Portugal termina o ano “muito bem” nas exportações, diz ministro

Mundo lusíada
Com Lusa

Ministro português da Economia, António Pires de Lima.
Ministro português da Economia, António Pires de Lima.

Segundo o ministro português da Economia, António Pires de Lima, Portugal termina o ano “muito bem em termos de exportações”, uma tendência que deve se manter para 2015.

Pires de Lima, que esteve numa visita de dois dias e meio aos Estados Unidos, reagiu assim aos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que revelou que as exportações portuguesas aumentaram 9,4% em outubro, face a igual mês de 2013, o melhor desempenho dos últimos 12 meses, com o contributo decisivo das vendas para fora do espaço comunitário, que subiram 18,3%. No mesmo período, as importações subiram 1,2%.

“Vamos terminar o ano seguramente muito bem em termos de exportações, com uma contribuição líquida da procura externa positiva nestes últimos meses para o crescimento do PIB [Produto Interno Bruto]”, afirmou António Pires de Lima, em Boston. “Para nós é muito importante este bom final do ano, seguramente projetará as exportações portuguesas para um bom ano também em 2015”.

Questionado sobre se os dados do INE já permitem se as previsões do Governo serão atingidas, as quais apontam para um crescimento das exportações de 4,1% este ano, o governante disse que neste momento os dados ainda “são bastante parcelares”.
“Évidente que, com a balança de serviços, este crescimento moderado rondará os 3%. Diria que estaremos seguramente em linha, ou até acima, do previsto no orçamento retificativo, talvez ligeiramente aquém daquilo que tínhamos previsto no orçamento inicial”, acrescentou.

Pires de Lima lembrou que houve uma desaceleração das exportações portuguesas durante os primeiros seis meses do ano, nomeadamente devido à paragem da refinaria da Galp em Sines, mas “neste terceiro trimestre houve uma aceleração” das vendas externas das empresas portuguesas. “Gostava de destacar, de forma particular, o comportamento de alguns setores nestes últimos meses como é o caso do vestuário, que cresce mais de 11%, dos produtos agroindustriais e também do setor do calçado e mobiliário”, afirmou o governante.

Estes são “setores tradicionais que fizeram a sua reformulação do negócio e como nós próprios podemos constatar aqui, nos Estados Unidos, estão a dar cartas nos mercados internacionais”.

Pires de Lima destacou o “progresso importante” que Portugal faz nos ‘rankings’ [classificações] mundiais. Reiterou o ‘ranking’ do Banco Mundial, segundo o qual Portugal ocupa a 25.ª posição como o país do mundo onde é mais fácil fazer negócio ou o do Fórum Econômico Mundial, em que está em 36.º lugar.

Segundo o Boletim Econômico, o BdP continua a estimar que a economia portuguesa cresça 0,9% este ano, 0,1 pontos percentuais abaixo das previsões mais recentes do Governo para o conjunto de 2014, mas em linha com as metas governamentais para 2015.
António Pires de Lima disse que dado que o ano está a acabar, o melhor é aguardar os dados finais, acreditando que estes “confirmarão a boa evolução da economia portuguesa, por um lado, a redução do desemprego e também o controle muito eficaz” que o Governo, e as Finanças, “estão a fazer do eficiente público “.

Economia privada
Ainda, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho declarou que o Estado que continuamente tem contas desequilibradas, como uma empresa que tem continuamente contas desequilibradas terá maus resultados, pois “alguém” deixará de receber salários, fazer investimento, e ter despesa produtiva.

“Se tivermos alguém que seja mais gastador, os impostos têm de subir mais; ao invés, se houver alguém mais poupadinho, os impostos não precisam de subir tanto” declarou. Segundo defendeu, Se houver menos impostos, “é a economia privada que funciona de uma forma mais ativa”, sendo “uma escolha política”.

O Primeiro-Ministro disse ainda que “o Estado emagreceu, e emagreceu consideravelmente em múltiplos aspectos, mas precisa ainda de emagrecer um bocadinho mais, embora agora de uma forma mais inteligente”.

“Hoje, há uma verdade orçamental maior do que no passado, que nos permite proceder a um emagrecimento do Estado de uma forma mais inteligente, com maior transparência”, concluiu.

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