Oposição acusa PSD/CDS de “uso e abuso” de funções governativas em campanha

Mundo Lusíada
Com agencias

Foto: PEDRO NUNES/LUSA
Foto: PEDRO NUNES/LUSA

O secretário-geral do PS, António Costa, acusou em 25 de agosto a coligação PSD/CDS de “uso e abuso das funções do Estado para campanha eleitoral”, deixando sem resposta o desafio de Paulo Portas para um debate.

“Nós vemos a sra. ministra da Agricultura interromper a sua campanha de candidata em Leiria para ir ter com os agricultores de pera rocha de Leiria a dizer, como ministra, que lhes antecipa os subsídios. Nós vemos o sr. vice-primeiro-ministro a utilizar instalações do Governo num ato oficial para fazer um comício contra o PS e ainda querem mais o quê?, interrogou-se António Costa, em declarações aos jornalistas no início de uma visita por obras da Câmara Municipal de Lisboa.

Para o líder socialista, trata-se de “uma situação absolutamente escandalosa como nunca se viu de uso e abuso das funções do Estado para campanha eleitoral”. António Costa proferiu estas declarações quando confrontado com o desafio lançando na segunda-feira pelo vice-primeiro-ministro e presidente do CDS-PP, Paulo Portas, para um frente a frente.

“Estamos aqui para falar de coisas concretas, de obra feita, de dívida reduzida, de impostos que baixaram e não de conversa de pequena política que anima pessoas como o dr. Paulo Portas mas que a mim me interessa muito pouco. O verdadeiro debate faz-se no confronto com a realidade”, declarou.

António Costa quis enfatizar uma diferença na gestão da autarquia de Lisboa, que presidiu até recentemente, e no Governo do país, argumentando que, tal como o executivo PSD/CDS-PP, herdou dívidas mas, ao contrário deste, baixou-as, conseguindo ainda diminuir os impostos.

Nervosismo
Em resposta, o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, afirmou que o secretário-geral do PS demonstra nervosismo por ter acusado a coligação de “uso e abuso das funções do Estado para campanha eleitoral”.

“Creio que essas declarações do doutor António Costa são muito despropositadas e desproporcionadas face à realidade, e denotam o nervosismo que se apoderou da campanha do Partido Socialista e do próprio secretário-geral do Partido Socialista”, afirmou Luís Montenegro.

“Nós lamentamos que o doutor António Costa esteja a ir por esse caminho por um lado, mas de certa maneira também compreendemos porque de facto as coisas não lhe estão a correr nada bem, e o doutor António Costa está a denotar este nervosismo que não ajuda ao esclarecimento das pessoas”, acrescentou o parlamentar.

Para Luís Montenegro, o secretário-geral do PS “tem arranjado ‘fait divers’ para fugir às verdadeiras questões que motivam e mobilizam a sociedade portuguesa a recuperar do ponto de vista económico e do ponto de vista social”.

O deputado do PSD deixou ainda o repto para que António Costa comentasse os dados da execução orçamental divulgados nesta terça-feira.

“Hoje que o doutor António Costa tinha razões fundadas para falar da vida do país, para dizer o que é que pensa destes dados da economia, do fato de se estarem a arrecadar mais receitas quer do lado dos impostos das pessoas singulares, quer do lado das pessoas coletivas e registre-se que a descida do IRC não provocou diminuição da receita fiscal, eram tudo assuntos que nós gostaríamos que pudessem ter o comentário do doutor António Costa, ele pelos vistos disso não fala”, referiu Luís Montenegro.

Sobre os dados, o PS considerou que os dados da execução orçamental de julho divulgados são “mais uma manobra de propaganda política” e que a consolidação orçamental está a ser feita à custa das famílias e das empresas. “Na divulgação destes dados, o Governo ensaiou mais uma manobra de propaganda política, anuncia um cada vez maior aumento da pressão fiscal sobre os portugueses acenando em troca com a fábula da devolução fiscal a ser realizada por um outro Governo no futuro”, afirmou Fernando Rocha Andrade, Secretário Nacional do PS.

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