Eleições: PS é o maior partido, CDU perde mais câmaras e PSD cai de novo

Mundo Lusíada
Com Lusa

Foto: MIGUEL A. LOPES/LUSA

O PS mantém-se como o maior partido autárquico ao conquistar 161 câmaras nas eleições de domingo enquanto a CDU teve a maior queda e fica com 24 concelhos e o PSD ‘caiu’ para 98 municípios. De acordo com os dados finais da Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna – estando os votos das 3.092 freguesias apurados – foram às urnas 54,97% dos eleitores inscritos.

Os resultados finais confirmam a hegemonia do PS, que lidera agora 161 câmaras por todo o país (mais 11 que em 2013), 159 sozinho e duas em coligação: no Funchal encabeçam a coligação com BE, JPP, PDR e NC e em Felgueiras integram a coligação “Sim Acredita” com o Livre.

As listas socialistas para as câmaras ficaram nestas eleições perto dos dois milhões de votos, o que representa 37,83%, com 143 maiorias absolutas. A CDU (coligação que junta PCP e PEV) foi quem perdeu mais câmaras — dez – e número de votos nestas eleições autárquicas, ficando agora com 24 presidências, 18 com maioria absoluta. No total, a CDU conquistou 490 mil votos ( menos 63 mil que em 2013), ou seja, 9,46% dos votos (em 2013 obteve 11,06%).

Nestas eleições autárquicas, o PSD voltou bater os mínimos históricos de 2013 e perdeu oito lideranças de câmaras municipais. O partido liderado por Pedro Passos Coelho fica agora com 98 presidências (79 sozinhos e 19 em coligação), mas em termos de votos e percentagem quase não houve variações, tendo conseguido, sozinho, 16,08% dos votos (em 2013 foram 16,70%).

Passos Coelho já reiterou no domingo que não se iria demitir na sequência de resultados de eleições locais, mas prometeu uma “reflexão ponderada” sobre se irá ou não recandidatar-se ao cargo nas diretas previstas para o início do próximo ano. Ainda na noite eleitoral de domingo, a antiga líder do PSD Manuela Ferreira Leite defendeu que Passos Coelho “não tem condições” para continuar à frente do PSD, enquanto outro antigo líder social-democrata, Marques Mendes, considerou que se se mantiver em funções a vida do líder social-democrata “vai ser um inferno”.

Nesta terça, Passos Coelho, anunciou na reunião da Comissão Política Nacional que não se irá recandidatar ao cargo nas próximas eleições diretas.

O CDS-PP conquistou na noite eleitoral de domingo mais uma câmara do que em 2013, ficando agora com seis autarquias, apesar de ter descido em número de votos (em 2013 conseguiu 152.006 votos e este ano caiu para 134.311).

Também os grupos de cidadãos cresceram em termos de municípios conquistados, passando dos 13 das últimas eleições para 17 nas autárquicas de domingo. Os partidos Juntos Pelo Povo (JPP) e Nós Cidadãos (NC) estreiam-se na cadeira da presidência de dois municípios: Santa Cruz, na Madeira, e Oliveira de Frades, no distrito de Viseu, respetivamente.

O Bloco de Esquerda (BE) falhou o objetivo de governar qualquer autarquia, apesar de ter aumentado mais de 50 mil votos desde 2013 e de ter conquistado mais quatro lugares das vereações dos municípios, tendo agora 12 mandatos.

Já o PAN, apesar de não ter conseguido eleger qualquer vereador, quase triplicou o número de votos para as câmaras, tendo conseguido 26 mandatos nas assembleias municipais.

Numa comparação dos dados do Ministério da Administração Interna com os resultados de 2013, um total de 74 câmaras municipais contou com uma alteração de presidente em relação às últimas eleições e 44 municípios registaram simultaneamente uma mudança de cor política e de líder do executivo. Contudo, estas duas comparações não têm em consideração as substituições feitas durante o atual mandato pela saída dos presidentes eleitos, como no caso de Lisboa, em que Fernando Medina substituiu António Costa.

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