Algarve lança rota da dieta mediterrânica

Da Redação
Com Lusa

DietaMediterranica_UNESCO
Imagem Shutterstock

A dieta mediterrânica, classificada em 2013 como patrimônio imaterial da humanidade pela UNESCO, é, a partir de 24 de julho, tema de uma rota no Algarve criada para valorizar a cultura e identidade algarvia e criar valor econômico.

“A Rota da Dieta Mediterrânica (RDM) tem como objetivo estruturar os restaurantes, os produtores artesanais quer de artesanato quer de produtos locais e locais de interesse local ou arquitetônico que têm a ver com a dieta mediterrânica”, explicou o coordenador do projeto, Artur Gregório.

Todos os artesãos e produtores locais e restaurantes aderentes à rota vão passar a estar identificados com um selo e no portal eletrônico da rota, que atesta que respeitam os requisitos definidos pela organização.

Cada parceiro será alvo de visitas da equipa da RDM, de clientes-mistério e até da votação dos clientes no portal da rota como forma de assegurar que os parceiros respeitam as regras, explicou Artur Gregório à margem da apresentação da nova rota que decorreu em Faro.

“Num prato, numa ementa, percebe-se como é que um povo é e como é a sua relação entre eles [pessoas] e entre eles e a terra ou o mar”, sublinhou aquele responsável, apontando que, em Tavira, existem dois circuitos temáticos, um ligado à cultura mediterrânica próxima do mar e outro que mostra a cultura serrana e os produtos da serra.

“Estamos novamente a acreditar que afinal somos algarvios, que temos uma cultura rica e interessante e isso pode ser uma vantagem para nós: um fator de diferenciação e diversificação e estamos também a fazer negócio com isso e não faz mal nenhum”, afirmou o coordenador do projeto.

Agora que está criada a plataforma de apoio e promoção das várias iniciativas algarvias relacionadas com a dieta mediterrânica e uma campanha de comunicação, o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, David Santos, incentivou a continuação do projeto e a apresentação de candidaturas ao novo quadro comunitário de apoio.

“Não podemos dar por terminada a nossa missão”, observou Artur Gregório que, à margem da apresentação da RDM, confirmou a intenção de apresentar novos projetos e candidaturas a apoios que permitam dar continuidade à rota.

O projeto teve um investimento na ordem dos 500 mil euros, tendo 70% do valor resultado de uma candidatura ao Programa Operacional Algarve 21, que permitiu a realização de várias iniciativas como o 1.º Festival de Gastronomia – Dieta Mediterrânica, a Feira da Dieta Mediterrânica e a produção de vários eventos de promoção gastronômica.

Muito mais do que um regime alimentar, a Dieta Mediterrânica é um estilo de vida milenar onde a convivialidade em torno da alimentação ocupa um lugar central, exprimindo os valores culturais do Mediterrâneo e a profunda relação de todo um povo com o seu território.

A excelência da Dieta Mediterrânica foi mundialmente reconhecida pela UNESCO, sendo Tavira a comunidade portuguesa representativa dessa distinção e o Algarve a região onde os traços dessa identidade cultural mediterrânica são mais visíveis.

O azeite é a principal fonte de gordura da gastronomia do Algarve ou não assentasse esta nos princípios da Dieta Mediterrânica. Seja em açordas, tibornas ou ensopados, o pão é outro dos ingredientes característicos da Dieta Mediterrânica e presença habitual à mesa dos algarvios. Na região, o pão mais comum é o de trigo.

A rota irá passar nos 16 municípios algarvios, contando com um mínimo de parceiros em cada concelho da região. Mais informações serão disponibilizadas no site: http://www.rdm.pt/.

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