África mira em economia azul para conter êxodo de jovens pelo Mediterrâneo

Da Redação

A comissária para a Agricultura e Economia Rural pela União Africana, Josefa Correia, disse que o continente busca fundos para projetar a economia do mar sustentável como uma alternativa para conter a morte de jovens em busca de uma vida melhor na Europa.

A representante detalhou à ONU News, de Lisboa, como essa aposta pode beneficiar o grupo e desenvolver a região.

“Há muito potencial no mar. A economia azul é muito grande. Temos uma estratégia da União Africana, adotada em 2019, mas a Covid-19 veio e não houve grandes avanços. Neste momento, estamos a tentar mobilizar fundos para implementar a nossa estratégia. É holística. Olha para a parte dos portos e dos transportes marítimos. Como sabe, o nosso fluxo comercial é feito através dos barcos cargueiros e essa é uma grande economia. Ela gera emprego para os nossos jovens, ao invés de eles virem aqui para a área mediterrânea e perder o nosso potencial demográfico. Podemos organizar esse setor para dar emprego aos nossos jovens. E temos ainda a parte da pesca.”

Cerca de 11,5 mil perderam a vida ou desapareceram nos últimos oito anos em rotas do continente africano durante a aventura por uma vida melhor no bloco europeu. Os dados são da Organização Internacional para as Migrações, OIM.

A agência da ONU destaca ainda que pelo menos 467 migrantes tiveram esse destino na rota do Mediterrâneo desde o início de 2022.

“Temos a pesca artesanal e a aquicultura hoje com os nossos lagos. Se olhamos para um país como Uganda, com o lago Vitória, eles pescam muito mais que países que são costeiros. Portanto, são grandes potencialidades que temos. Sabemos ainda que a proteína animal do peixe é muito importante para uma dieta equilibrada. A União Africana declarou o ano de 2022 o ano de reforço de resiliência nutricional e da segurança alimentar.”

Tecnologia e inovação
Ao mesmo tempo que as oportunidades, a comissária africana apontou os desafios, que incluem conter a segurança marítima, a pesca ilegal, o combate à pirataria, a poluição plástica e industrial.

Num momento em que a abordagem do mar chama maior atenção, o apelo é que a economia sustentável dos mares seja mais bem aproveitada para envolver mulheres e jovens em negócios do setor.

A União Africana também tem como alvo promover a tecnologia marítima e a formação de jovens na inovação.

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