Cavaco diz que partidos deviam se unir no combate ao desemprego e pobreza

Da Redação
Com Lusa

Foto/Arquivo: Novembro/2011

O Presidente português afirmou que os partidos devem unir-se no combate ao desemprego e à pobreza, ao responder à imprensa sobre as críticas do PS à forma como reagiu sobre a dívida à Segurança Social do primeiro-ministro.

“Eu convido os partidos políticos a unirem-se e a trabalharem para o combate ao desemprego, este é o principal problema do país. Não há nenhum que ultrapasse este grave problema que nós temos, que é o desemprego”, declarou Aníbal Cavaco Silva, em Alqueidão, Ourém, no distrito de Santarém, no final de uma jornada de trabalho dedicada à floresta.

O chefe de Estado insistiu na necessidade dos partidos se empenharem “no combate à pobreza, na defesa da competitividade da economia, porque esse é um grande desígnio nacional”.

No sábado, o presidente da República escusou-se a comentar a dívida do primeiro-ministro à Segurança Social, alegando que “um presidente de bom senso deve deixar aos partidos as suas controvérsias político-partidárias que já cheiram a campanha eleitoral”, declarações que suscitaram críticas de diversos partidos da oposição.

Nesse dia, em declarações à SIC, o secretário-geral do PS, António Costa, considerou “infelizes” as declarações do Presidente da República ao “desviar para a oposição as responsabilidades exclusivas” de Pedro Passos Coelho no caso da dívida à Segurança Social.

Questionado como viu as críticas dos partidos, Cavaco Silva salientou que “um presidente da República nunca comenta declarações que os partidos fazem nas suas polémicas de natureza político-partidária”.

“Já tive ocasião de dizer que nem agora, nem no futuro, irei interferir na vida político-partidária”, disse o Presidente da República ao ser questionado se o primeiro-ministro deve um pedido de desculpas aos portugueses ou se as suas condições políticas à frente do Governo estão fragilizadas.

“Houve um chefe de Estado que no passado foi acusado de ter interferido na vida política de um partido e o seu líder demitiu-se, acusando esse chefe de Estado. Comigo isso nunca acontecerá”, assegurou.

O assunto ainda repercute na mídia portuguesa, depois do jornal Público ter noticiado em 28 de fevereiro que, entre outubro de 1999 e setembro de 2004, Pedro Passos Coelho acumulou dívidas à Segurança Social, tendo decidido pagar voluntariamente este mês, num total de cerca de 4.000 euros. Em resposta ao diário, o chefe do Governo disse que nunca foi notificado da dívida, que prescreveu em 2009.

O primeiro-ministro, na resposta ao Público, afirmou que, em 2012, foi confrontado com dúvidas sobre a sua situação contributiva e que, nessa altura, o Centro Distrital de Segurança Social de Lisboa lhe indicou que tinha em dívida 2880,26 euros, acrescida de juros de mora e que essa dívida, apesar de prescrita, poderia ser paga “a título voluntário”.

Segundo o Público, Passos Coelho disse ainda que a Segurança Social o informou em 2012 de que a sua situação “não era diferente da de mais de 107 mil portugueses, igualmente trabalhadores independentes, os quais terão sido alegadamente notificados por carta simples em junho de 2007″.

Nesta quarta, o primeiro-ministro voltou a assegurar que nunca deixou de pagar aquilo que devia ao fisco ou à Segurança Social e adiantou que eventuais atrasos que tenha registrado no passado obrigaram-no a suportar as consequências nos termos da lei.

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