Londres 2012: Carolina Borges diz que desistiu por estar grávida e não ter apoios

Mundo Lusíada
Com Lusa

A velejadora naturalizada portuguesa Carolina Borges garantiu, em 01 de agosto, que esteve sempre contactável e que ninguém da Missão Olímpica lusa falou com ela, depois de ter anunciado na terça-feira a desistência da prova de prancha à vela de Londres2012.

“Têm dito que a Carolina está incontactável, mas o meu telefone não toca”, disse a velejadora, em declarações à agência Lusa, afiançando que esteve sempre em Weymouth, no sul de Londres, onde acontecem as provas de vela.

A velejadora disse que não participou na prova dos Jogos Olímpicos devido à falta de apoios e por estar grávida, num dia em que as condições atmosféricas pioraram. “Eu acordei de manhã, vi que a previsão de vento estava forte, com ondas fortes, e escolhi por motivo médico, pessoal, responsável, não competir, por alguns motivos, como não ter apoio na água”, referiu.

Em 31 de julho, Carolina Borges enviou uma mensagem por e-mail ao chefe da Missão, Mário Santos, para dizer que não iria competir por motivos pessoais e médicos.

“Falei com o Mário Santos. Informei-o do motivo. Há certas coisas que são pessoais e que só devem ser ditas até uma certa extensão. Eu disse a verdade, expliquei-lhes tudo e informei que não podia. Eles não perguntaram qual era o motivo ou o que estava a acontecer. A primeira coisa que soube foram as notícias a dizer que estava desaparecida. Eu estava na Aldeia. São acusações sem fundamento. Houve um mal-entendido”, referiu à Lusa.

Preocupação com Gravidez

“No windsurf, precisamos de ter um apoio na água, porque é um desporto perigoso, no qual não podemos levar comida e água entre regatas. Eu não tive esse apoio, nem dentro, nem fora da água. É um apoio que estava no contrato assinado por mim, pelo Comité Olímpico de Portugal e pela federação. Nesse contrato estava que dariam apoio financeiro, apoio ao atleta. Existem cláusulas fundamentais para o atleta. São essas cláusulas que não foram cumpridas e que prejudicaram a minha presença”, afiançou.

A velejadora adiantou ainda que foi ao médico da Aldeia Olímpica, em Weymouth, antes de tomar essa decisão, garantindo que não recorreu aos clínicos da Missão lusa devido ao fato de estar apenas um fisioterapeuta onde decorrem as regatas de vela.

“Essa decisão que tomei, foi uma decisão pessoal, de saúde, de respeito e responsabilidade pelo facto de estar grávida e não ter um apoio para o caso de algo errado acontecer. Eu fiquei preocupada com certas condições climatéricas, numa prova em que não teria um apoio na água”, referiu.

A atleta luso-brasileiro reforçou que “foi a previsão de tempo” que a fez tomar a decisão, garantindo que “se o tempo estivesse fraco” ela teria competido, porque “não existe um perigo tão grande de cair e nem tanta necessidade de um apoio”.

“Não podemos arriscar assim a vida de outra pessoa. Eu estou grávida e não posso colocar em perigo uma pessoa. Não seria responsável estar lá sem apoio e poder magoar-me. Seria diferente se eu tivesse um apoio”, admitiu.

Sobre não ter comunicado estar grávida, Carolina Borges disse que não era obrigada a fazê-lo e que não era por isso que deveria ter mais apoio.

“Eu não acredito que é preciso um atleta dizer que tem uma certa condição física e psicológica para ter um apoio. A regra tem de ser igual para todos. Porque é que todos os atletas da vela têm um treinador e a Carolina não tem? Nenhum atleta está a um nível assim tão superior à Carolina. Há atletas que se apuraram com resultados piores. Porque é que há diferença? Podia haver alguém que dividisse o técnico comigo ou eu ter algum apoio. Agora a Carolina não pode ser a única que não tem apoio, não recebe dinheiro, não recebe material”, frisou à Lusa.

Carolina Borges lamentou ainda que o contrato que assinou com o COP e a federação de vela não tenha sido cumprido, considerando que “um atleta de nível olímpico devia ter um apoio, deveria ter uma pessoa a ajudar, para conseguir competir da melhor forma para ele e para o país que está a representar”.

“O contrato não foi cumprido. Toda a minha carreira olímpica foi toda custeada por mim, nunca tive apoio da federação em termos de técnico, fisioterapeuta, equipamento. Nunca tive nenhum apoio. Cheguei aqui com o meu próprio esforço, com os meus próprios custos. Nunca recebi nada desse apoio. Estou realmente sozinha”, acusou.

A velejadora lamentou ainda que o vice-chefe da Missão que está em Weymouth, Rui Reis, não tenha contactado ainda com ela desde que a comitiva da vela chegou a Inglaterra. Na terça-feira, Mário Santos disse que a acreditação de Carolina Borges tinha sido cancelada e que será alvo de um processo disciplinar.

“Eles alegam que a minha acreditação não está a funcionar, que foi cancelada, mas a minha acreditação está a funcionar. Eu hoje estive na Aldeia Olímpica para ir buscar o meu trapézio e não tive problema nenhum. Eu não estou fora, como têm dito”, frisou.

Carolina Borges, brasileira naturalizada portuguesa, foi excluída dos Jogos Olímpicos de Londres, depois de informar que, por razões pessoais e médicas, não poderia mais competir. A imprensa portuguesa acusava Carol Borges de estar incontactável desde então. Esta seria sua segunda participação olímpica, depois de ter estado nos Jogos de Atenas 2004, representando o Brasil.

2 Comments

  1. É mentira o que ela diz. Tudo já foi desmentido pelo comité olímpico português. Vejam o que foi publicado nos jornais em Portugal sobre esta “novela”.

  2. joão paulo, descordo com voce amigo. O que esta nos jornais Portugueses sao calunias!! Soube que enganaram ela e foi vitima de racismo por ser Brasileira. Que absurdo!

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