PS acusa Portas de tentar enganar portugueses e criar medo internacionalmente

Mundo Lusíada
Com Lusa

O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, à chegada para a apresentação das alterações à legislação sobre os 'Vistos Gold', que alarga o investimento de estrangeiros a outras áreas, como a ciência, cultura e reabilitação urbana, na Presidência do Conselho de Ministros em Lisboa. MIGUEL A. LOPES/LUSA
O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas. MIGUEL A. LOPES/LUSA

O vice-presidente da bancada parlamentar do PS João Galamba acusou o vice-primeiro-ministro Paulo Portas de tentar enganar os portugueses relativamente às propostas socialistas, referindo também que não gostaria de o ver “tentar criar medo para o exterior”.

“O doutor Paulo Portas veio mais uma vez tentar fazer um número e enganar os portugueses quanto ao impacto das propostas do Partido Socialista, apoiadas pelos partidos à sua esquerda, dando a ideia de que a esquerda devia corar de vergonha porque na realidade, alega Paulo Portas, os pensionistas mais pobres tiveram aumentos maiores com a coligação do que vão ter com os partidos à esquerda. Isto é falso”, afirmou João Galamba à Lusa.

O deputado socialista vincou também esperar não ver “Paulo Portas na figura de incendiário, tentando criar medo para o exterior”, após o líder do CDS-PP se ter mostrado, na quarta-feira, preocupado com a visão internacional de que o Governo está dependente de reuniões do comitê central comunista.

A moção de rejeição do PS ao Programa do XX Governo Constitucional foi aprovada na terça-feira com 123 votos favoráveis de socialistas, BE, PCP, PEV e PAN, o que implicou a demissão do executivo PSD/CDS-PP.

A rejeição do Programa do Governo exige o voto de uma maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções, ou seja, pelo menos 116 parlamentares e, segundo o artigo 195.º da Constituição, implica a demissão do executivo, que se manterá em gestão até à posse de um novo Governo.

Existe uma petição na internet pedindo que o Presidente da República não permita um Governo do Partido Socialista. “As eleições foram ganhas pela coligação Pàf . Existe uma sede de poder incomensurável do secretário geral do Partido Socialista que até se coliga com partidos da extrema esquerda para atingir o seu objectivo de ser primeiro ministro esquecendo-se dos interesses de Portugal” defende o texto assinado por mais de 20 mil pessoas.

Europa preocupada

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, ouviu dos seus parceiros europeus “preocupações pela incerteza da evolução econômica que o país irá ter” durante os dois dias da cimeira euro-africana sobre migrações, que terminou dia 12 em La Valletta.

O chefe da diplomacia afirmou ter havido “uma manifestação de solidariedade, em alguns casos, política e noutros casos uma solidariedade natural de camaradagem que une as pessoas e do trabalho feito em comum”, no âmbito do chumbo do programa de Governo da coligação PSD-CDS/PP pelos partidos de esquerda, que somam a maioria no Parlamento.

A chanceler alemã, Angela Merkel, “lamentou apenas”, relatou Rui Machete, que acrescentou que o primeiro-ministro grego, Alexis Tspiras, ao lado de quem entrou para a sessão inaugural da cimeira, lhe perguntou “como estavam as coisas em Portugal”.

“Eu fiz-lhe uma descrição objetiva, porque, provavelmente não teremos as opiniões idênticas, sobre os mecanismos institucionais que estão a ser aplicados e que disciplinam o que até agora aconteceu”, afirmou Machete, referindo que entre os dois se “comentou a rapidez na Grécia e a demora nas negociações em Portugal”.

Na sua visão pessoal sobre os acordos feitos pela esquerda para sustentarem um Governo do PS, o ministro do Governo agora em gestão, notou terem existido “declarações extremamente vagas resultantes de umas negociações que duraram muito tempo, mas produziram muito pouco”.

“Mas não posso, com os elementos que tenho, estabelecer juízos muito seguros acerca do caminho (que um novo Governo poderá seguir”, disse o ministro, resumindo que as “medidas a curto prazo previstas aumentam bastante a despesa e diminuem a receita, portanto, não são muito promissoras quanto à estabilidade econômica e financeira futura”.

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