Privatização da TAP é muito importante para o Brasil, diz presidente da Câmara em Portugal

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Mundo Lusíada
Com Lusa

O presidente da Câmara dos Deputados do Brasil declarou, em 22 de maio, em Lisboa, que o processo de privatização da TAP tem uma grande relevância para os brasileiros e considerou que a Azul tem maior probabilidade de vencer.

“O resultado deste processo (de privatização da TAP) é importante para o Brasil”, disse à Lusa Eduardo Cunha, referindo ainda que tem mesmo muita “relevância” para os brasileiros, em declarações à margem das Conferências do Estoril, que aconteceram de terça-feira à sexta.

Eduardo Cunha, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB, aliado ao Governo), explicou que a transportadora portuguesa tem uma presença muito forte no Brasil, levando turistas estrangeiros para o país e trazendo os brasileiros para a Europa, referindo ainda que a TAP tem a “atuação mais diversificada” dentro do território brasileiro, voando para 12 cidades do país.

“Estamos preocupados. É preciso que esta privatização aconteça a contento para manter o fluxo do transporte realizado pela TAP no Brasil”, sublinhou.

O Governo português decidiu em Conselho de Ministros na quinta-feira passar à fase de negociação com dois dos três candidatos à compra de 66% do grupo TAP, Gérman Efromovich e David Neeleman, afastando o consórcio de Miguel Pais do Amaral, por incumprimento dos “requisitos mínimos legalmente exigidos pelo caderno de encargos”.

Propostas
A proposta de Gérman Efromovich, dono Avianca e do grupo Synergy, inclui a entrega de 12 novos aviões Airbus após a transferência das ações da companhia e a renovação da frota da Portugália com aviões Embraer até 2016, sendo que o empresário propõe recapitalizar a empresa em 250 milhões de euros, segundo informações avançadas pela imprensa.

David Neeleman, patrão da companhia aérea brasileira Azul e que está em parceria com Humberto Pedrosa, do grupo Barraqueiro, promete reforçar a TAP com 53 novos aviões e investir 350 milhões de euros.

“Já houve uma tentativa anterior e uma desistência na participação (da Avianca, em 2012), há problemas na empresa aqui (referindo-se às greves do pilotos, às manifestações contra a privatização e aos prejuízos da empresa) “, sublinhou.

De acordo com o parlamentar, neste processo “a Azul tem mais condições de fazê-lo (comprar e gerir a TAP)”. “A aviação não é um negócio muito bom há muito tempo e sabemos disso, são margens apertadas, a variação nos preços dos combustíveis, a necessidade da demanda (procura), a reposição de aeronaves”, afirmou Eduardo Cunha.

Segundo Cunha, “a Azul é uma empresa norte-americana que foi para o Brasil tentar aproveitar um vácuo de mercado, com uma exploração competente do mercado, utilizando inclusive os aviões da Embraer”.

Eduardo Cunha referiu que as relações econômicas entre Brasil e Portugal podem ser aprofundadas em todos os setores em que já há participação conjunta, citando os casos das telecomunicações (PT) e do setor petrolífero (Galp).

“Nós não estamos distantes (nas relações econômicas), nós precisamos é nos aprofundar mais”, disse, citando ainda o caso da Embraer. “Temos grandes competidores (Bombardier e Airbus), mas não são tantos assim, há mercado para todos. A Embraer é uma empresa com grande êxito neste setor da tecnologia e, certamente, vai conseguir beneficiar disso”, disse ainda.

Distanciamento
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, viajou dia 21 para Portugal para participar da 4ª Conferência do Estoril, que discute os desafios da globalização. Antes de voltar ao Brasil, Cunha fez uma palestra sobre democracia.

À Lusa, o presidente da Câmara dos Deputados do Brasil contestou o que designou ser o “distanciamento ideológico” entre os poderes de Lisboa e Brasília, considerando que as afinidades existentes devem ser aprofundadas.

“As afinidades que temos com Portugal, não tem sentido não aprofundar isso”, defendeu Eduardo Cunha, que integra a coligação no poder em Brasília, vincando que não partilha esse “distanciamento, talvez, ideológico, de confronto entre o exercício do poder aqui e o exercício do poder lá (Brasil)”.

Eduardo Cunha, que falou à margem das Conferências do Estoril, assegurou que vai fazer “tudo” o que estiver ao seu alcance para alterar o atual estado “distanciamento ideológico” entre os poderes de Lisboa e Brasília.

Durante seminário sobre os desafios da globalização, Cunha destacou que democracias e parlamentos se fortalecem mutuamente em todo mundo. “Essa é uma verdade incontestável, experimentada nos Estados Unidos, na Alemanha, na África do Sul, na Oceania ou em qualquer outro lugar onde possamos observar uma democracia funcionando de pleno direito”, afirmou.

“Em períodos de crise institucional, é natural que a autoridade do Executivo se amplie, mas caberá sempre ao Parlamento definir o foco e a amplitude desta autoridade. Em outros casos, quando as crises resultam dos próprios excessos do Executivo, nós, como parlamentares, temos o dever de reduzir seu arbítrio e demandar maior transparência”.

1 Comment

  1. Privatização- Seria bom que fosse Miguel Pais do Amaral
    Aviões- Airbus novos e pronta entrega
    Serviço- Melhorar
    Serviço de bordo- melhorar
    Alimentação – melhorar e muito
    Acomudações, Assentos – mais espaço
    Equipagem de bordo-atencioso

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