Governo comemora taxa de desemprego, oposição ironiza dia “histórico” para desempregados

Mundo Lusíada
Com agencias

Milhares marcham em Lisboa em frente ao Parlamento. MIGUEL A. LOPES/LUSAA taxa de desemprego fixou-se nos 11,9% de abril a junho, menos 1,8 pontos percentuais do que no trimestre anterior e 2,0 pontos percentuais abaixo do trimestre homólogo de 2014, segundo estimativas divulgadas pelo INE.

No segundo trimestre deste ano, o Instituto Nacional de Estatística (INE) aponta para uma diminuição trimestral de 13,0% e uma diminuição homóloga de 14,9% da população desempregada (menos 92,5 mil e menos 108,5 mil pessoas, respectivamente), para um total de 620,4 mil pessoas.

Já a população empregada foi estimada em 4.580,8 pessoas, o que corresponde a um acréscimo trimestral de 2,3% (mais 103,7 mil pessoas) e a um aumento homólogo de 1,5% (mais 66,2 mil pessoas). Nestas estimativas trimestrais foi considerada a população com 15 e mais anos e os valores não foram previamente ajustados de sazonalidade.

O CDS-PP considerou que a taxa de desemprego de 11,9% no segundo trimestre são “números que fazem história na história destes últimos quatro anos” e têm um significado de esperança para quem ainda procura emprego. “Estes números fazem história na história destes últimos quatro anos”, afirmou a vice-presidente da bancada do CDS-PP Cecília Meireles, numa conferência de imprensa realizada na Assembleia da República. Meireles lembrou que ao longo dos últimos quatro anos a taxa foi “paulatinamente baixando” desde os 17,5%, estando agora pela primeira vez abaixo dos 12%.

“Representa uma redução e uma tendência de redução muito significativa”, frisou, notando que num trimestre há menos 100 mil pessoas na situação de desemprego. Além disso, acrescentou, em relação a janeiro de 2013, “que é o período em que começa a viragem econômica em Portugal”, há mais 226 mil pessoas que encontram emprego.

Também Pedro Mota Soares disse que “sempre que há uma boa notícia para o país o Partido Socialista fica azedo e amargo”. Isso porque o PS condenou a “total insensibilidade social” com que o Governo aplaudiu os números da taxa de desemprego.

“Os critérios do INE são exatamente os mesmos que eram há quatro anos quando havia um Governo socialista” afirmou aos jornalistas. “Depois dos quatro anos mais difíceis que tivemos na nossa história democrática é muito bom ter uma taxa de desemprego mais baixa do que em 2011″, ano de Governo socialista, reforçou ainda. O ministro admite que há “muito trabalho pela frente”, mas diz que “Portugal deu a volta” e que “nunca estivemos tão perto da média da zona euro, o que é francamente positivo”.

Para a oposição o governo mostra “total insensibilidade social”. “A maioria dá os parabéns a estes números e diz que este é um dia histórico, mas eu gostava de perguntar a todos os portugueses que estão desempregados ou emigrados se este é de fato um dia histórico”, disse Ana Mendes.

Em conferência de imprensa no Parlamento, a deputada realçou a “realidade dramática” dos números do emprego, referindo o “empenho que este Governo tem em criar estatísticas para criar a ilusão de que estamos a ter mais emprego em Portugal”.

Para o PS, esta descida pode ser justificada pela emigração e pelo “aumento brutal dos desempregados ocupados em formações do Estado ou em estágios”, nem que sejam de uma semana, que permitem retirar pessoas das estatísticas. “Há hoje menos 218 mil empregos desde que este Governo tomou posse é a maior destruição de emprego dos últimos 50 anos”, condenou a socialista.

Na segunda-feira, a comissão de trabalhadores do INE acusou que está a ser feito um “aproveitamento político” dos dados sobre desemprego e alertou para “situações de interpretação abusiva” da informação devido ao aproximar de eleições.

O primeiro-ministro, Passos Coelho, aludiu também às críticas da oposição lamentando que “haja forças política que estejam sempre à espera de resultados negativos para poderem dizer que continuamos a viver muito mal quando as perspectivas tem vindo a melhorar significativamente”.

As eleições legislativas, marcada para 04 de outubro, já conta com data do primeiro debate televisivo entre os líderes do PSD e PS, Passos Coelho e António Costa, frente-a-frente pela primeira vez em 9 de setembro, segundo a SIC Notícias.

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