Aluna apresenta método para reutilizar resíduos da laranja na fabricação de farinhas

Da Redação

O Brasil é um grande produtor de laranja, e grande parte dessa produção é destinada à produção de suco de laranja. Após a extração do suco, gera-se grande quantidade de resíduos que se tornam um problema para o setor, sendo uma possível fonte de contaminação ao meio ambiente. Porém, esses resíduos são fontes ricas de vitaminas, minerais e fibras e podem ser utilizados para o enriquecimento de alimentos.

Penso nisso, a aluna Larissa Fernanda Volprini Rapina defendeu em sua tese de doutorado um método para reutilizar resíduos da laranja, usados na fabricação de farinhas para bolos. Intitulada “Caracterização de Farinhas de albedo, bagaço e casca de laranja e sua aplicação em bolos de laranja”, a pesquisa foi realizada junto ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciência de Alimentos do Ibilce, campus da Unesp em São José do Rio Preto.

Segundo a pesquisa, as farinhas de albedo, bagaço e casca de laranja destacaram-se pelos altos conteúdos de fibras alimentares, sendo que as fibras insolúveis em água das farinhas de albedo e de bagaço aumentaram o bolo fecal dos ratos. Foi possível substituir a farinha de trigo por 10% de farinha de albedo, 15% de farinha de bagaço e 7,5% de farinha de casca em bolos de laranja, em função da boa aceitação sensorial, e os bolos desenvolvidos foram comparados, na sequência, a um bolo padrão (sem substituição da farinha de trigo) e a um bolo de laranja comercial.

A adição dos coprodutos de laranja aumentou as fibras alimentares totais nos bolos, tornando-os fonte de fibra, bem como um aumento no teor de lipídios com adição de farinhas de albedo e casca. Além disso, os bolos com coprodutos de laranja apresentaram maior dureza e menor volume específico em relação ao bolo padrão e comercial, bem como diferenças nos parâmetros de cor.

Mesmo com diferenças na composição química e nas características físicas, a incorporação de diferentes resíduos de laranja em bolos é viável, segundo a pesquisadora, devido à boa aceitação sensorial, benefícios à saúde pela adição de fibras, benefícios ao meio ambiente e através de seu aproveitamento na alimentação humana.

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