Portugal reconhece aproximação fomentada por José Eduardo dos Santos em 38 anos

Presidente Marcelo toma banho na ilha de Luanda, Angola. Foto Lusa

 

Mundo Lusíada
Com Lusa

O Presidente português destacou, em Luanda, a “aproximação” entre Portugal e Angola fomentada por José Eduardo dos Santos ao longo de 38 anos como chefe de Estado angolano, mesmo com divergências pontuais.

Marcelo Rebelo de Sousa chegou ao início da manhã a Luanda onde, na terça-feira, assiste a posse de João Lourenço como novo Presidente angolano, tendo sido recebido durante a tarde, no palácio presidencial, por José Eduardo dos Santos, que se despede das mesmas funções.

“Foi um encontro de uma amizade, que é a amizade do povo português pelo povo angolano e do povo angolano pelo povo português, e em que não podemos esquecer o facto de que todos os presidentes eleitos democraticamente em Portugal conviveram com o Presidente José Eduardo dos Santos”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente português falava na Escola Portuguesa de Luanda – que visitou logo após ter sido recebido por José Eduardo dos Santos -, numa receção apoteótica e que o levou a tirar dezenas de fotografias e ‘selfies’ com eufóricos estudantes angolanos e portugueses, terminando com uma improvisada partida de basquetebol e com Marcelo Rebelo de Sousa a alinhar numa das equipas da escola.

Sobre as relações entre os dois países, tema abordado pelos jornalistas a cada paragem, num momento em que decorrem na justiça portuguesa vários processos contra dirigentes angolanos, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que, ao longo dos últimos anos, Angola e Portugal construíram “um conhecimento recíproco”, com a “preocupação fundamental” de “levar mais longe a fraternidade entre os dois povos”.

“E isso é o que conta, para além dos episódios do momento, é essa a linha fundamental”, enfatizou.

Recordando os vários presidentes portugueses que se relacionaram, em funções, com José Eduardo dos Santos, Marcelo Rabelo de Sousa afirma que ouviu “testemunhos” em que “é possível encontrar vários momentos da história comum passos de convergência e de aproximação que no essencial respeitaram esta ideia: Dois povos que são irmãos”.

“Depois, como acontece em todas as famílias, há momentos em que há, digamos assim, pontos que não são tão importantes, de divergência, de dissonância. Mas isso acontece nas famílias e no entanto as famílias não deixam de ser famílias no essencial”, acrescentou.

Depois de um mergulho no Atlântico, junto à ilha de Luanda, pela manhã, cujas fotografias têm sido comentadas e partilhadas nas redes sociais pelos angolanos, o chefe de Estado português fecha o dia com uma aula na Universidade Agostinho Neto, onde foi professor.

“Então, de manhãzinha, vinha aqui nadar. Exatamente no mesmo sítio, com as mesmas correntes, puxa ligeiramente para fora, mas uma água quente, muito quente e muito transparente, muito pouco poluída. Está ótima e é um bom começo de dia”, enfatizou Marcelo.

A oportunidade foi ainda aproveitada para desvalorizar as dúvidas sobre o estado das relações entre Portugal e Angola, nomeadamente devido às investigações da Justiça portuguesa a figuras do regime angolano.

“Aquilo que nos une é muito mais do que aquilo que nos pode separar”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, que classifica estes atritos como problemas em família.

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