Portuguesa pode perder o Canindé em leilão marcado para 7 de novembro

Mundo Lusíada

Estádio do Canindé. Foto Arquivo: José Cunha
Estádio do Canindé. Foto Arquivo: José Cunha

A Associação Portuguesa de Desportos vive mais uma fase triste de sua história. A partir da fatídica escalação do meia Héverton e todo o imbróglio jurídico gerado após aquele momento, a Lusa nunca mais conseguiu se sustentar nos torneios em que participou. Acabou uma administração, entrou outra, que também acabou, e entrou outra, e ninguém se quer equilibra a situação. Acabou o elenco, e sem condições, o clube faz o que pode para ter uma comissão técnica e um time. E foi indo e a queda livre jogou o clube, elenco, funcionários e torcida para um labirinto de problemas de todo tipo, inclusive técnico e administrativo.
Na grave crise financeira, pouco sobrou de brio e animo. Queda para Série B. Queda para Série C. Agora o pior momento da história: mais uma queda, agora para a Série D do Brasileirão. Pouco se pode arriscar sobre o que será do futuro da pobre (literalmente) Associação Portuguesa de Desportos.
Como se costuma dizer, desgraça pouca é bobagem, agora o clube pode perder também, parte do patrimônio com um leilão marcado para o próximo mês de novembro. O clube tenta impugnar o leilão e busca investidores que queiram adquirir a área que pertence à Lusa, saldar a dívida do clube e evitar uma tragédia ainda maior.
Em entrevista coletiva (1509), o atual presidente José Luiz Ferreira de Almeida convocou explicou a fase ruim que já dura uma década pela qual a Portuguesa está passando e as expectativas e medidas que pretende tomar para evitar um fim agonizante do clube de futebol dos mais queridos de São Paulo.
José Luiz, no entanto, terá um tempo muito curto para conseguir o milagre. Sua gestão termina já no final deste ano, e ele não pretende seguir no cargo, explicando que o leilão foi marcado para 7 de novembro e que foi em função de um processo impetrado pelo Banco Luso Brasileiro, cobrando o pagamento de um empréstimo efetuado no começo dos anos 2000. A dívida foi paga em 2014, por dois avalistas. No entanto, a Portuguesa não conseguiu quitá-la na sequência, tendo 45% do terreno, parte que pertence ao clube, que já estava penhorado por processos trabalhistas, levados a leilão com lance inicial avaliado em R$ 154 milhões.
O presidente disse que a Portuguesa não tinha chance de cobrir a dívida. O processo andou e houve uma avaliação do terreno no final de 2015, chegando ao valor referido. O valor então foi homologado em abril deste ano. “A Portuguesa perdeu o prazo para impugnar esse valor e a Justiça determinou que o terreno, que já estava penhorado, fosse a leilão”, disse o dirigente que tem esperança de ao menos conseguir adiar o leilão.
No terreno em questão tem o ginásio e o estádio, e o dirigente acha muito difícil alguém adquirir no leilão neste momento. Os outros 55% da área do clube, localizado na Zona Norte da capital, pertencem à Prefeitura de São Paulo e, portanto, não podem ser penhorados ou ir a leilão. Segundo o presidente, que é também advogado, o dinheiro arrecadado não bastaria para saldar o total das dívidas (cerca de R$ 200 milhões), oriundas desde 2004 por conta de contratos de jogadores com os quais a Portuguesa não tinha condições financeiras para cumprir na época.
O presidente disse que a solução no momento seria um investidor comprar o terreno do clube e da prefeitura, remodelando o estádio e construindo um clube vertical, salvaria a Portuguesa das dívidas. O presidente admitiu que está em negociações adiantadas
com a construtora Kauffmann. “O investidor não irá comprar a Portuguesa. Existe uma tratativa no momento. É uma ideia. Depois, o investidor acertaria as dívidas da Portuguesa, principalmente as trabalhistas, remodelar essa área, com hotel e construindo uma nova arena. Não é a melhor saída, mas é a que dá início à idéia de remodelar o Canindé”, disse.

Portuguesa cai para Série D e Já anuncia saída de jogadores
A Portuguesa foi mais uma vez rebaixada, agora para a Série D do Brasileirão, com a derrota para o Tombense (em Tombos de Minas) em 18/09 por 2×0, dando assim fim a mais um ano negativo e com ameaças de protestos de torcedores. Segundo o que se noticiou na imprensa esportiva, os atletas com maior tempo de contrato, a maioria da base, manterão o vínculo e terão férias até janeiro, quando começa a disputa da Série A-2 do Paulistão. O restante será dispensado. Assim como não é certa a permanência do treinador Márcio Ribeiro.
Curiosamente a viajem de Tombos de Minas, para São Paulo, de ônibus, durou 13 horas, foi silenciosa. Mas o ônibus da torcida teve problemas no retorno, quebrou e demorou mais para chegar à capital paulista.
A novidade em relação ao elenco surgiu em 23 de setembro quando o clube informou que os atletas Augusto, Mateus, Michel, João Henrique, Júnior Timbó, Valdeci e Alê não fazem mais parte do elenco da Lusa. Os jogadores entraram em comum acordo com o Clube e rescindiram seus contratos com a equipe. “A Portuguesa deseja boa sorte em suas devidas carreiras”, referiu o clube em nota.
O restante do elenco segue em férias até o dia 19 de outubro, data da reapresentação do plantel rubro-verde. A decisão foi tomada em reunião entre a diretoria do Departamento de Futebol junto aos profissionais no início da semana. Após o retorno, a Lusa dará início preparação para a disputa da temporada de 2017.

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