“Sozinho não farei história” diz presidente português em visita oficial a Moçambique

Mundo Lusíada
Com Lusa

Presidente_MarceloRebeloSousaO chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu a companhia do Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, para levar mais longe o relacionamento entre Portugal e Moçambique, dizendo-lhe que sozinho não fará história. Marcelo Rebelo de Sousa deixou este apelo no último ponto do programa da sua visita de Estado a Moçambique, um jantar oferecido por si em honra do Presidente moçambicano, no hotel Polana, em Maputo.

Dirigindo-se para Nyusi, declarou: “Senhor presidente, como se diz na tradicional sabedoria popular africana: se queres ir verdadeiramente longe, tens de ir acompanhado. Pois é, senhor Presidente, sozinho, de fato, não irei longe”. “Sozinho, não farei história, nem contribuirei de forma tangível para construir um novo dia na relação entre Portugal e Moçambique. Preciso da sua companhia, preciso da sua energia, da sua convicção, da sua ambição para que juntos possamos efetivamente ir mais longe neste relacionamento”, acrescentou.

O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro maior partido moçambicano, considerou perante o Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, que o país vive uma guerra não declarada e o desafio da dívida pública.

“Tivemos a oportunidade de colocar a posição do MDM em relação à situação que se vive no nosso país e nós fomos muitos claros em dizer que Moçambique hoje enfrenta dois grandes desafios: estamos a enfrentar a guerra não declarada e estamos a enfrentar a questão da dívida pública”, disse aos jornalistas o chefe da bancada parlamentar do MDM, Lutero Simango, transmitindo o teor do encontro com chefe de Estado português.

Descrevendo a reunião como interessante, Simango disse que o MDM defendeu perante o chefe de Estado português que os moçambicanos devem mobilizar-se para a resolução dos problemas que enfrentam, responsabilizando os autores da situação em que o país se encontra.

“Os moçambicanos têm a responsabilidade de dar uma resposta adequada, para que possamos nós todos renovar a esperança dos moçambicanos, acima de tudo, construir um país para as futuras gerações”, declarou o chefe da bancada parlamentar do MDM.

O encontro com o MDM inseriu-se na iniciativa de Marcelo Rebelo de Sousa de promover reuniões com antigos governantes e com os principais dirigentes políticos moçambicanos, incluindo da oposição, para uma auscultação sobre a situação política e econômica do país.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, termina nesta sexta-feira uma visita de Estado de quatro dias a Moçambique, a primeira desta natureza desde que tomou posse, e que foi dominada pelos apelos à paz no país.

A situação econômica de Moçambique também marcou a visita do chefe de Estado português, que confirmou na quarta-feira a suspensão dos desembolsos do grupo de doadores do orçamento do estado, atualmente presidido por Portugal, após a revelação de dívidas ocultadas nas contas públicas.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, reafirmou que o seu Governo não poupará esforços para que as relações com Portugal continuem a crescer e espera voltar a ver o seu homólogo português. “Reiteramos o nosso compromisso de não poupar esforços para que as relações entre Moçambique e Portugal continuem em crescimento, atingindo patamares mais altos em diversas vertentes”, declarou Filipe Nyusi.

Salientando “a cordialidade e a excelência das relações de amizade e cooperação entre os dois países e povos que vem sendo cimentada ao longo do tempo, o chefe de Estado de moçambique mostrou “profunda satisfação” pela oportunidade de discutir assuntos de interesse comum com Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente moçambicano recordou ainda a cerimônia de entrega da chave de Maputo, entregue pela manhã pelo conselho municipal da capital e que confere ao Presidente português o estatuto de munícipe.

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