Portuguesa entra com ação na Justiça Comum e afirma que o clube está “quebrado”

Mundo Lusíada

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Presidente da Portuguesa de Desportos, Ilídio Lico. Foto: Mundo Lusíada

A Associação Portuguesa de Desportos divulgou uma nota, em 02 de abril, informando que através do seu Departamento Jurídico, ingressou nesta terça-feira (01) com uma ação na Justiça Comum visando restabelecer o seu direito.

“A ação, proposta pelo vice-presidente jurídico do clube, Dr. Orlando Cordeiro de Barros, e pelo Dr Daniel Assumpção Neves, foi ajuizada na 43ª Vara Cível de São Paulo e tem como objetivo restabelecer os seus direitos lesados” informa a nota.

Nesta semana, o presidente do clube Ilídio Lico concedeu algumas entrevistas para emissoras de rádio e televisão, em São Paulo.

O mandatário não demonstra nenhum tipo de entusiasmo com relação ao futuro do clube. O ano de 2014 ainda sente os respingos de 2013 e todo o imbróglio jurídico envolvendo o rebaixamento do clube paulista para benefício do carioca Fluminense, que teria, segundo o presidente da Lusa e a maioria da imprensa paulista, uma força política muito maior no cenário esportivo, além da “preferência” comercial da Globo, emissora que detém os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro.

Lico deixou muito claro que, se fosse um outro clube de São Paulo (e não só de São Paulo) o tratamento seria bem diferente. “O próprio Fluminense (…) Está aí na Série A, entrou pela porta do fundo…”, disse. Perguntado se na Série B a Portuguesa pode falir, Lico não hesitou: “Do jeito que está hoje, a Portuguesa, infelizmente, nós estamos quebrados, na verdade. E nós somos homens que não gostamos de atrasar salários, nas nossas empresas não atrasamos salários, o vice presidente, o presidente do Conselho, somos homens que não gostamos de atrasar salários, mas infelizmente aqui somos obrigados, porque também não podemos sair colocando nosso patrimônio no futebol, naturalmente, e se não tivermos rendas alternativas com dinheiro da Federação (…) não temos condições de sobrevivência” afirmou em entrevista coletiva.

O conteúdo da entrevista mereceu comentários do jornalista da TV Gazeta, Flávio Prado, que disse ao vivo no programa esportivo da emissora, depois de criticar o presidente por ter assumido o clube sabendo do “pepino” que teria pela frente, que a Portuguesa foi vítima de uma das “maiores mutretas” da história do futebol, e cobrou reação dos dirigentes do clube, a exemplo do Gama, há muito tempo, que foi para a Justiça e ganhou.

O jornalista ainda afirmou que “gente lá de dentro ganhou dinheiro” para fazer acontecer o que aconteceu. E que a Portuguesa foi retirada da Série A numa grande “armação”, completando que a Lusa não tem dinheiro para pagar bons advogados e cobrando que “agora a colônia tem que se unir e botar dinheiro para ajudar o clube, voltando a criticar a posição de recuo da direção que ainda não decidiu entrar de fato na Justiça Comum, tendo, até agora, se “acovardado” depois de ser retirada do campeonato numa “safadeza” armada e agora se encolhe de forma a merecer estar nessa situação.

O que se cobra no meio esportivo e jurídico é que faça uma grande investigação, detalhada, minuciosa, para que se esclareça se teve algum beneficiado e que tenha uma punição séria, seja de pessoas, de clubes, ou de alguma entidade, em benefício do patrimônio maior, que é o futebol brasileiro.

Uma das acusações mais sérias do jornalista Flávio Prado foi dizer, durante o programa, que doze pessoas da Portuguesa tiveram movimentações “estranhas” em suas contas correntes no final do ano passado. “Que teve mutreta meus amigos, teve, agora é uma questão da Portuguesa aceitar ou não ser vítima dessa mutreta”, referiu ele em vídeo publicado no site da emissora na última sexta feira, 28 de março.

A diretoria da Portuguesa anunciou esta semana que seria a última reunião entre a direção e seu corpo jurídico para definição final da decisão. Nela seria decidido disputar a Série B e correr o risco de não ter condições financeiras nem para esta competição, ou entrar na Justiça de uma vez e assumir os riscos de sofrer as penalidades impostas pela CBF.

Acontece na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, por iniciativa do Deputado Fernando Capez, mais um ato público contra a decisão do STJD contra a Portuguesa. O evento ocorre dia 09 de abril às 19h30 no Plenário Paulo Kobayashi, Avenida Pedro Álvares Cabral, 201 – Ibirapuera.

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