Turismo de Lisboa surpreendido com satisfação dos moradores face ao setor

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Da Redação
Com Lusa

A Associação Turismo de Lisboa (ATL) mostrou-se surpreendida com a satisfação dos moradores e dos trabalhadores na capital relativamente ao setor turístico, verificada num estudo de opinião, mas salientou a necessidade de assegurar a sustentabilidade da área.

“Nós tínhamos a sensação de que o turismo se dava com Lisboa, o que talvez nos surpreenda é a dimensão da adesão. O que talvez pudéssemos pensar face a muitas opiniões publicadas, [era] que pudesse haver uma posição de maior distanciamento, de menor adesão, mas aqui é esmagadora essa adesão e nesse aspecto fomos surpreendidos”, afirmou o diretor-geral da ATL, Vítor Costa.

Para avaliar a opinião sobre o turismo na cidade de Lisboa, a empresa de estudos de opinião Intercampus realizou 1.017 entrevistas diretas e presenciais com residentes e trabalhadores na Área Metropolitana de Lisboa, entre novembro passado e janeiro deste ano, numa amostra selecionada aleatoriamente e diversificada em gênero, estatuto social, nível de escolaridade e ocupação.

No estudo – já apresentado na sede da ATL – verificou-se que mais de 90% dos inquiridos manifestou reações positivas ou muito positivas sobre a vinda de turistas a Lisboa.

Foram os moradores mais velhos, inativos, as pessoas com estatuto social mais baixo e com menor escolaridade que se revelaram menos entusiastas com a vinda de turistas, assim como os denominados ‘pendulares’ (moradores de outros concelhos que trabalham na cidade) menos instruídos.

Grande parte dos residentes (84%) e dos ‘pendulares’ (81%) respondeu, por seu lado, que fazia questão de ser atencioso e prestativo em relação aos turistas, referindo que gosta de estar perto e contactar com os visitantes (isto para 70% dos residentes e 64% dos ‘pendulares’).

Ainda assim, 20% dos residentes e 23% dos ‘pendulares’ admitiram frequentar as zonas de Lisboa com menos turistas.

Sobre as consequências do turismo, os inquiridos apontaram o desenvolvimento da economia, o aumento do comércio e a dinamização da cidade.

Já questionados sobre as desvantagens, 61% dos moradores e dos trabalhadores consideraram não haver alguma, enquanto os restantes apontaram problemas como a confusão em locais públicos, o aumento do custo de vida e o barulho.

Ainda no que toca aos impactos, os valores foram positivos em áreas como a preservação do patrimônio e das zonas históricas e a reabilitação urbana, e menos positivos quando as áreas em foco eram o tráfego, o ruído e a limpeza na cidade.

Quanto ao reflexo na economia, destacou-se, pela negativa, a mobilidade (custo dos transportes), o imobiliário, o nível de vida e os preços em geral.

Falando aos jornalistas na apresentação do documento, Vítor Costa realçou que se deve “continuar a trabalhar a procura”. Porém, reconheceu a “necessidade de que este fenômeno se espalhe mais pela região e pela cidade”.

“O nosso desafio é que aquelas zonas, aquelas regiões ou freguesias ou bairros que ainda não beneficiam com o turismo, possam também ter benefícios com esta atividade”, assinalou Vítor Costa, exemplificando como a Península de Setúbal, a Serra da Arrábida, Mafra, Vila Franca de Xira.

Falando apenas de Lisboa, destacou “zonas com potencial” turístico como a Avenida Almirante Reis e o Eixo Central (abrangendo Picoas e Saldanha), e também as ligações entre a Baixa e Belém e a Baixa e o Parque das Nações.

Vítor Costa adiantou que, “ao nível da gestão deste fenômeno, há respostas que têm de ser dadas pelas entidades públicas”, como as câmaras municipais e o Governo, para assegurar a sustentabilidade.

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