saudade pela sua terra natal.

Ígor Lopes, de Portugal

Uma equipe da rede Bandeirantes esteve na região do Douro, em Portugal, fazendo uma série de gravações sobre a região. Em pauta está a Região Demarcada do Douro que, este ano, celebra 250 anos de existência. O jornalista e apresentador Gilberto Barros desvendou os mistérios de um dos mais famosos espumantes do mundo, além de ter conhecido um pouco da cultura do norte de Portugal.

Gilberto Barros chegou ao Douro na passada segunda-feira, dia 23, acompanhado por Katia Gardin, Valter Leite, Anderson Pitombeira e Ulisses Cruz. O grupo foi recebido pelo presidente da Junta de Freguesia de Armamar, Romulo Pimentel, que ofereceu-lhes um jantar ao sabor de uma das tradições do concelho, no Mercantil: o cabritinho.

No dia seguinte, a equipe pode descobrir todos os mistérios de um dos melhores espumantes do mundo, nas instalações da Murganheira, no concelho de Tarouca. De seguida, a produção foi convidada a fazer uma verdadeira viagem no tempo. Com a ajuda do padre António Seixera, o Brasil vai poder conhecer a arte e a arquitectura do Mosteiro de Salzedas, através de traços marcantes dos séculos XII e XVIII.

A próxima parada foi na freguesia da Folgosa, em Armamar, onde os cinco elementos puderam embarcar numa rápida viagem de barco pelo rio mais famoso daquela região. Apesar da beleza das encostas do Douro, o passeio foi interrompido dado o mau-tempo que se fez sentir por todo o país. No local, o autarca de Armamar, Hernâni Almeida, fez as honras da casa, aproveitando para divulgar um pouco da cultura e história do Douro. O bacalhau com broa de milho foi o prato escolhido pelo restaurante AzDouro para saudar a presença dos visitantes. A empresa Fonseca & Pinto LDA, com sede em Tões, ofereceu algumas maçãs à equipe como forma de divulgar o produto de excelência do concelho.

Após conhecerem a vila de Armamar, o grupo seguiu viagem para o Porto. As filmagens vão contemplar também outras cidades portuguesas, como Fátima e Lisboa, além das localidades de Cascais e Estoril. A emissora brasileira vai levar ao ar uma entrevista com o seleccionador nacional, Luís Felipe Scolari, e o cantor português mais conhecido pelos brasileiros: Roberto Leal.

As cidades de Lamego e da Régua também foram filmadas, mas todo o trabalho ficou condicionado pela chuva.

Ígor Lopes

“A região do Douro é um sonho. As suas vinhas e a presença do rio tornam a sua paisagem um verdadeiro paraíso. Poucos lugares no planeta têm a beleza que esta região apresenta”, garante Gilberto Barros, que confessa ter ficado apaixonado pela riqueza histórica de Salzedas e pela modernidade na arte de fabricar o vinho na Murganheira.

“Aqui no Douro, encontrei um calor humano muito forte. Fomos muito bem recepcionados. O único problema foi compreender o sotaque português. Por vezes, as pessoas falam muito rápido”, completa o apresentador.

As imagens vão ao ar ainda este ano, no “Sabadaço” e “Boa Noite Brasil”. Nos horários de exibição, cerca de 15 milhões de espectadores vão poder conhecer a beleza e a cultura do país irmão.

Trabalho da Band esteve ameaçado

A produção dos dois programas da “Bandeirantes” viveu um autêntico pesadelo no dia da chegada a Portugal. No dia 20, ao desembarcar no aeroporto Sá Carneiro, na cidade do Porto, todo o equipamento da equipa foi retido pela a alfândega portuguesa.

“As autoridades nacionais alegaram que essa medida visava impedir que o equipamento fosse vendido em Portugal, o que é ridículo”, afirma Valter Leite, diretor do programa.

Segundo este responsável, foi ainda solicitado um depósito temporário, no valor de 12 mil euros, para que o equipamento de áudio e som, bem como a câmera, fossem liberados.

“Perdemos quatro dias de filmagem e atrasamos toda a nossa programação. O que mais nos revolta é saber que todo o nosso trabalho é em prol da divulgação da cultura portuguesa, mas assim é impossível trabalhar. Se o material, que estava devidamente legalizado e documentado, não fosse entregue, todas as nossas filmagens ficaram comprometidas”, esclarece Valter Leite.

O problema só foi resolvido quatro dias depois, após alguns trâmites legais.

Por sua vez, Gilberto Barros acredita que essa atitude pode ser traduzida como preconceito contra os brasileiros. “Se fossem cidadãos italianos ou ingleses, certamente a minha equipe não teria tido esse problema. Nunca passámos por algo semelhante em outros países”, finaliza o promete denunciar esta situação à Federação Internacional de Jornalistas.

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