Portugal quer atividade “verde” com impacto de 3Bi Euros na economia em 2020

“Portugal tem tudo para liderar o crescimento verde”, afirmou o Ministro na apresentação do Compromisso para o Crescimento Verde, em Lisboa.

 

MinistroAmbiente_MoreiraSilva

Mundo Lusíada
Com agencias

O Governo português pretende que a atividade dos setores “verdes” tenha um impacto na economia de 3 bilhões de euros em 2020, subindo aos 5.100 milhões em 2030, e que possa criar o dobro dos empregos.

O ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia apresentou em 15 de setembro a proposta de Compromisso para o Crescimento Verde, resultado do debate entre as cerca de 100 organizações empresariais, científicas e financeiras reunidas na Coligação para o Crescimento Verde e apelou a todas as áreas da sociedade, dos políticos, às associações e aos cidadãos para que contribuam com as suas opiniões.

O documento tem 83 iniciativas, repartidas por 10 setores, fixa 13 metas quantificadas para 2020 e 2030 e “estabelece as bases para um compromisso em torno de políticas e objetivos que impulsionem um modelo de desenvolvimento capaz de conciliar o indispensável crescimento econômico com um menor consumo de recursos naturais e com a justiça social e a qualidade de vida das populações”.

O Compromisso abrange setores tão diversificados como os resíduos, a reabilitação urbana, a eficiência energética e hídrica, as emissões de dióxido de carbono, responsáveis pelas alterações climáticas, as energias renováveis, a qualidade do ar e a valorização da biodiversidade.

Moreira da Silva, que falava aos jornalistas no final da apresentação, listou alguns objetivos do Compromisso, como “aumentar o PIB verde [Produto Interno Bruto ou criação de riqueza pelo país] e as exportações verdes em, pelo menos, 5% por ano”.

A meta é “passarmos de 2.000 milhões de euros para 3.000 milhões em 2020 e 5.000 milhões em 2030 o VAB [Valor Acrescentado Bruto] verde” e “duplicar os postos de trabalho verdes”, mas também “inverter a tendência na área da eficiência energética e hídrica, na produtividade dos materiais” para gerar economia, emprego e reduzir a dependência do exterior, resumiu.

Exportação
Nas metas do Governo, as exportações “verdes” podem chegar aos 700 milhões de euros em 2020 e aos 1.200 milhões 10 anos depois, enquanto o número de pessoas ao serviço da economia verde deverá atingir 95.000 em 2020 e 140.000 em 2030.

Neste documento também se assume a ambição de Portugal se tornar um exportador de energias renováveis, um ´hub´ [plataforma de redistribuição] de entrada de gás na União Europeia e assumir uma aposta decisiva na mobilidade sustentável, segundo o ministro, realçando estar muito otimista na obtenção de um compromisso político e social.

“Temos de passar a uma fase de resgate a uma fase de desenvolvimento e crescimento sustentáveis, o que pressupõe reformas estruturais que possam associar aquelas já concretizadas um horizonte mais alargado e não só para esta legislatura. De toda a avaliação que o Governo tem feito, o crescimento verde emerge como um pilar decisivo por razões ambientais, de eficiência e econômicas”, defendeu Moreira da Silva.

O governante salientou que Portugal não tem ainda capacidade para ser competitivo em todas as áreas, mas nesta tem. “Temos infraestruturas, recursos instituições e talentos e [o país] pode posicionar-se como um líder” perante a tendência de aumento de procura de produtos verdes, realçou.

Segundo ele, a iniciativa deve receber contributos de todos os partidos políticos e associações. A proposta de Compromisso para o Crescimento Verde tem agora quatro meses para a discussão pública até à aprovação final, no início de 2015.

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