Em Lisboa, o Chefe de Estado condecorou seis militares no 10 de Junho

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Mundo Lusíada
Com Lusa

A Praça do Comércio, em Lisboa, encheu-se de portugueses e turistas para assistir às cerimônias do 10 de Junho que começou às 10h, quando soou o Hino Nacional e se ouviu uma salva de tiros de canhão. Desde cedo, as pessoas começaram a ocupar as barreiras que ladeiam a praça do Comércio para assistir à parada militar e às comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Algumas famílias com crianças aproveitaram para ver a exposição de viaturas militares em frente à Praça do Comércio, à beira do rio Tejo. As crianças não resistiram a entrar no helicóptero Alouette da Força Aérea Portuguesa e nas viaturas blindadas Pandur do Exército. Ao largo do rio Tejo, sobressaía o navio Escola Sagres, engalado com bandeiras para assinalar a efeméride, e outras embarcações, como a fragata Vasco da Gama.

As cerimônias deram início com a entrada do Presidente da República num jipe, ao som do Hino de Portugal, a que se seguiu uma salva de tiros vindos do rio e a passagem de quatro caças F-16 da Força Aérea Portuguesa. Muitos turistas que passavam paravam curiosos e perguntavam aos agentes da PSP espalhados pelo espaço, mas também aos populares, a razão das celebrações, aproveitando depois para tirar fotografias aos militares que desfilam na parada. Todos os ramos das Forças Armadas estiveram representados nas comemorações do Dia de Portugal.

Em Lisboa, com um âmbito militar, com o Chefe de Estado condecorou seis militares, por se terem destacado no cumprimento de missões no âmbito nacional e internacional, três dos quais pela sua atuação no período final da guerra colonial, entre 1973 e 1974, um deles em Angola e dois em Moçambique, e outros três no ativo.

As comemorações prosseguiram em Paris, onde o Presidente permaneceu até dia 12 e condecorou cinco emigrantes portugueses, uma luso-descendente e três franceses que destacaram na comunidade lusa na capital francesa.

Sempre o Povo

Em seu discurso, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que foi o povo português, “sempre o povo”, quem assumiu o papel determinante quando o país foi posto à prova, lutando por ele, mesmo quando as elites falharam.

Nas comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, no em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa fez o elogio do povo português, “o povo armado e não armado”, que, “nos momentos de crise, quando a pátria é posta à prova”, assumiu o “papel determinante”.

“Foi o povo quem, nos momentos de crise, soube compreender os sacrifícios e privações em favor de um futuro mais digno e mais justo. O povo, sempre o povo, a lutar por Portugal. Mesmo quando algumas elites – ou melhor, as que como tal se julgavam – nos falharam, em troca de prebendas vantajosas, de títulos pomposos, meros ouropéis luzidios, de autocontemplações deslumbradas ou simplesmente tiveram medo de ver a realidade e de decidir com visão e sem preconceitos”, afirmou. “Portugal é o seu povo, que não vacila, não trai, não se conforma, não desiste”, declarou.

Antes de seguir a Paris, citou as homenagens em Lisboa como “exemplo para todos nós”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, na condecoração de seis militares, três no ativo e três outros que combateram na Guerra Colonial. O Presidente referiu-se também às condecorações em Paris – juntando, como no seu discurso, “o povo armado e não armado” nas homenagens de 10 de Junho, distinguindo mais emigrantes e luso-descendentes e também cidadãos franceses que se destacaram na ajuda às comunidades pobres portuguesas que para França emigraram “a salto”, sobretudo nos anos 1960.

“Mais tarde em Paris condecorarei, em nome de todos nós, alguns portugueses que durante os recentes atentados não hesitaram por um instante em dar abrigo e salvar quem fugia da destruição e da morte. Também eles são um exemplo de solidariedade e de humanismo, que devem ser realçados, mostrando assim que estamos atentos e gratos a todos esses portugueses que, ainda que longe, nos honram e nos orgulham, fazendo-nos vibrar por pertencermos à pátria que somos”, disse.

No elogio ao povo, Marcelo Rebelo de Sousa percorreu vários momentos da história de Portugal, desde a fundação, passando pelas perdas e recuperação da independência, às invasões estrangeiras do século XIX e o 25 de Abril. “Esse mesmo povo que hoje é garante do nosso desenvolvimento econômico, da justiça social na reconfiguração de Portugal como país de economia europeia, de raiz multicultural, expressão da língua portuguesa, plataforma entre continentes, culturas e civilizações, é esse povo que hoje aqui e em França queremos celebrar”, afirmou.

Numa intervenção curta (durou cerca de nove minutos), de tom mobilizador, Marcelo Rebelo de Sousa referiu-se também ao simbolismo do lugar em que decorreram esta primeira parte das cerimônias, o Terreiro do Paço. “Podemos dizer que devemos aos acontecimentos ocorridos neste espaço o que somos hoje e o que fomos sendo desde o século XV”, afirmou, referindo-se a vários acontecimentos, culminando no terramoto de 1755. “Foi aqui também que demos prova de que somos capazes, novamente a partir do nada, planeamos, reconstruímos, reerguemo-nos, Lisboa renasceu e a esta praça tornou se uma das mais belas da Europa. Mostrámos ao mundo de então de que fibra somos feitos e do que somos capazes”.

“Hoje, em 10 de junho de 2016, desta mesma praça, que é símbolo maior do nosso imaginário coletivo, partimos, uma vez mais, rumo ao futuro. Somos portugueses, como sempre, triunfaremos”, concluiu.

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