Guterres reafirma compromisso da ONU com processo de descolonização e recorda Salazar

Da Redação
Com ONU News

antonioguterresonuO secretário-geral da ONU, António Guterres, reafirmou o compromisso das Nações Unidas em dar assistência aos territórios para que completem o processo de descolonização. A declaração foi feita em pronunciamento durante a abertura da reunião da Comissão Especial de Descolonização, na sede da ONU em Nova Iorque.

Falando em inglês, Guterres disse que “apesar de um progresso significativo, 17 territórios no mundo continuam sem autonomia para governar”.

Para alcançar esse objetivo, ele declarou que é preciso “um engajamento pró-ativo e contínuo de todas as partes envolvidas, como o poder administrador, a população dessas áreas não-autônomas, as Nações Unidas e outros participantes do processo”.

Guterres disse que quando a Comissão Especial foi criada em 1962, a ONU tinha 110 Estados-membros. Agora, as Nações Unidas têm 193 e muitos desses novos países foram ex-colônias.

Portugal
Num depoimento emocionado, o secretário-geral afirmou que nasceu e viveu sua juventude durante a ditadura de António Salazar, em Portugal, que durou mais de três décadas.

Segundo ele, o regime oprimiu não só o país mas também “os países e povos irmãos na África e na Ásia” com uma “absurda política forçando uma guerra sangrenta em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau”.

Guterres disse que isso criou um forte laço entre os democratas portugueses, onde muitos de seus amigos foram presos, torturados ou passaram a viver no exílio, e os movimentos de liberação em Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e ainda Cabo Verde.

O secretário-geral afirmou que a Revolução dos Cravos, que permitiu a volta da democracia em Portugal, “foi possível graças ao fato de o exército português ter se cansado de lutar uma guerra sangrenta sem solução política”.

O chefe da ONU explicou que “os militares do exército então decidiram que era o momento de reverter a ditadura”.

Segundo Guterres, a democracia voltou a Portugal e a descolonização levou liberdade aos países e povos de Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e príncipe, Cabo Verde e, mais tarde, numa situação complexa, Timor-Leste. Ele citou ainda o processo de transição com sucesso do governo em Macau, na China.

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