Presidente português defende na ONU novo secretário-geral na linha de Gandhi e Mandela

Mundo Lusíada
Com Lusa

MarceloRebeloSousaO Presidente português terminou visita de quatro dias a Nova Iorque, onde esteve focado na candidatura de António Guterres ao cargo de secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou na quarta-feira estar “focado nesta prioridade” e acrescentou “ter sentido”, nas conversas que teve, “que há uma compreensão crescente da importância da decisão sobre o secretário-geral das Nações Unidas e também a compreensão das qualidades indiscutíveis do senhor engenheiro António Guterres”.

Nesta deslocação, o Presidente interveio pela primeira vez na Assembleia Geral da organização, que reuniu chefes de Estado e de Governo dos 193 Estados-membros da ONU, na qual defendeu que o novo secretário-geral deve ser “um congregador de espíritos e de vontades”, na linha de Mahatma Gandhi e Nelson Mandela.

Marcelo Rebelo de Sousa traçou este perfil sem referir o nome do candidato apoiado oficialmente por Portugal, o antigo primeiro-ministro António Guterres e ex-Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados.

O chefe de Estado português acrescentou que deseja que o próximo secretário-geral da ONU “seja um congregador de espíritos e de vontades, que se guie pelo exemplo dos valores e da abordagem que Mahatma Gandhi e Nelson Mandela sempre aplicaram na vida: indo para além do seu grupo ou círculo, e assim unindo e representando todos e não uma parte” disse. “Construindo pontes, sabendo ouvir, tendo a sabedoria e capacidade de liderança inatas que lhe permitam tomar decisões em que todos se revejam e se sintam incluídos”, completou.

A Assembleia Geral da ONU aconteceu menos de um mês antes da data prevista para o fim do processo de escolha do novo secretário-geral da ONU.

Depois desta intervenção na 71.ª sessão da Assembleia Geral da ONU, Marcelo Rebelo de Sousa discursou numa Cimeira de chefes de Estado sobre Refugiados, promovida pelo Presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, a quem agradeceu pela iniciativa.

Neste segundo discurso, o Presidente da República voltou a defender a importância do acesso dos refugiados à educação e falou das medidas adotadas por Portugal. “No quadro da resposta comum da União Europeia, o meu país, um pequeno país, aceitou acolher imediatamente 4.486 pessoas”, salientou, referindo que centenas já chegaram.

“Expressámos o desejo de acolher um número adicional de 5.800 pessoas, como sinal de solidariedade para com os nossos parceiros mais afetados pelo afluxo de migrantes”, acrescentou.

No último dia nos Estados Unidos da América, Marcelo Rebelo de Sousa visitou uma exposição sobre o cônsul português Aristides de Sousa Mendes, que durante a II Guerra Mundial salvou do regime nazi milhares de judeus e outros refugiados, no Centro para a História Judaica de Nova Iorque.

Antes, o programa oficial do chefe de Estado incluia um pequeno-almoço oferecido pela Câmara Luso-Americana de Comércio, e último ponto da agenda, um almoço com membros da Sociedade Luso-Americana de Pós-graduados. O Presidente também encontrou-se com a comunidade portuguesa na vizinha Newark, Nova Jérsia.

A comitiva oficial desta visita incluiu o antigo Presidente da República Jorge Sampaio e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

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