Zeinal Bava renunciou à presidência da Oi

Mundo Lusíada
Com Lusa

Zeinal Bava, PT/OIFoto: arquivo Mundo Lusíada
Zeinal Bava, PT/OI
Foto: arquivo Mundo Lusíada

O executivo português Zeinal Bava renunciou, em 07 de outubro, à presidência da companhia de telefonia brasileira Oi, informou a empresa.

O diretor de Finanças e de Relações com Investidores, Bayard De Paoli Gontijo, assumirá temporariamente o cargo, até que o Conselho de Administração da companhia decida quem indicará para o posto.

A informação foi oficializada na noite de terça-feira, no Brasil, num comunicado da Oi divulgado ao mercado, após o encerramento da Bolsa.

Zeibal Bava assumiu a presidência da Oi em junho de 2013, acumulando o cargo de presidente da Portugal Telecom (PT), que exercia desde 2008. O gestor foi um dos responsáveis do processo de fusão das duas companhias.

Em agosto, Zeibal Bava deixou a presidência da Portugal Telecom afirmando, na altura, que pretendia dedicar-se exclusivamente ao cargo no Brasil e promover a recuperação financeira e operacional da Oi.

A imprensa brasileira refere que a renúncia terá acontecido devido ao “desconforto” causado pela operação da PT com títulos da dívida da Rioforte, holding do grupo Espírito Santo, que deixou um ‘buraco’ de 847 milhões de euros na telefônica portuguesa. A informação sobre a dívida e dos seus riscos só terá sido revelada aos sócios brasileiros da Oi em junho deste ano.

A saída daquele que foi um dos principais rostos do projeto de fusão entre as duas empresas coincide com os rumores sobre o interesse do grupo francês Altice em comprar a operadora portuguesa à Oi, fazendo cair por terra todo o projeto de Zeinal Bava de criação de uma grande multinacional lusófona com um universo potencial de 250 milhões de falantes de língua portuguesa.

Primeiro Ministro
Pedro Passos Coelho considerou que o processo de fusão entre a PT e a brasileira OI ficou abaixo das expectativas que foram criadas para a empresa. “Certamente que as expectativas que, em geral, foram criadas no mercado e junto dos portugueses quanto ao potencial desta fusão ficaram bastante aquém daquilo que a prática veio a demonstrar”, afirmou o Primeiro-Ministro em conferência de imprensa.

O chefe do Governo, que participou em Milão (Itália) na cimeira sobre o emprego, disse preferir não alongar em comentários quanto ao que se passa na Portugal Telecom, já que é uma empresa totalmente privada, mas acrescentou que o Executivo o segue “com atenção” o processo.

O Executivo
Zeinal Abedin Mohamed Bava nasceu a 18 de novembro de 1965, em Lourenço Marques (atual Maputo), é casado e tem três filhos. Licenciado em Engenharia Eletrônica e Eletrotécnica pela University College London, Zeinal Bava trabalhou durante 10 anos nos mais diversos negócios do grupo de telecomunicações.

Foi eleito cinco vezes o melhor presidente executivo, nomeadamente da Europa e de Portugal, e três vezes melhor CFO (administrador financeiro) da Europa pela Institutional Investor. Em 2010 foi o gestor mais bem pago em Portugal, recebendo 1,4 milhões de euros, e já este ano, a 09 de junho, foi agraciado pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Empresarial Classe Comercial.

A sua entrada na PT acontecia num período em que o grupo transitava da sua condição de entidade pública para empresa privada, já na altura com o desafio internacional pela frente, nomeadamente a premonitória expansão para o mercado brasileiro. Destacou-se pela participação ativa no desenvolvimento dos negócios internacionais e, em quase 10 anos, liderou e trabalhou com equipes dos principais negócios, como a PT.Com, PT Comunicações, PT Multimédia e TMN, sendo apontado como o “pai” da PT Pro.

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