Presidente sugere que aeroporto complementar de Lisboa seja batizado de Mário Soares

Mundo Lusíada
Com Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (C), acompanhado pelo ministro da Economia, Pedro Caldeira Cabral (E), conversa com presidente do Conselho de Administração da OGMA, Rodrigo Rosa (C-D), durante a visita às Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA),em Alverca, 15 de fevereiro de 2017. MANUEL DE ALMEIDA /LUSA
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (C), acompanhado pelo ministro da Economia, Pedro Caldeira Cabral (E), conversa com presidente do Conselho de Administração da OGMA, Rodrigo Rosa (C-D), durante a visita às Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA),em Alverca, 15 de fevereiro de 2017. MANUEL DE ALMEIDA /LUSA

O Presidente português sugeriu que o aeroporto complementar de Lisboa, que poderá localizar-se no Montijo, seja batizado com o nome de Mário Soares, em homenagem ao ex-chefe de Estado falecido a 7 de janeiro.

“Se é possível ao Presidente da República fazer neste ensejo alguma sugestão, ela é de que essa nova realidade mereça o nome de Mário Soares, homenagem justa a quem tanto serviu o país e que assim pode ficar perpetuado numa realidade essencial para o nosso progresso coletivo”, salientou Marcelo Rebelo de Sousa no decorrer de uma visita à OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, em Alverca.

Para o chefe de Estado, a opção sobre “nova realidade aeroportuária” configura “uma decisão de regime, uma decisão governativa muito importante para o país”.

“É uma opção fundamental para o país a médio e a longo prazo, mas que envolve também a valorização da nossa Força Aérea. São duas realidades que se encontram irmanadas”, sublinhou.

A sugestão de Marcelo Rebelo de Sousa acontece no dia em que o Governo e a ANA – Aeroportos de Portugal assinam um memorando de entendimento para “estudar aprofundadamente” um aeroporto no Montijo complementar ao de Lisboa, dez anos depois de ter sido equacionada a hipótese “Portela + 1”, abandonada em 2008.

A construção de um novo aeroporto na região de Lisboa ou a existência de uma infraestrutura complementar ao Aeroporto Humberto Delgado tem estado em discussão nos últimos anos, tendo sido realizados vários estudos e analisadas diversas localizações, sendo a construção da infraestrutura no concelho de Alcochete, distrito de Setúbal, a que esteve mais próxima de se tornar realidade.

A Distrital do PS de Setúbal anunciou que ficou “perplexa” com a posição dos autarcas da CDU contra o novo aeroporto no Montijo, referindo que estão “contra o desenvolvimento” da região. “A possível construção do Aeroporto do Montijo resulta da necessidade de expansão da capacidade aeroportuária do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa. Ao longo do último ano, o Governo elaborou um vasto conjunto de estudos que lhe permitirá tomar uma decisão política suportada em estudos técnicos”, refere a Federação Distrital de Setúbal do Partido Socialista em comunicado.

“Soluça sólida” e “financeiramente comportável”

Para o ministro do Planejamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, a utilização do Montijo como aeroporto complementar à infraestrutura de Lisboa, a partir de 2021, “é uma solução sólida” e “financeiramente comportável para o Estado”.

“É uma solução sólida no que respeita à operação paralela dos dois aeroportos, aspecto que torna inviável a utilização de outras infraestruturas existentes na região como pistas complementares ao Aeroporto Humberto Delgado”, justificou o governante.

Citando estudos técnicos realizados, o ministro afirmou que a “coexistência do Aeroporto Humberto Delgado com um aeroporto complementar no Montijo assegura a duplicação da capacidade atual de transporte aéreo da região de Lisboa, que passará a poder movimentar 72 aviões por hora, podendo transportar 50 milhões de passageiros por ano”.

Esta solução implica um redesenho do espaço aéreo para “assegurar o aumento da capacidade do lado ar”, tendo sido “envidados esforços no reforço da coordenação da atividade civil e militar”, segundo o ministro, que sublinhou ainda ser esta uma “solução financeiramente comportável para o Estado”.

O governante explicou que o custo será “integralmente suportado através das receitas aeroportuárias, mantendo a competitividade destes aeroportos face aos principais aeroportos concorrentes”.

Além das oportunidades de “desenvolvimento e reforço da coesão no Arco Ribeirinho Sul”, esta expansão “impulsionará a riqueza e o emprego”, já que há estimativas de criação, a longo prazo, de cerca de 20 mil novos postos de trabalho apenas no setor aeroportuário.

O calendário do memorando prevê que até novembro deste ano sejam completados os estudos ambientais, enquanto na primeira metade de 2018 serão concluídas a avaliação ambiental e a negociação contratual com a ANA.

Durante o próximo ano serão desenvolvidos os “projetos de detalhe, para que, caso o Governo aprove a proposta final do concessionário, a construção do aeroporto no Montijo possa iniciar-se em 2019 e terminar em 2021”.

“Paralelamente, serão promovidas as ações e investimentos que garantem a expansão progressiva do aeroporto Humberto Delgado”, informou ainda Pedro Marques, referindo que o documento assinado, nas instalações do aeroporto Humberto Delgado, define também “acessibilidades e a promoção da mobilidade, tanto do lado do Montijo como em Lisboa”.

“Este memorando é também essencial porque, com a sua assinatura, antecipamos em cinco anos o prazo máximo de decisão sobre a capacidade aeroportuária de Lisboa, relativamente ao previsto no contrato de concessão”, concluiu.

O primeiro-ministro, António Costa, disse que a utilização do Montijo como aeroporto complementar de Lisboa é a solução de “maior viabilidade”, sendo agora necessário “maximizar oportunidades” e os “ganhos” para o desenvolvimento regional. “Acho que o país já estudou o que tinha a estudar. Importa decidir o que se tem de decidir”, declarou o chefe do Governo.

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