Após 100 dias, investigações apontam para morte de Maddie

 

Da Agencia Lusa

No sábado, 11 de agosto, faz 100 dias que Madeleine McCann desapareceu do apartamento turístico na Praia da Luz, enquanto dormia ao lado dos irmãos gêmeos no momento em que os pais jantavam num restaurante próximo.

Luis Forra/Lusa

O casal McCann, Gerry e Kate, pais de Madeleine, chegam para a conferência de imprensa. 10 Agosto 2007

Três dias após o sumiço da criança, registrado em 3 de maio, um responsável da Polícia Judiciária (PJ, ligada ao Ministério luso da Justiça) anunciou que os elementos reunidos apontavam para um rapto motivado por pedido de resgate ou prática sexual.

Nos últimos dias a investigação policial teve uma reviravolta, dando lugar à possível morte de Madeleine, com o aparecimento de vestígios de sangue no quarto do resortonde ela dormia quando desapareceu.

Os jornais portugueses e ingleses noticiaram que tinham sido encontrados vestígios de sangue no quarto em que ela estava com os irmãos, fato que pode indiciar que a criança foi morta naquele local.

Embora as polícias portuguesa e inglesa nunca tenham abandonado o "caso Madeleine McCann", nos últimos dias o circo midiático voltou à localidade onde a menina desapareceu porque a PJ e cães farejadores ingleses, treinados para detectar cadáveres, estiveram no quarto usado pelos McCann naquela ocasião.

No fim-de-semana passado, vários agentes policiais fizeram buscas na casa de Robert Murat, único indiciado no caso.

No dia 3 de agosto, quando o sumiço de Maddie completou três meses, surgiram notícias de uma pista, a partir de uma testemunha que afirmou ter visto uma criança com as mesmas características de Madeleine na Bélgica, acompanhada por dois adultos, um homem de 40 anos e uma mulher de 25.

As autoridades belgas abriram inquérito e realizaram um retrato-falado do homem, com base nas declarações de uma testemunha, mas a amostra de DNA recolhida de uma garrafa usada pela criança mostrou que não se tratava de Madeleine.

Passados 100 dias, mais de 100 pessoas prestaram depoimento e tanto a PJ quanto os pais da garota concederam várias coletivas de imprensa, mas até agora apenas uma pessoa foi indiciada, o empresário luso-britânico Robert Murat.

Morador da Praia da Luz e fluente na língua portuguesa, ele foi indiciado em 15 de maio, mas não foi detido por falta de provas. Murat chegou a servir de intérprete entre a família McCann e as autoridades nos primeiros dias após o desaparecimento de Madeleine.

Os pais de Madeleine, Kate e Gerry McCann, ambos médicos, católicos, permaneceram na Praia da Luz desde o sumiço da filha, com exceção de ações que realizaram em Fátima, no Vaticano, em Madri, em Berlim, em Amsterdã, em Washington e em Huelva, com o objetivo de não deixar o desaparecimento da menina ser esquecido.

Segundo fontes da polícia citadas pelo jornal Correio da Manhã, foram recolhidos vestígios no carro do casal McCann e "há contradições dentro do grupo de amigos" sobre as três horas em que o os pais da menina jantavam com três casais amigos e se revezavam em turnos de vigilância às três crianças que dormiam.

A PJ tem concentrado a investigação nos últimos dias no recolhimento de vestígios de sangue no quarto do resort, em perícias a automóveis e em buscas no mar. Uma fonte da investigação disse à Agência Lusa que "já há uma luz ao fundo do túnel" no "caso Madeleine McCann".

Em termos de apelo à mídia, o "caso Madeleine" se transformou no maior caso de desaparecimento de crianças na história recente, tanto em Portugal como no exterior, com jornalistas portugueses, britânicos, espanhóis, franceses e noruegueses, entre outros, acompanhando os desdobramentos das investigações no Algarve.

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