Portugal recebe três propostas para compra da TAP incluindo da brasileira Azul

Mundo Lusíada
Com agencias

TAP-AirPortugal_logoOs empresários David Neeleman, German Efromovich e Miguel Pais do Amaral entregaram propostas vinculativas para a compra de até 66% do grupo TAP, confirmaram à Lusa fontes ligadas ao processo de privatização. Neeleman, fundador e presidente da companhia brasileira Azul entregou a sua proposta para a compra de até 61% da TAP.
Para o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, essa pode ser considerada uma “janela de esperança” para o futuro da TAP. Segundo Sérgio Monteiro, o dia de formalização de propostas de aquisição da TAP “representa a esperança para a TAP, para os seus trabalhadores e para o país”, disse em conferência de imprensa, citando as três propostas.
Também o ministro da Economia congratulou-se com a chegada de três propostas. “Este dado vem confirmar que, apesar da oposição fortíssima à privatização vinda de alguns setores – desde sindicatos ao movimento Não TAP os Olhos, incluindo, esta semana, a forma irresponsável como o líder do PS ameaçou os possíveis compradores –, a TAP despertou o apetite dos investidores” disse Pires de Lima ao jornal Expresso.
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse hoje esperar que a decisão do Governo acerca do processo de privatização da companhia aérea TAP possa ser tomada durante o mês de junho. “Eu espero que a avaliação, agora, das propostas possa conduzir a uma decisão do Governo que ocorra ainda durante o mês de junho. Eu espero que isto aconteça. Na sequência disso será celebrado com certeza o contrato e seguir-se-á todo um processo que já é habitual e que demora o seu tempo, mas que não significa que não deva ser respeitado dentro de um Estado de direito como é o nosso”.
A providência cautelar que ameaçava a privatização da TAP foi travada, 24 horas antes do prazo limite para as propostas. Diante das críticas da oposição, o Governo declarou que a TAP não aguentará ficar mais tempo sem um investidor privado, podendo ir a falência.

Os Candidatos
Miguel Pais do Amaral é licenciado em Engenharia e foi o fundador do grupo de comunicação social Medida Capital. Apresentou a sua proposta à corrida da compra da TAP em nome da Quifel Holdings, que desde 2007 concentra a sua atividade empresarial, tendo desde então realizado vários investimentos em diversos setores.
Formado em Engenharia no Instituto Superior Técnico e com um MBA pelo INSEAD, Pais do Amaral iniciou a sua carreira profissional na Goldman Sachs em Londres e, em 1987, fundou a Fininter e a ‘holding’ de investimentos Alfa Capital. Posteriormente, em 1991, lançou em Portugal a atividade dos fundos europeus de ‘private equity’, a Euroknights, ficando depois com a responsabilidade pela sua atividade também em Espanha.
Quatro anos depois, em 1995, fundou o grupo Media Capital, “que se tornou o grupo líder de ‘media’ em Portugal, com presença na televisão, na produção televisiva, na Internet, na rádio, na produção musical e de filmes, no ‘outdoor’ e na imprensa” segundo divulga a Quifel.
Em 2004, a Media Capital entra em bolsa e um ano depois o grupo é vendido aos espanhóis da Prisa. Atualmente, Miguel Pais do Amaral é presidente do Conselho de Administração da dona da TVI.

O empresário German Efromovich, dono do grupo Synergy e da companhia aérea Avianca, lidera uma das três propostas de aquisição do grupo TAP, voltando dois anos depois a tentar comprar a transportadora aérea.
Neto de judeus, que tiveram que fugir da Polônia durante a Segunda Guerra Mundial, German Efromovich nasceu em La Paz, na Bolívia, país que trocou ainda “pequenino” pelo Chile, e depois pelo Brasil, onde vive atualmente com a família, em São Paulo.
O empresário gaba-se de trabalhar “16 a 18 horas por dias” e de dormir “quatro a cinco horas”. Aos 65 anos, German Efromovich foi o único interessado que apresentou uma proposta final à compra da TAP em 2012, prometendo trazer crescimento e emprego à companhia de bandeira, à semelhança do que aconteceu na Avianca, que “passou de 4.000 para 15.000 trabalhadores”. Na altura, mostrou-se “surpreendido” quando o Governo rejeitou a sua proposta, por falta de garantias bancárias adequadas, mas nunca pôs de lado a possibilidade de avançar se o processo de privatização fosse retomado.
Além da companhia aérea Avianca, German Efromovich tem negócios no setor do petróleo, hotelaria, turismo, agricultura e construção naval. Casado e com três filhas, tem três nacionalidades: polaca, colombiana e brasileira, permitindo-lhe cumprir as regras comunitárias que impedem que uma empresa não europeia detenha mais de 49% do capital de uma companhia aérea europeia.

O empresário americano David Neeleman, que lidera uma das três propostas de compra do grupo TAP, tem um longo currículo de criação e liderança de companhias aéreas, sendo hoje o dono da transportadora brasileira Azul.
Aos 24 anos, o jovem Neeleman, que não terminou o curso superior devido a um problema de déficit de atenção, fundou a sua primeira companhia aérea, a Morris Air, com sede em Utah, que foi vendida à Southwest Airlines dez anos depois. No currículo do empresário figuram também a JetBlue Airways, a WestJet e a Azul – Linhas Aéreas Brasileiras.
Nasceu na capital paulista onde o pai trabalhava como correspondente estrangeiro e aos cinco anos regressou aos Estados Unidos, tendo dupla nacionalidade. Hoje David Neeleman é presidente da companhia aérea brasileira Azul, tendo entregado a proposta de aquisição, através da ‘holding’ pessoal DGN (David Gary Neeleman), com mais parceiros, sem ter sido possível confirmar a sua identidade.
Aos 55 anos, David Neeleman, pai de nove filhos, admite ser obcecado pelos clientes e, quando viaja, faz questão de falar com os passageiros para ouvir opiniões sobre a sua companhia. A Azul, de que detém apenas 8% através da ‘holding’ pessoal DGN, é uma das principais clientes da TAP – Manutenção e Engenharia no Brasil, a empresa que tem sido a grande responsável pelos prejuízos do grupo TAP.

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