Avião desaparecido do vôo Rio-Paris não levava portugueses

Mundo Lusíada Com Lusa e ABr

Roosewelt Pinheiro/ABr

>> O vice-chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, coronel Jorge Antônio Amaral, fala sobre as buscas pelo Airbus 330 da Air France, que seguia do Rio de Janeiro para Paris e está desaparecido.

Anteriormente divulgada pelo governo português, a informação de que um cidadão português estaria na lista de passageiros do voo AF 447 foi desmentida pelo vice-chanceler luso. "Após uma investigação durante este tempo todo e a triagem através das listas de passageiros em Paris e Rio de Janeiro, não se confirma o embarque desse cidadão português", informou o gabinete do secretário luso de Estado das Comunidades.

O voo AF 447, que fazia a ligação Rio de Janeiro-Paris e que desapareceu dos radares quando sobrevoava o Oceano Atlântico, transportava 216 passageiros e 12 tripulantes, tendo desaparecido dos radares às 6h TMG (2h em Brasília), e tinha hora de aterrissagem na capital francesa marcada para as 9h10 TMG (6h10 em Brasília). Não se sabe ainda se o desaparecimento se deu quando o aparelho voava pelo espaço aéreo brasileiro ou já do Senegal.

Em declarações à Agência Lusa, fonte do gabinete de secretário de Estado das Comunidades, António Braga, havia dito que um cidadão tinha passaporte português mas não estava inscrito no consulado de Portugal no Rio de Janeiro. Mas após pesquisa na listagem de passageiros, foi concluído que não constam portugueses. A mesma fonte citou que “a triagem dos nomes portugueses tem de ser cuidadosa porque os nomes portugueses se confundem com os brasileiros”.

Segundo divulgou a Agencia Lusa, pelo menos uma passageira do voo tinha como destino Lisboa. A passageira faria escala em Paris, onde devia embarcar no voo AF 1624, rumo à capital portuguesa, com chegada prevista para as 14h30 locais (10h30 de Brasília).

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), 52 brasileiros – 51 passageiros e um tripulante – estavam a bordo do Airbus A330. O total de brasileiros chega a 58, por causa da inclusão de passageiros com dupla nacionalidade. A maioria dos passageiros era francesa (61). Ao todo, estavam na aeronave 228 pessoas. Entre os passageiros, estava o príncipe Pedro Luis de Orleans e Bragança, de 26 anos, herdeiro da família real brasileira. O chefe de gabinete da prefeitura do Rio de Janeiro, Marcelo Parente, também estava no Airbus A330, acompanhado da mulher.

Cabo Verde auxilia na busca As autoridades aeroportuárias de Cabo Verde estão apoiando, “na medida dos meios disponíveis”, as operações de busca e salvamento do avião que desapareceu nesta segunda-feira no Oceano Atlântico, disse à Agência Lusa fonte oficial.

Segundo o presidente da Aeroportos e Segurança Aérea (ASA), Mário Paixão, os poucos meios de Cabo Verde, como o controle do espaço aéreo cabo-verdiano e a abertura de todos os aeroportos do arquipélago, estão disponíveis para colaborar nas operações, a pedido das autoridades brasileiras e francesas.

No entanto, ressalvou, o acidente com o Airbus A330, da Air France, que fazia a ligação Rio de Janeiro-Paris, deu-se “muito longe do espaço aéreo controlado por Cabo Verde”, fora da “fila América do Sul-África”, em que as autoridades aeroportuárias cabo-verdianas, situadas no aeroporto Amílcar Cabral, na ilha do Sal, têm competência.

“Ao que sabemos, o acidente aconteceu próximo da costa do Brasil e completamente fora dos limites do espaço aéreo de Cabo Verde. Nem sequer temos meios para lá chegar, uma vez que o aparelho fazia a tradicional rota incluída na fila América do Sul-Europa, sob controle do aeroporto de Dacar (Senegal)”, disse à Lusa Mário Paixão.

O presidente da ASA adiantou ainda que Cabo Verde está também partilhando informações, através do seu centro de operações na ilha do Sal, com as congêneres brasileira, francesa, espanhola e senegalesa, tendo adiantado que partiu de Dacar um “Breguet”, um avião francês especialmente equipado para operações de busca e salvamento no alto mar, que está sendo apoiado também com os meios cabo-verdianos.

O avião da Air France, com 228 pessoas a bordo, desapareceu dos radares às 3h (de Brasília) desta segunda-feira e, segundo os últimos dados divulgados pela Air France, tinha entrado numa zona com forte turbulência que provocou o seu mau funcionamento. Segundo a companhia, foi então enviada uma mensagem automática dando conta de uma "avaria num circuito elétrico".

Esperança é remota, diz Sarkozy De acordo com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, são "muito remotas" as esperanças de serem encontrados sobreviventes do voo da Air France desaparecido sobre o oceano Atlântico. "Disse-lhes a verdade. Que são muito remotas as esperanças de encontrar sobreviventes", afirmou Sarkozy após uma visita à sala de crise instalada pela Air France no aeroporto internacional Charles-de-Gaulle, Paris-Roissy, onde teve contato com familiares de passageiros.

O presidente francês adiantou ainda que será "muito difícil" encontrar o avião porque a zona de buscas é "imensa". Por essa razão, adiantou, a França já pediu ajuda ao Pentágono, Estados Unidos, que deverão disponibilizar os seus satélites para as operações de busca.

A força aérea brasileira iniciou ao princípio da manhã buscas a partir da ilha de Fernando de Noronha para localizar o avião da Air France. Após assumir as investigações, o Brasil mandou uma patrulha da Marinha para auxiliar nas buscas e, de Salvador, saíram uma fragata, helicópteros e uma corveta. A Marinha brasileira também já fez contato com todos os navios mercantes que estão na possível rota do acidente para que se integrem às buscas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em El Salvador para a posse do presidente Maurício Funes, eleito pela Frente Farabundo Martí para Libertação Nacional, foi informado do acidente às 6h (9h em Brasília) e ligou para o presidente francês para falar sobre o assunto.

O vice-chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, coronel Jorge Antônio Amaral, avaliou que a maior dificuldade nas buscas pelo Airbus A 330 se deve à localização. “O acesso é um pouco lento”, disse. “É necessário uma base o mais próximo possível para que haja abastecimento das aeronaves como suporte. Hoje, estamos usando as bases de Natal e de Fernando de Noronha.”

Ele confirmou que, além de cinco aeronaves e dois helicópteros brasileiros, a França enviou uma aeronave. Um dos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) estava em missão em Las Palmas, na Espanha, mas já foi deslocado para o local. A Força Aérea norte-americana, de acordo com Amaral, também se colocou à disposição, mas ainda não há um número definido de aeronaves a serem enviadas.

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