Novo partido quer travar emigração dos jovens portugueses

Da Redação
Com Lusa

BandeiraSelecao_ParqueNacoesO novo Partido Democrático Republicano (PDR), que vai ser apresentado dia 05 em Coimbra, avançará com “medidas efetivas” para travar a emigração de milhares de jovens portugueses.

“Não podemos recuperar já esta magnífica geração de jovens que saíram do país”, afirmou à agência Lusa o fundador António Marinho Pinto, eurodeputado eleito pelo Movimento do Partido da Terra (MPT), do qual entretanto se desvinculou.

Lamentando a partida “de quadros excelentes que foram servir outros países e outras economias”, após terem obtido qualificação acadêmica e profissional, à custa das suas famílias e do Estado, assegurou que o PDR tomará “medidas efetivas para impedir que a sangria continue”.

O ex-bastonário da Ordem dos Advogados defendeu, por outro lado, que a Assembleia da República deverá “criar um quadro legal rigoroso de incompatibilidades” entre as atribuições políticas dos deputados e os seus interesses privados.

O Parlamento nacional “não pode ser um centro de corrupção”, declarou, frisando que esta sua opinião também se aplica ao Parlamento Europeu. “A direita portuguesa guarda os seus princípios no mesmo bolso onde guarda o seu dinheiro”, acusou.

Marinho Pinto está contra uma eventual redução do número de deputados e disse que o PDR “não se revê na tradicional geometria política” portuguesa que distingue a esquerda da direita.

O partido promete combater a atual coligação PSD/CDS no poder, a qual representa “a direita mais selvagem” no poder desde o 25 de Abril de 1974.

Neste contexto, acusou também o PCP e o BE de terem contribuído, no Parlamento, “para derrubar o Governo de centro-esquerda” do socialista José Sócrates.

O PDR quer “regressar aos valores fundadores do ideal democrático e republicano”, a começar pela liberdade, “que defenderá contra tudo e contra todos”, disse Marinho Pinto.

É igualmente necessário “pôr a Justiça a funcionar”, para que os tribunais “cumpram com independência a sua função constitucional”, cabendo-lhes “perseguir e punir os criminosos”.

O eurodeputado, eleito em maio pelo MPT, ressalvou que “só têm sido perseguidos – e de forma implacável – os pequenos criminosos” em Portugal, onde “a grande criminalidade econômica e financeira continua a passar pela Justiça incólume”.

Marinho Pinto realçou que, na sua declaração de princípios, o novo partido defende “serviços públicos de qualidade”, em áreas como a educação, a saúde, os transportes, a água, a distribuição postal e a segurança social, entre outras.

O PDR poderá vir a propor que sejam anuladas “algumas das privatizações” já realizadas, como a distribuição postal. “Tal como as nacionalizações não foram irreversíveis, há privatizações que também não o serão”, sublinhou.

A descentralização do Estado e a regionalização, como previsto na Constituição da República, são outras das propostas do PDR, cujo núcleo dinamizador inclui ainda nomes como Eurico Figueiredo e Fernando Condesso, ex-deputados do PS e do PSD, respectivamente.

Coincidindo com as comemorações republicanas do 5 de Outubro, a assembleia de fundadores do PDR realiza-se no domingo, na Casa Municipal da Cultura de Coimbra.

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