“TAP não pode, nem deve ser privatizada sob pressão” diz ministro português

Mundo Lusíada
Com Lusa

Ministro português da Economia, António Pires de Lima.
Ministro português da Economia, António Pires de Lima.

O ministro da Economia afirmou que a TAP “não pode, nem deve, ser privatizada sob pressão”, e disse que existem várias manifestações de interesse na compra da companhia aérea.

“Há manifestações de interesse, várias, boas. Saúdo essa, em particular, do grupo do dr. Miguel Pais do Amaral, mas há mais manifestações de interesse, felizmente”, afirmou em resposta aos jornalistas António Pires de Lima, em Lisboa, quando questionado sobre a formalização do interesse de Pais do Amaral na compra da companhia aérea, noticiada pelo Diário Económico.

O jornal noticiou que “Miguel Pais do Amaral e o norte-americano Frank Lorenzo já entregaram ao Governo uma proposta não vinculativa para a compra de 100% da TAP”, acrescentando que os empresários apresentaram também as garantias do JP Morgan, ‘adviser’ (consultor) financeiro do consórcio.

O ministro português da Economia afirmou que “ainda é cedo para o Governo se pronunciar sobre esta matéria”, referindo que, “no tempo próprio, e quando” o executivo “entender, o Conselho de Ministros dará nota daquilo que pretende fazer em termos de privatização ou não privatização da TAP”.

Pires de Lima reafirmou que “os cenários estão em aberto, não estão decididos”, e defendeu que “a TAP não pode, não deve ser privatizada sob pressão”, argumentando tratar-se de uma “decisão que deve ser feita com pés e cabeça, com conta, peso e medida”.

“Eu, em qualquer caso, acho que é preciso separar o momento operacional que a TAP viveu, e que ultrapassou, do meu ponto de vista, e o processo de privatização da empresa”, concluiu o ministro.

O Governo recusou, em dezembro de 2012, a proposta de compra da TAP feita pelo grupo Synergy, detido pelo empresário colombiano Germán Efromovich, o único concorrente à privatização da companhia aérea nacional.

A venda está suspensa desde então e, no Orçamento do Estado para 2014, o Governo afirma que “continuará a monitorizar as condições do mercado, por forma a relançar o processo de privatização da TAP logo que estejam reunidas as condições propícias para o seu sucesso”.

Lusofonia
Recentemente, se posicionou contra a privatização o secretário-geral do PS, defendendo que o Estado deve manter a sua participação de 51% no capital da TAP e que a empresa deve ser transformada numa transportadora aérea da lusofonia.

“Em alternativa à privatização que o Governo quer fazer, deve haver uma privatização minoritária, ou seja, a entrada de capitais de empresas dos países da lusofonia, como o Brasil, Moçambique ou Angola”, afirmou António José Seguro. “A TAP é um valor sobre o qual Portugal não devia hesitar em conservar”.

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